Diz o
ditado, com doses se calhar consideráveis de realismo... ou de cinismo, que “todo o burro come palha, o que é preciso é
saber dar-lha”.
Talvez seja assim… Mas há também a frase,
que se tornou famosa por ter sido um celebérrimo agente desportivo a
proferi-la, que rezou: “E o burro sou
eu??”.
De há uns dias para cá, ao ver na
perturbante TV os spots publicitários
(ou deveria dizer propagandísticos – e propagandísticos entre o descaramento e
a demagogia, a não ser que sejam ingénuos mas de uma ingenuidade roçando o
impudor alvar) referentes ao 25 de Abril, caio na sensação de viver num filme
de humor negro. Aquela gente não as pensará? Ilusionistas…
Porque os protagonistas que ali nos dão como
formais exemplos – estando os capitães, como se sabe, a viver agora numa
espécie de limbo para onde os lançaram porque já não precisam deles – são quase
exactamente os mesmos que nos mergulharam através dos tempos na “apagada e vil tristeza”, na repelente
encanação em que agora vivemos: primeiro os que, com intenção totalitária,
quiseram fazer da revolução dos cravos uma antecâmara dum “paraíso de Leste”, à semelhança desse lugar mirífico onde o povo de
lá (em encenação filha duma ideologia mentirosa) mandaria tanto que não mandava
nada… E que, a seu tempo, implodiu como um edifício apodrecido, um castelo de
cartas de batota risível e realmente ignóbil; depois os que, tendo arteiramente
conseguido camuflar o que de facto eram e sentiam, paulatinamente tiveram artes
de herdar os bragais do regime anterior em que aliás os seus pares e, muitas
vezes, os seus ascendentes, tinham mesa farta e benesses de se lhe tirar o
chapéu.
E, os velhacos, querem que o zé povinho –
como se vivesse nas sete quintas - festeje acefalamente uma festarola como se
nada fosse, como se gozássemos de uma situação excelente, como se isto fosse um
mar de rosas, tempo de vinho e rosas como diz a frase proverbial???
A publicidade – propaganda, demagogia –
deles é para nos manterem numa ilusão. Para nos iludirem. Chamava-se a isso,
nos tempos da Inquisição, “a tortura
pela esperança”.
E os burros vamos ser nós??? Não lhes
façamos a vontade!
Para
finalizar, creio que muitos se lembrarão de uma quadra que chegou a ser muito
conhecida no tempo da velha senhora.
Aqui vo-la deixo, seguida de uma outra referente, e creio que apropriadamente,
aos tempos de agora.
A primeira é esta:
Meu
Portugal tão bonito
ó meu Portugal tão belo:
metade é Jorge de Brito
e o resto é Jorge de Melo
E
eis a de agora, que vos deixo à consideração pois me parece adequada e justa:
Meu Portugal tão porreiro
de que a malta tanto gosta:
metade é João Banqueiro
e o resto é Oliveira e Costa.
Saudações
democráticas e firmes do vosso
ns
2 comentários:
Aplaudo a cem por cento. Uma democracia que o não é, camuflando uma nação quer já deixou de o ser. Uma peixeirada a cheirar a esgoto e a notas ensebadas. Canalhas!
Alfredo S.
Amanda-lhes, pááá!
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