domingo, 16 de dezembro de 2012

Caros/as amigas/os e confrades




Claro que vos venho desejar um Bom Natal. Claro que vos desejo um Bom Natal. Embora suspeite que o não ireis ter tão bom assim.

Ou seja: bom, o que se diz bom, porque apesar da retórica e dos truques o estado do País, deste nosso Portugal que todos amamamos pois não tem culpa de ser e ter sido liderado(?) por díscolos e mentirosos compulsivos, é cada vez mais inquietante. E nem será necessário, para o constatar, recorrer à demagogia de sectores que, aquando do tempo em que internacionalmente dominavam metade do mundo, ainda fizeram pior, mais sujo e criminal. Palavras dessas as leva o vento...

 E digo ainda: como o progresso financeiro tem estado proverbialmente, principalmente a beneficiar patifes hábeis, e como eu não tenho contactos/confrades patifes - infiro que ireis ter, como eu, quadra algo amargurada.

 Fica-nos, é claro, a felicidade interior. Mas essa não se merca nas boticas (nem nas sacristias, apesar da agitprop propagandística desse sector) pelo que ela é, na verdade, um caso de vivência pessoal e intransmissível.

 Resta-nos pois, muito para além das realidades escuras, a fraternidade de uns para os outros como campo susceptível de sentirmos um pouco de calor humano - esse halo que pode clarear os dias. Uma espécie de sursum corda para que a iluminação quotidiana nos possa atingir.

  E essa dou-vo-la sem desdouro, carreada num desejo de que tudo vos corra pelo melhor!

  Os proverbiais abrqs e bjh do vosso confrade

   ns


PScriptum - O bloquinho anexo, que vos envio à guisa de humilde presente, acha-se também no TriploV, no Ablogando e no Frère Julien (França), nos quais podereis ler coisas excelentes de outros autores.



A terra prometida e Oito lendas para o Natal



A terra prometida (tapeçaria)


   Neste nosso tempo de quimeras e algumas certezas – mas menos de certezas que de quimeras – o Natal está colocado (colocaram-no) num ponto algo incerto entre a realidade histórica e a legenda fideísta.


  Nem será preciso chamar a atenção para as últimas polémicas (se de polémicas se trataram) que têm rodeado a reconfiguração de figuras, de presenças, no tradicional Presépio que a veneração, a tradição e o apego a uma certa vernaculidade compósita de protagonistas animais (sim, refiro-me à vaquinha e ao burro, sinais de singeleza e quotidiano participativo) pelos tempos dos Tempos se puseram em acção no palco presumível da História sacra.


  Seja como for, em nós que persistimos em não perder o nosso coração de crianças o Natal segue sendo um espaço aberto na nossa sucessão dos anos, no nosso evidente encantamento feito duma junção muito clara de recordações e de fidelidade ao passado que, se é verdade que não volta, podemos contudo reviver, creio, mediante a celebração de um ritmo e de uma memória situados em momentos idos de um tempo feliz.


  Será, terá sido, o tempo de uma “terra prometida”, que através de uma inflexão que entronca nos territórios de um certo sagrado, mormente da Arte, podemos de novo tentar trazer à convivência de todos os que não esqueceram natais antigos.



 E, a despeito das amarguras, vos deseja um próspero e fecundo Natal o vosso et nunc et sempre

ns

1 comentário:

Joaquim Simões disse...

Bom Natal também para si, ns! Gostei destes presentes camandou ó pessoal.