tag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post4181999203025294954..comments2022-03-24T10:12:59.897+00:00Comments on ablogando: Da superioridade cultural do cristianismoablogandohttp://www.blogger.com/profile/11477444608833610075noreply@blogger.comBlogger14125tag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-15385966149972958212013-05-12T16:22:41.253+01:002013-05-12T16:22:41.253+01:00Cito: "Só o homem, que tem consciência de si ...Cito: "Só o homem, que tem consciência de si mesmo, desenvolveu religiões. E fê-lo em todas as latitudes e lugares". Não é verdade. Com o devido respeito e com exemplos, não é verdade Mas sei que JC não diz isto por desonestidade intelectual ou perfídia fideísta, mas apenas porque está mal informado. Passo a informá-lo: o Homem não desenvolveu, sempre e em todas as épocas, em consciência e em seu foro íntimo, religiões (formalizadas, reveladas, canónicas) o que é um dado relativamente recente. Na pré-história desenvolveu o que se chama "para-religiões" (vide Joseph Maringer e E.O.James). Eram totens ou tabus animalistas ou do mundo circundante(vegetais, minerais, de habitat). A conceptualização era-lhes alheia. Só se desenvolveu posteriormente, através de REVELAÇÃO, ou seja e para seguirmos Richard D. Baltrusaitis, "contacto com entidade (anjo, personagem ou emanação)inscrita na Realidade". Segundo ponto: os índios a partir da região sonoriana não possuíam religião. Criam sim no Grande Mistério ou Grande Medicina, que eram para eles as forças encarnadas da Natureza e do espaço-tempo. O Manitú e quejandos foram criações lexicais dos brancos invasores, primeiro, depois plasmadas no léxico de Hollywood e reproduzidos até à saciedade. Finalizando: o problema está em que as "religiões reveladas" traduzem SEMPRE uma obrigatoriedade em relação aos interesses (pois é disto que se trata) da Entidade propulsora. Depois mantida, incrementada e, frequentemente e nos casos maléficos, distorcida (no Caso do Cristianismo) ou criminal de base (caso do islamismo). É verdade que o "esquerdismo", que no fundo tem uma feição Ur-Fascista, e o racionalismo estreito, derrocaram ou tentaram derrocar "religiões reveladas", criando em substituição preceitos tão ou mais nefastos. E isso porquê? Porque os seus próceres visavam - tal como os próceres das "religiões reveladas", USAR o vulgus pecus. O Futuro, impreterivelmente, trará o verdadeiro racionalismo, que é o que em sã existencia recusa umas e outras, de forma realmente consciente. E quem, de forma cínica, achar que o Homem tem de ser um "símio di Dio", é tão criminal como os que queimavam ou rebentam com pessoas de Outro Cariz. Ou os metiam na Lubianka apenas por rezarem (os totalitarismos equivalem-se). Por último, quando uma pessoa, posta entre a possibilidade de salvar um filho/uma esposa ou, benevolente, 2oo ou mil pessoas alheias, opta por salvar um filho/uma esposa - não o faz por ser SEU/SUA, mas sim por o/a AMAR. Além disso o exemplo é isso, um exemplo apenas. Ou seja, uma "realidade construída" como exemplo propositivo. Que não tem incursão cognitiva na Realidade, social ou formal, mas apenas no campo da "hipótese de trabalho". E é disto que parte a opinião global, que aliás respeito mas da qual tenho de, urbanamente, discordar de JC.<br /><br /> "Pedro Heitor", née F.Gonçalves<br /><br /> <br /> Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-15600115844850888122013-05-12T14:52:39.088+01:002013-05-12T14:52:39.088+01:00Cito: "vejo, claramente visto, que o homem ne...Cito: "vejo, claramente visto, que o homem necessita de acreditar em algo maior do que ele, que não é só razão". É a sua opinião - e nada mais. Não tem valor probatório POR SI MESMO. E isto, também, porque não sendo o Homem só razão, não se segue que tenha, por isso, de se entregar à crença, À SUBMISSÃO, porque é disso que se trata, aos conceitos e fideísmos dos que num deus acreditam e MANDAM NO MUNDO MENTAL E ÍNTIMO A ESSE PRETEXTO. Mas de facto é nisto que bate o ponto: a crença num Deus ter de ser seguida da Obediencia aos seus áulicos. O mal não está pois em deus, eu por exemplo dou-me perfeitamente com Deus, o mal está nos que falam em seu nome e, autoritariamente, acharem que a sua é a voz de Deus...(Já se percebeu que isso não passa dum truque, duma insolencia, duma fraude). Tão grave no Cristianismo como no Islamismo ou noutra qualquer. O acrescento de maldade vem disto: no Cristianismo não és imediatamente preso ou abatido; no Islamismo sim.<br /> Mas, seja no intuito de um Manuel Clemente ou no de um mullah, o que se pretende é que o ser humano creia, pratique e viva conforme o ditame dos Antístenes. As nuances apenas teatralizam o que se segue. E, por último, o regime nazi não era uma Democracia, como por exagero (?) JC sugere ou diz: era uma ditadura que, antes de se ter firmado, APROVEITOU um detalhe eleiçoeiro, que nem sequer foi livre. Goering, mestre de más mestranças, disse-o num comício da cervejaria da Unter den Linden:"Aproveitaremos as facilidades e normas da democracia de Weimar para os destruirmos mais depressa". O problema, portanto, não é a democracia nem Cristo: é os falsos democratas e os falsos adeptos do Galileu. E, claro, o autoritarismo de base que toda a IGREJA assume e tenta perpetuar. Daí os massacres, daí as prepotências, daí a infamis que toda a Religião Revelada traz consigo. E Deus está tão longe... <br />é-lhes fácil pois manejar e tripudiar em seu nome. Pois Fátimas e quejandas não são apenas uma burla, são um aproveitamento indecoroso, de tal forma que a própria ICAR não a toma como dogma. Mas, após Woityla, o falso santo, estimulam-na de forma totalitária. Pois não...<br /><br /> Pedro Heitor<br /> Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-87803772371189406022013-05-12T08:50:06.834+01:002013-05-12T08:50:06.834+01:00"Apenas que não faço essa separação entre cre... "Apenas que não faço essa separação entre crenças boas, as das grandes religiões, e crenças más, as do "pós-modernismo". "<br /><br />POis não faz. Mas devia fazer, porque está a incorrer num dos principais erros do relativismo cultural, ao recusar perceber que as religiões são mesmo diferentes. E isso faz toda a diferença.<br />Eu tb sou agnóstico, infelizmente não acredito num Deus moral, mas vejo, claramente visto, que o homem necessita de acreditar em algo maior do que ele, que não é só razão. Sim, a razão é uma parte importante, muito importante, mas não é tudo. Só o homem, que tem consciência de si mesmo, desenvolveu religiões. E fê-lo em todas as latitudes e lugares. Recusar perceber esse fenómeno, colocando-lhe um rótulo de " é tudo a mesma coisa", implica recusar apreender toda uma dimensão das coisas.<br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/18244234150940620081noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-42346851062738462672013-05-11T21:54:29.569+01:002013-05-11T21:54:29.569+01:00Tudo verdade, JC. Somos muito pouco racionais, poi...Tudo verdade, JC. Somos muito pouco racionais, pois racionais numa superfície cortical sobre uma enorme base de herança darwiniana. Daí eu considerar que precisamos sempre mais de racionalismo. E obviamente cristianismo e judaísmo tem muitíssimo mais semelhanças e proximidades de fundo do que diferenças de superfífie. E, sim, a "morte de Deus", prevista já por Marx, levou à criação de mitologias alternativas, sem dúvida mais pobres que as grandes religiões, e não necessariamente menos deletérias ou perigosas, em termos culturais e políticos, como o ambientalismo como religião pagã, o relativismo como niilismo intelectual, o multiculturalismo como forma de antiocidentalismo etc. Apenas que não faço essa separação entre crenças boas, as das grandes religiões, e crenças más, as do "pós-modernismo". O único "ismo" a que posso aderir é o ceticismo, mas não numa adesão de militante, pois me recuso a ser um cético "ativista", sendo-o por convicção intelectual malgrado eu mesmo, ou por exaustão. Luís Dolhnikoffhttps://www.blogger.com/profile/04539130872292929753noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-20505418290853788322013-05-11T21:43:17.765+01:002013-05-11T21:43:17.765+01:00LD, tb já tive essa visão jacobina da religião. Ma...LD, tb já tive essa visão jacobina da religião. Mas o tempo e a leitura levaram-me a perceber que ao homem não basta a razão. Somos seres racionais mas não somos apenas isso. Temos mesmo necessidade de um transcendente, porque nos projectamos no tempo e mesmo para lá do nosso tempo.<br />Não por acaso, as ideologias saidas do racionalismo, depois de matarem deus, tiveram de recriar deuses abstractos. Entre o judaísmo e o cristianismo, como doutrina, não há grande diferença, penso eu. Cristo limitou-se a sintetizar e interpretar os grandes mandamentos judaicos, colocando a ênfase no perdão. O perdão e a representação do Cristo, como cordeiro sacrificial, desloca a expiação do real para o transcendente, o que contribui para quebrar o ciclo de vingança, pacificando as coisas.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/18244234150940620081noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-5253013248774938592013-05-11T21:21:45.952+01:002013-05-11T21:21:45.952+01:00Já que você fala em "maldadezinha", JG, ...Já que você fala em "maldadezinha", JG, devo confessar uma "maldadezona". Tenho um livro-ensaio inteiro sobre essa discussão, infelizmente ainda inédito (e que preferiria talvez publicar em Portugal do que no Brasil, pois aqui tais questões pouco tropiciais são consideradas extravagantes ou desinteressantes: "As asperezas da crença: a religião no mundo contemporâneo"), de que tiro rapidamente todas as citações e referências que por aqui utilizo... Mas isto ao menos prova que fiz o "dever de casa", como se diz aqui. Aliás, agradeceria se algum de meus amigos portugueses pudesse indicar editoras lusas potencialmente interessada em tal tema.<br /><br />Ab, LLuís Dolhnikoffhttps://www.blogger.com/profile/04539130872292929753noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-74160408771956220532013-05-11T21:13:41.226+01:002013-05-11T21:13:41.226+01:00Pois eu sabia que você o sabia... (do feedback). É...Pois eu sabia que você o sabia... (do feedback). É um debate muito interessante e relevante, em todo caso, e não há por que ter pressa. <br /><br />Um grande abraçoLuís Dolhnikoffhttps://www.blogger.com/profile/04539130872292929753noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-89203249161375793922013-05-11T21:11:09.985+01:002013-05-11T21:11:09.985+01:00Mas prometo que amanhã já lhe deixo um primeira re...Mas prometo que amanhã já lhe deixo um primeira resposta. Talvez em post, de modo a ser mais fácil a quem queira acompanhar a discussão deste assunto.<br />Mais uma vez, abraço.José Gonsalohttps://www.blogger.com/profile/03259594270506873519noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-40024648840705095162013-05-11T21:06:43.983+01:002013-05-11T21:06:43.983+01:00Luís:
Pelo contrário, agradeço a sua discordância...Luís:<br /><br />Pelo contrário, agradeço a sua discordância, porque ela poderá dar-me oportunidade de esclarecer muito daquilo que, num texto tão curto, fica necessariamente por dizer ou demasiadamente nebuloso. Aliás, confesso, e peço desde já que me desculpe a "maldadezinha", não o republiquei inocentemente, fi-lo porque sabia de antemão que teria feed-back desse lado e um feed-back que, por ir certamente fundo, mo permitiria.<br />Só não prometo responder-lhe ao mesmo ritmo por andar cheio de coisas para fazer. O que é, de certo modo, desleal. Mas o que é que quer, não consegui resistir à tentação...! Pronto, lá cometi um pecado!<br />Abraço.José Gonsalohttps://www.blogger.com/profile/03259594270506873519noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-74170025397466647062013-05-11T20:56:21.846+01:002013-05-11T20:56:21.846+01:00PS 2
Para mim, como para qualquer judeu, é impala...PS 2<br /><br />Para mim, como para qualquer judeu, é impalatável a crença nas pretensões universalistas e mesmo humanistas da teologia que criou o antissemitismo.<br /><br />"Era no início de uma forma de ódio antijudaico que não havia aparecido no palco da história antes do advento do cristianismo, e que foi construído sobre uma visão [...] de que as Escrituras judaicas [na verdade] testemunham sobre Cristo, que foi [portanto] rejeitado pelo seu próprio povo e cuja morte, por sua vez, leva à condenação desse povo" (Bart D. Ehrman, "Evangelhos perdidos", Rio de Janeiro, Record, 2008).Luís Dolhnikoffhttps://www.blogger.com/profile/04539130872292929753noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-12616185215778830962013-05-11T20:38:17.723+01:002013-05-11T20:38:17.723+01:00PS
Não por acaso, o cristianismo é uma criação ju...PS<br /><br />Não por acaso, o cristianismo é uma criação judaica, e uma seita judaica na origem. Mas não quero fazer a defesa do judaísmo em lugar da do cristianismo, mesmo porque, sou generalizadamente antirreligioso. E também porque o cristianismo é, afinal, uma síntese entre judaísmo e religião e filosofia greco-romana. O próprio conceito de alma imortal individual cristão é uma criação original de Platão, no contexto de seus "Eide", ou Essências, do mundo supralunar. Não haveria cirstianismo algum sem judaísmo e platonismo, para não falar dos deuses-lares romanos, origem dos santos etc.Luís Dolhnikoffhttps://www.blogger.com/profile/04539130872292929753noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-8978802277638028522013-05-11T20:28:48.696+01:002013-05-11T20:28:48.696+01:00Caro JG, permita-me civilizadamente discordar de t...Caro JG, permita-me civilizadamente discordar de tudo ou quase tudo o que escreveu aqui. Sendo sintético, creio que o obscurantismo de nossa época radica em grande parte num neorregiliosimo generalizado, salvo certas exceções geográfias, como a Europa Ocidental, e no relativismo que questiona a herança racionalista moderna. Concordo apenas, claramente, que as religiões não são iguais. Mas, em suma, como judeu, sua interpretação da história das ideias por um viés cristão me soa "cristianocêntrcia" apenas. Mesmo porque, o referido "universalismo" cristão, desde os Pais da Igreja, excluía os judeus enquanto tais. Nas orações de sexta-feira, até o Concílio Vaticano II, havia uma parte especial para lembrar não a salvação, mas a condenação dos judeus. Além disso, eu poderia afirmar que o conceito de humanidade nasce no judaísmo, entre outras coisas, com a origem comum no mito de Adão e Eva, depois com as leis comuns, pela primeira vez na história, que valiam desde o rei ao escravo, como as dos Dez Mandamentos e do Levítico etc. O famoso exclusivismo judaico, de pretenso "povo eleito", jamais significou a desumanidade do Outro, como muitos povos e muitas religiões advogam ou advogaram. Luís Dolhnikoffhttps://www.blogger.com/profile/04539130872292929753noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-66408235862083083132013-05-11T19:28:56.188+01:002013-05-11T19:28:56.188+01:00Este comentário foi removido pelo autor.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/18244234150940620081noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2643218939394869455.post-74785686471797933532013-05-11T15:14:24.751+01:002013-05-11T15:14:24.751+01:00É sempre bom recordar este texto, não só pelo que ...É sempre bom recordar este texto, não só pelo que diz, mas tb pela forma como o diz.<br /><br />Na Quinta-Feira estive no Porto, num painel com D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, e tive ocasião de, na minha intervenção, referir estas características diferentes do cristianismo.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/18244234150940620081noreply@blogger.com