sábado, 29 de dezembro de 2012

Walter E Williams - The Free Market Is Not Allowed To Work



"Quando o roubo legalizado começa, convém que todos participem e aqueles que não participarem ficarão agarrados ao tota". [Minha tradução livre]

Carvalho da Silva: o mago das falências, fala do que "sabe"

"O que faliu foi a economia fictícia, não a dos países e dos povos"

Pois a economia fictícia foi aquela em que ele militou arduamente durante anos e anos. A economia em que as "lutas" encerraram a generalidade da indústria e a intervenção estatal torrou os proventos do trabalho de quem produz riqueza em "direitos sociais" de quem se foi aconchegando a eles.

Do Brasil e o futuro ou do futuro e o Brasil?

[Mas é um cato, tem aranhas e aranhas têm quelíceras]

O Brasil, como a EURSS e os EUA, encontra-se à beira da mesma e desesperada situação em que nos encontramos. Ainda não lá chegou, e parte de um patamar inferior ao dos EUA e da EURSS (média). Como conseguiu? Aplicando, mutatis mutandis, as mesmas medidas de investimento "virtuoso" que Portugal aplicou.

Descoberto petróleo (em Portugal foi a "Europa dos fundos") tratou, rapidamente, de vender os direitos da sua exploração para os torrar em apoio ao social e obras megalómanas (por exemplo no mundial de futebol e nos jogos olímpicos). Que aconteceu mais uma vez? O que sempre acontece.

O Brasil "investiu" na educação despejando dinheiro sobre o mecanismo mas baixando as fasquias a ultrapassar pelos estudantes. Desta forma "garantia" o direito não só ao acesso como ao sucesso. "Investiu" no apoio social também para dinamizar o mercado interno,  tal que em Portugal está em palpos de aranha por não poder ser mantida a tal "dinamização". As matérias e as escolas e universidade encheram-se, entretanto, de tralha e pessoal amante do socialismo.

E que resultados se obtiveram pelo apoio social? Apenas a dinamização do mercado dos produtos não  transaccionáveis sem que qualquer outra mais valia fosse obtida pelas pessoas objecto desse apoio. E porquê? Porque esse apoio é utilizado pelas pessoas para resolver problemas imediatos e como forma de compensação de agruras anteriores, e não como oportunidade para se valorizarem profissionalmente de forma a garantirem a manutenção do artificial nível de vida por que, consciente ou inconscientemente optaram, e poder, num futuro mais ou menos próximo, melhorar o seu nível de vida face ao previsível momento em que o apoio social irá irremediavelmente ter que desaparecer. O abardinamento do ensino dificulta ainda mais essa real ascensão - ascende-se no papel (o canudo garante) mas não no mundo real.

Acabado o dinheiro do petróleo e o Brasil está a ser forçado a voltar à estaca zero com o inconveniente de ver derrocar o artificial mercado interno de serviços e de bens não transaccionáveis, mas o poder político, socialista que tresanda, está agora a dar o "impulso final" ao "desenvolvimento" entrando (como Obama) pelo endividamento exponencial face aos mercados de capital ("vendendo" dívida, como gostam de afirmar usando a palavra "vendendo" como cortina de fumo que não traduz mais que a entrada pelo mundo do endividamento).

O resultado já está a aflorar. Crescimento praticamente de zero, inflação galopante (já se afirma que o projecto Real se está a esboroar), estado social incomportável, enorme percentagem da população substancialmente dependente do estado garantindo aos proponentes das actuais políticas votação suficiente para as continuar a aplicar ... e os mercados de capitais começam a abandonar os zenitais projectos no "desenvolvimento" pelo social. De desinteresse em desinteresse, apenas se mantêm interessados no negócio investidores que, conscientes do risco, exigem juro alto.

Se o povo insistir em mais do mesmo, o Brasil acabará numa primeira fase como Cuba, numa segunda como a Coreia do Norte. Se não insistir, ouviremos os bafejadores e bafejados pela mama do social a guinchar que se trata de um ataque da "ditadura dos mercados", que é a fuga de capitais para off-shores, por mais impostos sobre os ricos, por mais investimento (sem conceder que esse mais investimento só poderá vir dos mesmos ricos a quem, entretanto, tentarão infernizar a vida) ...

A desordem social aumentará muito acima do actual (no Brasil o nível de assassinatos está muitíssimo acima relativamente aos EUA) e, com sorte, o povo pedirá uma qualquer intervenção musculada. Se for de esquerda, o Brasil entrará no buraco negro das repúblicas populares, de for de direita, repetir-se-á Pinochet, e, como no Chile que penosamente conseguiu voltar à luz do dia, o culpado de tudo o que aconteceu passará a ser esse regime.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Estabilidade na carreira

Num país normal estas promoções seriam um escândalo, mas em Portugal não são. Com o país falido e as promoções e progressões da função pública congeladas para a maioria dos funcionários, o Governo tem-se desdobrado em exceções e encontrado sempre maneira de promover alguns. Se com os militares o argumento é a especificidade militar, com as forças de segurança a justificação é a estabilidade na carreira, que é do mais esfarrapado que poderia encontrar. Qualquer carreira da função pública entra em instabilidade se for congelada, pelo que este argumento pode ser aplicado a qualquer funcionário. Mas como não é,  não se percebe o motivo pelo qual exceções destas passam despercebidas e não provocam qualquer clamor, ao contrário de assuntos, como o do falso funcionário da ONU, que continuam a ocupar capas de jornais.

Sem Terra à vista

Neste nosso (façamos de conta) Portugal, o disparate tornou-se endémico. Qualquer artolas diz qualquer coisa e uma caixa de ressonância de infinitos mas não menos encanudados artolas amplifica e 'aperfeiçoa' a calinada.

Pareceria razoável haver esperança que, tornado patente o disparate, as coisas se aplacassem apurando-se-se as inevitáveis ilações, mas assim não é. O disparate volta de novo, ainda mais disparatado, e, novamente as caixas de ressonância voltam a gongar para, novamente, serem desmascaradas.

E ficará a coisa, desta vez, por aqui? Não. Nem pensar. Voltará certamente a exercitar-se a tentativa de desempenamento do somatório dos anteriores disparates por via de novo e mais-que-perfeito disparate.

Ponham-e agora na posição de um potencial investidor, dos que Portugal tanto precisa para ver se alguém consegue começar a trabalhar para criar alguma da riqueza que, irremediavelmente e numa primeira e longa fase, permitiria aplacar os credores que não mais estão dispostos a alinhar no nosso regabofe de investimentos estatais "virtuosos". Que povo, pensarão eles, será aquele, que não se governa, que não se deixa governar, mas que insiste em governar-se por conta dos dinheiros alheios e que tudo tempera com orgias de parvoeira num estratosferico vórtice?

Pretenderá em particular esta especial-e-detentora-de-canudos-sem-fim tuga gente, chegar à estratosfera para de lá declarara que algo de errado se passa com os "especuladores" por lá se sentir uma tremenda falta de ar? E, pensarão ainda os "tenebrosos" capitalistas, se são os mais supremamente encanudados os mais afoitos luso-cosmonautas, como raios-e-coriscos serão os outros?

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Quem?

A militância esquerdalha da generalidade dos jornalistas portugueses atinge hoje um status de paroxismo. É gritante a agenda esquerdista dos jornalistas e é impossível que não se perceba que a verdade é, para eles, absolutamente irrelevante. Apenas a sua agenda política, de esquerda extremista, os ‘orienta’.

Nuno Santos foi recentemente saneado na RTP onde exercia o cargo de director de informação. Foi saneado, e foi muito bem saneado, porque quebrou uma regra fundamental do jornalismo: a protecção às fontes. Nuno Santos aprovou o visionamento pela Polícia das gravações originais dos desacatos à porta da Assembleia da República.

O saneamento de Nuno Santos levantou em polvorosa umas dúzias de comadres mais ou menos do campo político, mas, o silêncio das organizações de jornalistas foi estridente. Porquê? Porque o visionamento pela Polícia das referidas imagens punha em causa a cáfila e escumalha indignácara-revolucionária que não institui gulags porque ainda não pode.

Quando se levantam as lamúrias das organizações de jornalistas e seus mentores esquerdalho-indignácaros? Quando, por exemplo, um segurança do 1º ministro ordena a um jornalista que não lhe aponte a câmara. E, neste caso, quem visionou as gravações em bruto que a própria estação de televisão desfocou? Toda a gente, logo que um dos jornalistas da mesma estação colocou parte delas na internet. E, porque não foi o identificado jornalista saneado? Porque diria tratar-se de um direito “adquirido” e toda a gente se daria por contente.



Esta semana rebentou a bomba de Artur Baptista da Silva. Que tem de especial esta figura? Nada. Não diz coisa com coisa mas diz ‘bem’, ou seja, diz o que a esquerdalha jorna cripto-fascista quer ouvir e pavloviana e cegamente segue. O homem apresenta-se com credenciais que nunca teve mas que soam aos jornas ‘bem’ simpáticas e o que eles querem ouvir e, imediatamente, obtém microfone aberto para vomitar disparates. Parece, entretanto, que a Procuradoria Geral da República vai levantar um processo ao pobre-diabo mas nenhum jorna será certamente saneado. Mais que exonerados das funções, deveriam ser DESPEDIDOS e proibidos de voltar a exercer a profissão por vários anos todos aqueles que cegamente cederam tempo de antena a … quem?

Comunicação social portuguesa: o reino dos idiotas


Sobre Nicolau Santos e Artur Baptista da Silva, no Blasfémias:

1. Artur Baptista Silva diz o mesmo tipo de disparates que 90% dos comentadores que aparecem na TV e comentam nos jornais.
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2. No Expresso, Nicolau Santos tem propagado mais ou menos as mesmas falácias que Artur Baptista Silva semana após semana, ano após ano, sem que ninguém o acuse de ser burlão. Se perguntarem ao Artur Baptista Silva onde se inspirou, aposto que ele dirá que foi nas colunas de opinião do Nicolau.
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3. Não se pode esperar que um jornal em que o Nicolau Santos é o responsável pela secção de economia consiga distinguir um discurso económico com lógica de uma aldrabice.  Aldrabice é a cultura da casa.
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4. Ao longo de 2012, a discussão pública em Portugal andou à volta de variações das ideias de Artur Baptista Silva. Basicamente, não somos responsáveis pela nossa dívida e os alemães/BCE/FMI é que devem pagar a conta porque nós temos o direito adquirido de continuar a viver folgadamente. Não houve um editor de economia que não tenha caído nesta lógica.
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5. Ao longo deste ano a comunicação social divulgou de forma totalmente acrítica os maiores disparates.  Por exemplo, há menos de uma semana todos repetiram a tese do Ricardo Cabral de que a TAP valeria 1000 milhões de euros. Era disparate, mas era o disparate que todos queriam ouvir.
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6. No período que se seguiu ao anúncio do aumento da TSU os jornais escreveram todo o tipo de disparates: tabelas erradas, contas erradas, estudos mal amanhados, análises erradas, desinformação. Nenhum jornal conseguiu explicar em que é que a medida consistia e poucos jornalistas da área económica perceberam exactamente o que se pretendia. O resultado foi uma solução pior mas mais consensual.
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8. A comunicação social que aceitou como legítimo o Artur Baptista da Silva é a mesma que tomou por bons todos os estudos sobre SCUTs, OTAs, TGVs e afins  e que ajudou a vender a estratégia dos grandes eventos e do investimento em grandes obras públicas. É a mesma que apoiou a trajectória suicidária de Sócrates rumo à bancarrota e desculpou tudo com a crise internacional e as agências de rating.
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9. Recorde-se que a comunicação social deixou de falar do Krugman no dia em que ele cá veio dizer que Portugal tem que cortar na despesa.
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10. Este caso é uma espécie de caso Sokal do jornalismo económico português. A forma como estão a reagir indica que tudo continuará na mesma e que dentro de uma semana voltarão à mesma narrativa em luta contra qualquer reforma ou corte na despesa e de culpabilização da Alemanha e das agências de rating.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Dize tu direi eu





Dizia Fernando Pessoa:

Entre as várias superstições verbais de que se alimenta a pseudo-inteligência da nossa época, a mais vulgarmente usada é a da "opinião pública". E, como acontece com todas as superstições que conseguem deveras enraizar-se mas que não conseguem tornar-se nunca lúcidas, este critério instintivo respeitador da opinião pública em palavras (porque sente que há por detrás da frase uma realidade), mas pouco respeitador dela em actos (porque não sabe definitivamente que realidade é essa), é ao mesmo tempo o esteio e o vício das sociedades modernas. (...)

Todos nós sentimos, qualquer que seja a nossa política que, em resultado, toda a política, para que não seja mais do que um oportunismo de egoístas, tem de se conformar com a "opinião pública", com a pressão insistente de uma opinião geral. Todos temos a intuição, natural ou adquirida, de que uma nação vale o que vale a sua "opinião pública"; porque, como essência de uma política estável e fecunda, consiste na sua conformação com a opinião pública, pressupõe-se, na nação em que tal política é possível, um estado da opinião pública que persistentemente compila os políticos, os governantes, sob pena de deixarem de o ser, a conformar-se com as suas imposições. (...)

O que precisamos, portanto, de determinar para que devidamente nos orientemos no assunto, é, primeiro, que espécie de cousa é essa "opinião pública", com a qual uma política fecunda tem que se conformar, se essa "opinião pública" na verdade coincide com a "opinião das maiorias"; se essa "opinião pública" (...) pode ser manifestada pelo sufrágio; e, segundo, em que princípio, em que regras, assenta, por que processos se produz, essa "conformação" da acção dos governantes com a "opinião pública", qual a maneira por que na verdade a interpretam ou servem, e não apenas dizem servi-la e interpretá-la.

in A Opinião Pública, Editorial Nova Ática



Diz, por sua vez, João César das Neves, no DN:


O fascínio das redes

Ultimamente, surgiu no nosso debate político-cultural um novo protagonista: as redes sociais. Com frequência se ouve citar o que elas pensam sobre pessoas e assuntos. Em geral, pensam mal. É interessante debruçar-nos sobre a razão da sua influência e credibilidade.

Grande parte do prestígio vem sem dúvida da novidade e fascínio tecnológico. Facebook e afins são criações recentes e brilhantes que, como todas, prometem mudar o mundo. Depois o mundo acaba muito parecido ao que era, e os mesmos que apregoaram a revolução vêm repetir desanimados que anda tudo sempre na mesma. A verdade é que o avanço nem foi drástico nem vácuo. As coisas vão melhorando e o progresso é uma evidência, embora o essencial permaneça.

Mas a especial reverência que por isso se concede à opinião das redes sociais não faz sentido. O meio tecnológico pode ser sofisticado, mas quem o usa é o mesmo tipo que era antes. A qualidade da análise e a profundidade das considerações não melhoram por se passar do pombo-correio ao telégrafo ou do telefone à Internet. Aliás, a haver algum movimento, é negativo, pois quando a comunicação era cara e difícil as pessoas tinham mais cuidado com o que diziam. Naturalmente a baixa do custo da informação beneficiou sobretudo o disparate, de menor produtividade.

Outra razão porque se admira as redes sociais é, alegadamente, por através delas falar directamente a voz do povo. Nos jornais e televisões temos a opinião de políticos, intelectuais, jornalistas e comentadores, mas nas redes é a própria população que se exprime. Esta é uma ânsia de milénios, com democracias e ditaduras procurando saber o que realmente sente a opinião pública. Os métodos utilizados para chegar a esse desiderato foram múltiplos, mas temos de dizer que este é um dos mais fracos. Primeiro porque, precisamente devido à sofisticação tecnológica, não se pode dizer que as redes sociais sejam um instrumento privilegiado dos pobres. Pelo contrário, é uma actividade típica de ociosos tecnicamente refinados, porque as pessoas ocupadas andam envolvidas na verdadeira vida social e os cidadãos comuns, mesmo quando os usam, não sabem explorar as possibilidades desses programas, ficando-se pelo trivial.

Talvez o aspecto mais curioso seja o fascínio que tantos sentem pelo poder desses mecanismos, invocando como prova definitiva as manifestações espontâneas promovidas através das novas tecnologias. Cada vez que surge um evento, das reacções ao atentado de 11 de Março de 2004 em Espanha aos recentes protestos de 15 de Setembro por cá, há quem venha garantir que tais fenómenos mostram um novo poder. Apesar de serem coisas que, para não recuarmos mais, Marat e Desmoulins conseguiam sem dificuldade usando os velhinhos panfletos da Revolução Francesa. A técnica melhora, mas o essencial permanece.

A última machadada no mito das redes sociais vem do facto de elas só conseguirem realmente marcar a actualidade quando jornais, rádios e televisões lhes dão destaque, o que aliás acontece muito menos do que a jornalistas e comentadores. Deste modo, elas estão na mesma posição que todos os outros. Pior ainda, como se pode determinar o que pensa uma rede? Se elas fossem realmente a voz do povo, então comunicariam uma cacafonia de miríades de opiniões. E é precisamente isso que se verifica. Deste modo, quando a comunicação social fala da "opinião das redes sociais", está realmente a criar uma ficção, confundindo uma parte com o todo. Pior ainda: como ninguém dá a cara pelo que é dito, no parecer anónimo domina a irresponsabilidade e a atoarda. Não admira que nunca se ouça as supostas redes sociais dizerem coisas ponderadas, serenas, construtivas.

As redes sociais são um instrumento maravilhoso. Passadas as tolices inevitáveis da euforia inicial, serão tão úteis como o correio, o telefone, a imprensa ou os clubes. No entanto, para isso é preciso que vigore nelas o mesmo critério de verdade e bem da vida comum. Uma opinião não é atendível por ser tecnológica, mediática ou popular, mas justa e válida.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

"Incongruências"




(imagem obtida aqui)



Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão." Vendo o que se diz sobre a crise nota-se enorme falta de lógica e coerência. Isto é normal em tempos assim. Aliás o estranho e precioso em Portugal é que, por enquanto, as discussões, apesar de vociferantes, são pacíficas e a economia vai ajustando. Mas a paz e os progressos não impedem os disparates.

Para compreender os erros comecemos numa das poucas afirmações consensuais: o ensino obrigatório deve ser gratuito. Uma pseudo-ameaça a este princípio suscitou há pouco os maiores sobressaltos. Mas logo a seguir ouvimos os protestos das escolas e dos professores contra a redução dos seus gastos. Afinal a educação gratuita fica muito cara. Quem a paga então?

Dizer que deve ser o Estado é tolice, pois todo o dinheiro que ele gasta sai do nosso bolso. Só que os mesmos que querem educação gratuita e manutenção dos gastos das escolas também protestam contra a subida dos impostos. Assim se completa a incongruência. Como as coisas gratuitas e caras não se limitam à educação, a coisa fica mesmo grave. Pensões e apoios, polícia e tribunais, saúde e energia, embaixadas e militares, estradas e esgotos, entre tantos outros, constituem pesadíssimos encargos. E falar de pagamentos dos utentes, das portagens às taxas moderadoras, implica sempre novos protestos ruidosos. Podem ser compreensíveis, mas não são coerentes, violando as leis da aritmética.

Muitos julgam escapar à falácia apelando a mitos. Um dos mais populares, que o Governo também divulga, é cortar as "gorduras" do Estado. Os opositores usam uma variante da mesma ideia, falando de carros e gabinetes ministeriais, erros e corrupções administrativos. É verdade que existem muitos desperdícios, vícios, exageros e entorses na máquina pública. Mas um problema deste tamanho não se soluciona só com dieta. É precisa cirurgia estrutural. Devemos manter o essencial, na educação, saúde, estado social, etc., mas a aritmética exige que tudo seja alinhado com os impostos que podemos suportar. Recusar a mudança é perigosa ilusão.

Outro mito comum é achar que os ricos pagam a crise. Claro que quem mais tem mais deve pagar. Só que, não só não temos ricos suficientes, mas se abusarmos desse expediente quem beneficia é a Espanha e Inglaterra, para onde irão os nossos ricos, aumentando a nossa miséria. Também as empresas não podem ser sobrecarregadas de tributação se quisermos criar emprego e crescimento. Mais uma vez a lógica impõe-se. A verdade é que só cá estamos nós, e querer serviços gratuitos, despesas altas e impostos baixos não é possível. A não ser que alguém nos empreste.

Esta última ilusão é aquela que hoje nos custa couro e cabelo. A crise resultou directamente da acumulação de quinze anos de dívida externa. Aqui surge uma outra incongruência, quando descarregamos os nervos, não sobre os culpados, mas precisamente naqueles que nos querem ajudar.

É bom lembrar que Passos Coelho e Vítor Gaspar não geraram a doença, mas tentam curá-la. O mesmo se diga da troika. Só conseguimos o nível de vida dos últimos anos porque os alemães e outros europeus nos emprestaram as suas economias. A dívida externa bruta do País, incluindo Estado e privados, atingiu 386 mil milhões de euros em Junho. É isto a crise. Os credores não querem que saldemos essa dívida, mas apenas que demos garantias de conseguir ir pagando os juros. Foi esse medo que nos fechou os mercados em 2010 e criou a crise.

Ficar zangado com quem nos ajudou é estranho. Mais estranha é a continuação. A recuperação portuguesa interessa-nos a nós tanto quanto aos credores, que perderiam tudo se falíssemos. Por isso, em resposta às nossas dificuldades, eles decidiram emprestar-nos mais 78 mil milhões de euros, impondo em troca que sigamos uma cura exigente dos desequilíbrios. Estas condições são muito melhores que a generalidade dos países gastadores tiveram ao longo dos séculos. Face a isto fará sentido insultar a troika? São concebíveis alternativas melhores? Podemos ralhar, mas não temos razão.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Torturou bebé, mas não foi preso

Henrique Raposo, no Expresso:
Não invento, veio no jornal. No ano passado, um ser de 22 anos partiu o braço esquerdo, queimou os olhos, pés e lábios de um bebé de um ano. O ser ainda pontapeou o seu pequeno enteado nas pernas, nas costas e nos órgãos genitais. As marcas duraram 113 dias (internamento hospital). Na sexta-feita, o ser foi colocado em liberdade. Um indivíduo chamado Jorge Melo, juiz da 8.ª Vara Criminal, deu como provados os actos de violência, mas assinou uma pena suspensa; este juiz da República disse que estávamos perante um situação atroz e até afirmou que o réu mostrou indiferença perante os seus actos, mas não o puniu com prisão efectiva. Porquê? "O tribunal acredita que o simples risco de prisão é suficiente para não repetir crimes". Quando ouviu isto, o réu começou a rir.
Sim, Portugal está doente, mas a doença não é económica. É de outra espécie .

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

"A fome e a vontade de comer"



(imagem obtida aqui)


Subscrevo o que é dito neste artigo por Alberto Gonçalves, no DN:

Segundo o próprio, Mário Soares não viu tanta fome em Portugal "nem no tempo de Salazar". O que explica isto? Na versão clínica, talvez a hipótese de a memória do dr. Soares sofrer de alguns percalços. Na versão conspirativa, talvez a hipótese de o dr. Soares afinal não passar de um revisionista de Maio disfarçado de campeão de Abril. Na versão plausível, talvez a hipótese de o dr. Soares proferir os disparates que julga necessários aos seus objectivos.

Hoje, é ele mesmo quem confessa: "Toda a gente diz na televisão que não há dinheiro para comprar pão, para comprar nada, tem de ir pedir, ir aos caixotes de lixo. Alguma vez se viu isto em Portugal? Eu tenho 88 anos e nunca vi. Sinceramente nunca vi, nem [todos juntos, agora] no tempo de Salazar." Em suma, a perspectiva histórica de um dos maiores vultos do Portugal contemporâneo fundamenta-se exclusivamente no que lhe chega através dos "telejornais", inexistentes ou inconsequentes durante o Estado Novo e incansáveis em denúncias, com ou sem aspas, desde que, para irritação de muitos amigos do dr. Soares, Cavaco Silva abriu as ondas hertzianas à iniciativa privada.

O dr. Soares responde por ele, mas num país menos exótico atoardas assim não se limitariam a demonstrar ignorância ou má-fé: prejudicariam a causa que actualmente o motiva, leia-se o derrube do Governo. O Governo é uma desgraça? Com certeza. Sucede que, em primeiro lugar, não é uma desgraça pelas razões avançadas pelo dr. Soares, já que uma política que esfola os contribuintes para preservar o Estado lembra bastante mais o socialismo do que o mítico "neoliberalismo", esse consolo dos simples. Em segundo lugar, o Governo não é uma desgraça comparável à regência de Salazar pela prosaica razão de que, ao contrário deste, o dr. Passos Coelho foi livremente eleito por uma razoável quantidade de cidadãos, eventualmente superior às 70 ou 80 alminhas subscritoras da carta do dr. Soares a pedir a demissão do primeiro-ministro. Em terceiro e último lugar, as hipérboles tendem a ridicularizar os seus autores, e só um território de pasmados justifica a tolerância de que o dr. Soares dispõe.

Sem dúvida que a iliteracia do tempo facilita o exercício. Bush invade o Afeganistão e o Iraque? Bush é igual a Hitler. Israel defende-se de ataques terroristas? Os líderes israelitas são iguais a Hitler. Merkel recusa financiar-nos incondicionalmente? Merkel é igual a Hitler. Os novos mapas do iPhone não primam pelo rigor? A Apple é pior do que a Gestapo. Até ver, o dr. Passos Coelho fica-se pela equivalência (desfavorável) a Salazar. Se, um dia, executar uma reforma digna do nome, é garantido que a rigorosa escala do dr. Soares o colocará a par do Führer, o padrão de medida em vigor. Não seria mais idiota se comparássemos o dr. Soares por exemplo a Estaline, com a atenuante de que o dr. Passos Coelho nunca integrou a Mocidade Portuguesa nem alimenta simpatias evidentes pelo Terceiro Reich, enquanto o "pai da democracia" serviu indirectamente o "pai dos povos" ao longo de sete anos. Contra Salazar, que pelos vistos não merecia a desfeita.

Lord Monckton on what happened when he took the floor at COP18

domingo, 16 de dezembro de 2012

Caros/as amigas/os e confrades




Claro que vos venho desejar um Bom Natal. Claro que vos desejo um Bom Natal. Embora suspeite que o não ireis ter tão bom assim.

Ou seja: bom, o que se diz bom, porque apesar da retórica e dos truques o estado do País, deste nosso Portugal que todos amamamos pois não tem culpa de ser e ter sido liderado(?) por díscolos e mentirosos compulsivos, é cada vez mais inquietante. E nem será necessário, para o constatar, recorrer à demagogia de sectores que, aquando do tempo em que internacionalmente dominavam metade do mundo, ainda fizeram pior, mais sujo e criminal. Palavras dessas as leva o vento...

 E digo ainda: como o progresso financeiro tem estado proverbialmente, principalmente a beneficiar patifes hábeis, e como eu não tenho contactos/confrades patifes - infiro que ireis ter, como eu, quadra algo amargurada.

 Fica-nos, é claro, a felicidade interior. Mas essa não se merca nas boticas (nem nas sacristias, apesar da agitprop propagandística desse sector) pelo que ela é, na verdade, um caso de vivência pessoal e intransmissível.

 Resta-nos pois, muito para além das realidades escuras, a fraternidade de uns para os outros como campo susceptível de sentirmos um pouco de calor humano - esse halo que pode clarear os dias. Uma espécie de sursum corda para que a iluminação quotidiana nos possa atingir.

  E essa dou-vo-la sem desdouro, carreada num desejo de que tudo vos corra pelo melhor!

  Os proverbiais abrqs e bjh do vosso confrade

   ns


PScriptum - O bloquinho anexo, que vos envio à guisa de humilde presente, acha-se também no TriploV, no Ablogando e no Frère Julien (França), nos quais podereis ler coisas excelentes de outros autores.



A terra prometida e Oito lendas para o Natal



A terra prometida (tapeçaria)


   Neste nosso tempo de quimeras e algumas certezas – mas menos de certezas que de quimeras – o Natal está colocado (colocaram-no) num ponto algo incerto entre a realidade histórica e a legenda fideísta.


  Nem será preciso chamar a atenção para as últimas polémicas (se de polémicas se trataram) que têm rodeado a reconfiguração de figuras, de presenças, no tradicional Presépio que a veneração, a tradição e o apego a uma certa vernaculidade compósita de protagonistas animais (sim, refiro-me à vaquinha e ao burro, sinais de singeleza e quotidiano participativo) pelos tempos dos Tempos se puseram em acção no palco presumível da História sacra.


  Seja como for, em nós que persistimos em não perder o nosso coração de crianças o Natal segue sendo um espaço aberto na nossa sucessão dos anos, no nosso evidente encantamento feito duma junção muito clara de recordações e de fidelidade ao passado que, se é verdade que não volta, podemos contudo reviver, creio, mediante a celebração de um ritmo e de uma memória situados em momentos idos de um tempo feliz.


  Será, terá sido, o tempo de uma “terra prometida”, que através de uma inflexão que entronca nos territórios de um certo sagrado, mormente da Arte, podemos de novo tentar trazer à convivência de todos os que não esqueceram natais antigos.



 E, a despeito das amarguras, vos deseja um próspero e fecundo Natal o vosso et nunc et sempre

ns

Equívoco técnico...



... ou equívoco linguístico? É que eu daria outros nomes a isto.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Nivaldo Cordeiro: Chacinas e desarmamento civil

"O recente massacre de crianças nos EUA trouxe de novo a ladainha midiática pelo desarmamento civil, uma falsificação dos fatos. O que se viu é que leis nos EUA tornaram os campus escolares território 'livre' das armas dos bons cidadãos, mas os chacinadores não as respeitam e lá encontram sua caça abundante e sem resistência. É o que há contidianamente nas periferias das nossas cidades, que contabilizam chacinas diárias. Aqui os bandidos têm o monopólio das armas."

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Leopoldo Federico - Seleccion de Astor Piazzolla [HD]

Lula lá? O polvo de Lula?


"Lula lá, no banco dos réus? É uma forte possibilidade, depois das contundentes revelações de Marcos Valério à Procuradoria Geral da República, onde tornou público inclusive que pagou com verbas do Mensalão despesas pessoais de Lula. Um crIme de peculato caracterizado. Porém Lula é mais que um homem, tornou-se um símbolo. Vamos ver se a Justiça vai subjugá-lo"

A "Palestina"




(imagem obtida aqui)

A propósito da visita de agradecimento a Portugal do Ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano, transcrevo este artigo de Alberto Gonçalves, no DN, publicado dias atrás:

"Nascida" na sequência da Guerra dos Seis Dias, a Palestina é uma artimanha, uma estratégia de afronta, um instrumento político. Curiosamente, durante décadas foi um instrumento ao serviço da propaganda "sionista", ou pelo menos assim o garantiam inúmeros representantes árabes e os historiadores menos inclinados para o lado israelita da história. Basta ler uns livrinhos para perceber que, enquanto lhes deu jeito, isto é, sobretudo até 1948, os vizinhos de Israel deram-se a consideráveis trabalhos para desvalorizar a ideia de um povo independente, ou sequer específico, chamado palestiniano. A opinião consensual era a de que tal povo não era mais do que parte integrante da Síria, e sírios, ou em certos casos turcos, era aquilo que os próprios "palestinianos" se achavam. Depois veio Israel, as ofensivas falhadas contra Israel e, à custa do terrorismo de Arafat e, posteriormente, do Hamas, legitimou-se uma nação inventada sobre o racismo e a opressão das minorias, que pelos vistos só importam às vezes.

Esta semana, o nosso parlamento congratulou-se por unanimidade com o voto favorável de Portugal à admissão da Palestina como Estado observador da ONU. Qualificar o voto e os deputados que o festejaram implicaria o uso de linguagem inadequada a um jornal sério.

Nigel Farage: The Curious Case of Mr Cameron

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

John Stossel - Tragedy Of The Commons

"E se um Marinho e Pinto quiser ser presidente da República?"





É este o título do artigo de FilomenaMartins, no DN, que transcrevo de seguida:

Apesar de ainda faltarem três anos e picos para as presidenciais em Portugal, várias figuras começaram já a posicionar-se. Interessa perceber quais e com que intenções. Além dos nomes oficiais que cada partido irá escolher, há uma longa lista de protocandidatos da esquerda à direita: começa em Carvalho da Silva e acaba em Durão Barroso, mas engloba, ou pode vir a englobar ainda, Francisco Louçã, António Guterres, Carlos César, o próprio José Sócrates, Jaime Gama, Marcelo Rebelo de Sousa ou até Mota Amaral. E seguramente que me estão a falhar alguns. Mas a este rol faz todo o sentido acrescentar uma figura da tendência que cada vez ganha mais força entre os portugueses, alguém que emane da dita sociedade civil, independente e, digamos assim, apartidário. Marinho e Pinto, o bastonário da Ordem dos Advogados está claramente a fazer esse caminho.

Comecemos pelos mais óbvios. À esquerda, Carvalho da Silva tenta há mais de um ano uma candidatura mobilizadora, que conta com um apoio que ainda tem um significativo peso público: Mário Soares. As ligações ao PCP, de que nunca se demarcou totalmente, e o suporte sindical, onde fez carreira, serão a sua base de partida que pode pescar muitas outras franjas partidárias. O ex-líder da CGTP corre agora o risco de poder ter como concorrente Francisco Louçã, que liberto das funções no Bloco e da tribuna da Assembleia da República ganhou uma espécie de estatuto de senador da República.

Já à direita, o duelo pode ser muito mais complicado. Os dois nomes que saltam à vista "marcam-se" mutuamente. Durão Barroso seria a candidatura mais consensual, mas talvez ache que ainda não está na idade nem no tempo de regressar ao País a que um dia virou as costas, preferindo prosseguir a sua carreira internacional, na Europa ou no mundo, provavelmente até no sector privado. Por via das dúvidas, Marcelo Rebelo de Sousa vem fazendo os trabalhos de casa. Tirando partido da força do seu espaço televisivo, arma-se todas as semanas no crítico do regime, na voz da consciência do Governo, porque sabe que assim ganha pontos na opinião pública. Quer tornar-se um híbrido partidário. Mas como não é fácil descolar do papel que teve, e tem, dentro do PSD, pode ter de jogar em antecipação e formalizar a sua intenção para obrigar Passos Coelho - ou quem for o líder do partido na altura - a definir-se. Seja como for, é um nome fortíssimo.

E chegamos então ao PS. Se fosse possível convencer António Guterres a voltar ao pântano da pátria - agora ainda mais lamacento -, poderia estar tudo resolvido. Mas se Guterres preferir a ONU ou a UNICEF, José Sócrates, que no seu retiro parisiense assiste de camarote ao facto de ser o atual Governo quem mais faz pela limpeza do seu nome, é sempre uma hipótese. Mas só o tempo dirá se será o tempo certo.

E é aqui, ao centro, que melhor se pode posicionar um nome como o de Marinho e Pinto. Até os menos atentos se terão apercebido de como o bastonário da Ordem dos Advogados se tem desdobrado em declarações, conferências, presenças e tomadas de posição. Ainda que algo conotado com o socratismo, Marinho e Pinto é, concorde-se ou discorde-se, a voz do povo, dos "descamisados" contra os poderosos. Está à frente dos advogados como podia estar a guiar o táxi onde a maioria dos portugueses viaja. E entre todas as guerras em que se mete, as polémicas em que se autoenvolve e os erros que comete, é preciso dizê-lo, traz para a discussão muitas verdades que se perdem na enxurrada. O poder odeia-o e seguramente escorraçá-lo-á. Mas o povo gosta e revê-se nele. O seu populismo, a roçar a demagogia, insisto, pode fazer caminho. Até acho que um qualquer José Manuel Coelho faz sempre falta. Mas Marinho e Pinto é muito mais perigoso: por ele próprio e pela votação que pode conseguir. Não se riam. Foi a isto que chegámos. Foi isto que criámos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Síntese da participação de Percival Puggina no programa sobre ''Comissão Estadual da 'Verdade' ''. Conversas Cruzadas.


Obama: deus do investimento "virtuoso"

Obama pediu emprestado à China 250 milhões de dólares para investir como "estímulo" na fábrica de baterias para carros A123.

A empresa gastou 100 milhões, faliu ainda antes de conseguir completar o investimento e os chineses compraram a empresa ao preço da chuva.

Obama ficou sem 100 milhões que terá que pagar aos chineses e os chineses ficaram com a fábrica a preço da uva mijona.

Ainda sobre Niemeyer





Escreve Alberto Gonçalves, no DN:

O humanista que venerava Estaline

Uma ocasião, ao conduzir à toa por São Paulo, deparei com a Mão de Oscar Niemeyer. A Mão é uma escultura que integra o conjunto de edifícios do Memorial da América Latina, também projectado pelo arquitecto, e, grosso modo, representa o continente a sangrar. Naturalmente, foi concebida enquanto a típica denúncia da opressão que marcou e marca a história daquelas paragens. Contra os tiranos, tudo, não é verdade?

Parece que nem tanto. O autor da Mão manteve uma longa, jovial e pública amizade com o tirano mais duradouro dos séculos XX e, no fundo, XXI: Fidel Castro. Além disso, admirava o tirano mais mortífero de sempre, sob o argumento de que as suas acções se justificavam pela "defesa da revolução": "Estaline era fantástico", declarou numa entrevista.

Ou seja, Niemeyer legitimou através do exemplo os assassinos de que as suas criações fingiam queixar-se. Não se trata apenas de um caso em que a arte é maior do que a vida: a estética de Niemayer, do desconforto à "disfunção", é discutível; o carácter, uma vergonha sem discussão. Na hora da sua morte, os media chamaram-lhe humanista, conceito que não sendo irónico começa a parecer pejorativo. Ainda iremos a tempo de canonizar Albert Speer?

sábado, 8 de dezembro de 2012

Lord Monckton, o demolidor

Christopher Monckton fala da sua intervenção, da sua posterior expulsão e da estratégia que a cáfila marxista ONU tenta implementar: o governo mundial.

Eco de um tolo...? Tolo será quem pense que a velha jogada não estava apenas à espera de um pretexto!




(imagem obtida aqui)

Escreveu Henrique Medina  (as letras a cheio são dele):

O nome do ex-ministro das Finanças fazia ontem a manchete de um jornal - o 'Sol'. Dizia assim: "Apanhado na rede" e informava que a "investigação do caso Monte Branco (...) apanhou um nome totalmente improvável". A fotografia de Medina Carreira era a maior mancha gráfica da primeira página.

O ex-ministro e comentador reagiu com calma, dizendo que tinham ido a sua casa e ao seu escritório e nada tinham encontrado. Não ficou sequer como arguido.

Hoje, diversos jornais, entre os quais o Expresso, indicam que o nome de Medina Carreira seria um código usado na rede Monte Branco (e referente a outra pessoa), nada tendo a ver com a participação na rede do advogado e fiscalista que foi ministro das Finanças nos anos 70.

Vamos, pois, reconstituir a notícia: um nome aparece em documentos apreendidos num processo de investigação; a justiça naturalmente investiga e, aparentemente, chega à conclusão de que a pessoa a que corresponde esse nome nada tem a ver com o caso.

Pelo meio, alguém ligado à investigação, revela a um jornal o nome concreto que surgiu em documentos e o jornal espeta-o na primeira página.

Na verdade, como muito bem disse o visado Medina Carreira, não tem de haver aqui nenhuma conspiração ou cabala. Basta existir, como existiu, digo eu, um agente ligado à investigação completamente idiota ou tolo, uma jornalista que gosta de servir de eco a esse tipo de tolos e um jornal que publica qualquer coisa que lhe chegue sem tentar aprofundar, confirmar ou contrastar.

Gostava que houvesse uma investigação a sério e que, pelo menos, se soubesse quem é o agente tolo... porque a jornalista sabe-se que é costumeira neste tipo de andanças.
Digam lá agora se não é verdade que mais vale não haver segredo de Justiça. Ao menos, desse modo, ficaríamos com a história toda, contada por ambos os lados e não apenas com a versão do agente tolo e da jornalista eco.

Nunca tantos deveram tanto a tão poucos

Via WUWT:

Mais umas mini-férias da horda de salvadores do mundo foi estatelada no que respeita às intenções. Já poucos falam do assunto, mas a verdade é que se realizou, desta vez em Doha, no Qatar, mais uma cimeira para salvar o planeta da nefasta presença do homem.

Segundo alguns, a culpa foi de Christopher Monckton.
The 18th Climate Change Summit in Doha is drawing to an end after once again failing to find common consensus on what it calls a major threat to human existence. Failure seemed inevitable after climate skeptic Lord Monckton crashed the event.

Monckton aproveitou uma distracção da organização, tomou o microfone e, em cerca de 40s, chamou a atenção que o "aquecimento global" cessou há 16 anos.


Estaremos perante os 40s mais valiosos da história? Chuchill diria certamente: nunca tantos deveram tanto a tão poucos.

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O resumo de Monckton relativamente ao período festivo em análise:

Notícias da paz

No Lisboa - Tel Aviv:
 A Palestina é nossa do rio até ao mar e do sul para o norte. Não haverá concessão de uma polegada de terra.
 
Se fosse um político israelita que dissesse isto, o banzé que não seria. 

"Diferenças"


Quem não pedir uma rusga policial será suspeito

Deixou de haver investigações, passou a haver escutas, escutas à pazada. Passou-se de pesca à linha para pesca de arrasto.

Deixou agora de haver pesca de arrasto para se passar a rusga à molhada. Não passou cheques carecas? É suspeito de ser suspeito.

De Cunhal a Arménio, as Coveiras Mafarricas

No recente congresso do partido nazi-comunista PCP, Álvaro Cunhal foi homenageado. Aqui vai a minha dedicatória:


Entretanto, um dos seus homenageantes e insigne seguidor, Arménio Santos, tomou conta da CGTPCP:

URSS v2.0

 
O áudio desaparece a partir de determinado ponto.

Uma cáfila de servidores de regimes nazi-socialistas têm-se infiltrado em Bruxelas. A partir desse ninho de bruxas tentam recriar a URSS possível.

3 crianças a cuidado de um casal de militantes do UKIP foram retiradas por se tratarem de acolhedores "racistas".

Bruxelas proíbe ‘Árvore de Natal ofensiva’ aos muçulmanos.

Recebido por e-mail:

Por The Right Perspective | Tradução de Teresa Maria Freixinho – Fratres in Unum.com: Na quarta-feira, as autoridades governamentais de Bruxelas, Bélgica, proibiram a exposição de uma Árvore de Natal popular por preocupação de que a população muçulmana local a considerasse “ofensiva”.

Uma “árvore de inverno eletrônica” tomará o lugar da Árvore de Natal tradicional e do Presépio no centro da cidade do Grand Place, relata o Brussels News.

A escultura eletrônica ficará a 25 metros de altura e consiste em um conjunto de telas de televisão, relata o Brussels Expat. “Durante o dia será possível escalar o topo da árvore, onde você poderá desfrutar de uma visão panorâmica da cidade,” explica o sítio na Internet. “Assim que escurecer, a árvore se transforma em um espetáculo de luz e som. A cada dez minutos um show surpreendente será exibido.”

A vereadora Bianca Debaets acredita que um “argumento equivocado” sobre sensibilidades religiosas motivou Bruxelas a erigir a escultura luminosa. Para expressar o seu ponto de vista, ela menciona o fato de que a exibição da árvore não seja de maneira alguma relacionada ao “Natal”.

“Suspeito que a referência à religião cristã tenha sido o fator decisivo” para a substituição da árvore, disse aos jornalistas. “Para muitas pessoas que não são cristãs, a árvore lhes é ofensiva.”

Muitas cidades na Bélgica têm populações muçulmanas crescentes. Um estudo de 2008 revelou que os muçulmanos constituem 25,5 % da população de Bruxelas, 3,9 % de Flandres, e 4% de Valônia.

Dois muçulmanos eleitos para a Câmara de Vereadores de Bruxelas no mês passado prometeram transformar a Bélgica em um estado muçulmano com base na lei da Xaria, conforme noticiado anteriormente.

“Será que uma cidade histórica como Bruxelas precisa ser sensível a tradições? E será que uma cidade multi-religiosa como Bruxelas não deveria deixar espaço para a individualidade de cada filosofia?”, indaga Debaets.

Outras autoridades municipais insistem em dizer que a mudança não foi feita para apaziguar os muçulmanos ou outros grupos. Nicolas Dassonville, porta-voz do Prefeito Thielemans (PS), disse que o Presépio permanecerá na Grand Place.

O patrocinador da árvore, a empresa geradora de eletricidade Electrabel, fez a proposta para construir a escultura eletrônica este ano, disse Dassonville.