sábado, 10 de maio de 2014

ELES QUE FALEM COM AS FORMIGAS!


Nicolau Saião, Monstrinhos lusitanos

Por um abstencionismo criativo

Segundo a tese de Alain Lancelot,  professor catedrático de Sociologia no Colégio de França, normalmente os abstencionistas exercem quase sempre papéis sociais subordinados, são indivíduos mal integrados, correndo-se com eles o risco de as eleições se transformares num debate entre privilegiados. O abstencionismo é, assim, a não participação no sufrágio ou em actividades políticas, equivalendo a apatia ou indiferença.




Normalmente… Quase sempre…

Mas pode não ser assim…

Nos Estados Unidos, na Grécia, na Suécia, no Reino Unido, etc., cresce cada vez mais um movimento espontâneo, consciente, a que chamaremos Abstencionismo Criativo.
As pessoas, os cidadãos, cada vez percebem melhor que são, de facto, desenquadrados, desintegrados, desprezados pelo sistema de castas políticas, verdadeiros malandrins sociais, que ocuparam os cinzentos corredores da actividade governativa ou de poder.


Em suma, o poder está a fazer, e por vezes descaradamente, de nós todos pessoas e cidadãos supranumerários.



A melhor forma de lhes mostrarmos o nosso repúdio e oposição é deixarmos de lhes ligar meia. Não como objectos de análise do professor francês, mas como cidadãos conscientes e que se respeitam. Que é isso de fazerem pouco de nós, de nos prejudicarem a cada passo? Com as suas mentiras ou, dito de forma politicamente correcta (risos), inverdades?


Como somos pessoas dignas, mandemo-los à fava, deixemo-los a falar com as formigas.

Mostremos que somos possuidores de espinha dorsal e não meros bonecos que eles manipulam a seu bel-prazer.


Não votemos. Deixemo-los o mais possível sós e mergulhados nos seus sujos joguinhos de interesse. Mandemo-los bugiar.
Vamos à praia, vamos até ao campo, vamos passar umas belas horinhas com a amada e vice-versa, vamos ao museu ou a uma biblioteca – caso os encerrem, fiquemos em casa a ouvir Cimarosa, Mozart, Schubert, o Ennio Morricone…

Gustave Courbet, A origem do mundo

A pouco e pouco, crescendo o nosso desprezo por eles, crescerá também o justo ressalto, numa cidadania atenta, exigente, que não vai mais em cantigas de vigarista encartados.

Pratiquemos um Abstencionismo Criativo!

Nicolau Saião, Representante Europeu


Nicolau Saião / Manuel Caldeira
(Portalegre / Londres)

Nota – Os autores deste texto não seguem os preceitos do chamado Acordo Ortográfico. Em escrita ou mesmo a falar…


1 comentário:

ora viva disse...

abstenhamo-nos... mas sem abstinência de...