(imagem obtida aqui)
Escreveu Henrique Medina (as letras a cheio são dele):
O nome do ex-ministro das Finanças fazia
ontem a manchete de um jornal - o 'Sol'. Dizia assim: "Apanhado na
rede" e informava que a "investigação do caso Monte Branco (...)
apanhou um nome totalmente improvável". A fotografia de Medina
Carreira era a maior mancha gráfica da primeira página.
O ex-ministro e comentador reagiu com
calma, dizendo que tinham ido a sua casa e ao seu escritório e nada
tinham encontrado. Não ficou sequer como arguido.
Hoje, diversos jornais, entre os quais o
Expresso, indicam que o nome de Medina Carreira seria um código usado na
rede Monte Branco (e referente a outra pessoa), nada tendo a ver com a
participação na rede do advogado e fiscalista que foi ministro das Finanças nos
anos 70.
Vamos, pois, reconstituir a notícia: um
nome aparece em documentos apreendidos num processo de investigação; a justiça
naturalmente investiga e, aparentemente, chega à conclusão de que a pessoa a
que corresponde esse nome nada tem a ver com o caso.
Pelo meio, alguém ligado à investigação, revela
a um jornal o nome concreto que surgiu em documentos e o jornal
espeta-o na primeira página.
Na verdade, como muito bem disse o visado
Medina Carreira, não tem de haver aqui nenhuma conspiração ou cabala.
Basta existir, como existiu, digo eu, um agente ligado à investigação
completamente idiota ou tolo, uma jornalista que gosta de servir de eco a
esse tipo de tolos e um jornal que publica qualquer coisa que lhe chegue sem
tentar aprofundar, confirmar ou contrastar.
Gostava que houvesse uma investigação a
sério e que, pelo menos, se soubesse quem é o agente tolo... porque
a jornalista sabe-se que é costumeira neste tipo de andanças.
Digam lá agora se não é verdade que mais
vale não haver segredo de Justiça. Ao menos, desse modo, ficaríamos com
a história toda, contada por ambos os lados e não apenas com a versão
do agente tolo e da jornalista eco.
1 comentário:
Este acto cometido contra Medina Carreira (pois foi disso que se tratou, não tenhamos medo das palavras!)revela o tipo de mentalidade persecutória, policiesca e gaiatamente coscuvilheira (incrementada por jóias como o célebre, infaustamente célebre, Casa dos Segredos e quejandos)que tentam estabelecer em Portugal, esta desgraçada república cripto-fascista de fachada democrática. Mas mostra algo mais, mais sórdido e perigoso por sujo: precipitarem-se de imediato, antevendo o massacre que viria a seguir, sobre um homem que, se algum "defeito" tem, é o de os ter no sítio e encarar os touros de frente falando alto e bom som nas suas sacanices e outras sujeiras arqui-famosas. Nesta medida, apesar de Medina achar que não foi cabala - é um homem sério e que não se descalça em público - o resultado foi semelhante: a tentativa de enlamearem um senhor que, na verdade, devia deixar as cavalheirescas posições e processá-los como cumpre!
Aqui na minha Beira Alta natal costumamos dizer: "Ai que belo arrocho nos costados dessa tropa"!
Vicente Páscoa
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