A estratégia do PS era simples: deixar que o governo fizesse o que tem que ser feito e que ele sabe ter que ser feito, de forma a chegar-se às próximas eleições com o trabalho feito mas na cava do processo. O governo sabe que tem que acelerar para lá chegar já depois da cava. Evidentemente que o primeiro caso arrasta o período de sofrimento e o segundo abrevia-o. Para o PS, o sofrimento dos portugueses, aliás criado por ele próprio, é irrelevante, pois apenas lhe interessa estar instalado no poder alimentando de ego e não só, as suas tropas.
Para o PS, como para qualquer socialista, a realidade pouco interessa desde que a onda seja por eles cavalgada. A orgástica recente excitação resultou da sua subida nas sondagens. Este tique da "pressa?" resulta da presente descida.
É gente que vive não da realidade mas do que parece, do marqueting, dos 'sinais', da moda, da crença, do auto-convencimento, do umbigo. Em boa medida militam numa forma desviante de religião, substancialmente solipsista.
2 comentários:
"É gente que vive não da realidade mas do que parece, do marqueting, dos 'sinais', da moda, da crença, do auto-convencimento, do umbigo", diz Manuel Graça. É verdade, mas infelizmente há uma verdade mais funda e mais suja. Se o amigo os conhecesse como eu os conheci, como observador privilegiado que não como assecla, saberia a torva verdade: é gente sim que vive do oportunismo, da avidez, da falta de senso político e social e de um apetite sem limites. Em suma: da velhacaria chã e sem "filosofias". E todos os marxianos são assim, excepto nos casos graves, como no Leste e no extremo ocidente (novo mundo) em que apostam mesmo no crime e na mentira puros e simples. Graça, como adversário educado daqueles torpes (com excepções que sempre as há) foi civilizado e brando. Que a realidade é ainda pior, veja-se o caso do "comum" Pinóquio e de outros pequenos abutres.
Jorge Guelvada
Caro Guelvada,
Esta xuxadeira de tótózés socretinos, masters da "ética republicana", deixam-me entre o abismo de não perceber como a república lhes sobrevive ou se a monarquia se mantém.
Para burgueses falta-lhes o monocórdico mas salutar tique do eterno novo projecto em que cada um pretende envolver sempre e cada vez mais gente que deles, projectos, vai vivendo e fazendo viver, estando bem e produzindo bem-estar.
Para nobres, falta-lhes a responsabilidade de viverem do que produzem aqueles que nas terras deles vivem, pese embora as investidas do fisco que bem (infelizmente) lhes tenta facultar base de sustentação.
Tem sido difícil erradicar a febre da carraça.
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