(imagem obtida aqui)
sexta-feira, 26 de julho de 2013
domingo, 21 de julho de 2013
Lembram-se daquela velha anedota?
Na África do Sul, antes do fim do apartheid, dois negros são atropelados por um branco. Um deles entra no automóvel pelo pára-brisas; o outro é projectado à distância.
O caso vai a tribunal e o juiz condena ambas as vítimas: a primeira, por invasão de propriedade; a segunda, por fugir do local do crime.
sábado, 20 de julho de 2013
Deus, que me lembre, nunca formou nem chefiou exércitos ou gangs...
Mas cá estão eles para O corrigir!
P.S. - Já agora, uma pergunta: porque será que eu ainda não ouvi referências que se vejam na nossa social-comunicação? Não acredito que seja por causa de Hollande ser... o que é.
P.S. - Já agora, uma pergunta: porque será que eu ainda não ouvi referências que se vejam na nossa social-comunicação? Não acredito que seja por causa de Hollande ser... o que é.
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Aula de Pentateuco dada por teóloga feminista
O Adão comeu a maçã e pecou.
Se tivesse comido a Eva
ainda estaria no Paraíso.
(Recebido por e-mail)
quarta-feira, 17 de julho de 2013
4 crónicas 4...
(imagem obtida aqui)
... de Alberto Gonçalves.
Crise e castigo
Na quarta-feira, mal Cavaco Silva
terminou a comunicação ao País, as televisões encheram-se de especialistas
empenhados em interpretar a mensagem presidencial e explicá-la aos simples.
Naturalmente, cada um apresentou uma interpretação distinta, conforme à
respectiva filiação ideológica e à opinião que tem do actual Presidente da
República. Houve quem acusasse o prof. Cavaco de interferir excessivamente no
quadro político e quem o acusasse de fugir das responsabilidades. Houve quem
acusasse o prof. Cavaco de evitar eleições antecipadas e quem o acusasse de
promover eleições antecipadas. Houve quem acusasse o prof. Cavaco de rigor
constitucionalista e quem o acusasse de ignorar a Constituição. Houve quem
acusasse o prof. Cavaco de salvar um Governo inviável e quem o acusasse de
sabotar um Governo viável. Houve quem acusasse o prof. Cavaco de servir os
interesses da troika e quem o acusasse de desprezar a
reacção dos mercados. Houve quem acusasse o prof. Cavaco de não saber escolher
uma gravata que combine com o fato e quem o acusasse de não saber escolher um
fato que combine com a gravata (esta última é inventada, embora por pouco). E
os escassos especialistas que gostam do prof. Cavaco aplaudiram-no por quase
todas as posições acima descritas. Obviamente, o cidadão comum não percebeu
nada. Desconfio que os especialistas também não.
A verdade
é que, à semelhança dos alienígenas que de longe a longe visitam o planeta, o
prof. Cavaco cometeu a proeza de deixar inúmeras mensagens talvez
indecifráveis. Com a desvantagem de que, ao contrário dos alienígenas, o prof.
Cavaco em princípio não é fruto da nossa imaginação. Do que disse, ficou por
exemplo clara a exigência de um acordo entre os três partidos não comunistas,
mas a clareza murcha quando o PR não explicita se o acordo exigido é de
natureza parlamentar ou implica a partilha do mando a três, e a clareza foge em
debandada quando o PR defende a manutenção do acordo depois das eleições
antecipadas para 2014, o que no fundo tornaria estas irrelevantes.
A
propósito, eis um tema em que o prof. Cavaco mostrou inabalável firmeza: não
haverá eleições em 2013. Repito, a fim de dissipar as dúvidas: não haverá
eleições em 2013. Só mais uma vez: não haverá eleições em 2013. Excepto, lá
está, se as eleições constituírem uma das "outras soluções no quadro do
nosso sistema jurídico-constitucional" com que o PR ameaça caso o
misterioso acordo partidário não se confirme - desfecho que, aliás, o PR
suspeitará ser provável.
É, porém,
nítida a forma como o prof. Cavaco avaliou o Governo - "na plenitude das
suas funções" -, afirmando sem espaço para hesitações que as decisões do
dr. Passos Coelho dispõem de total legitimidade, a menos, note-se, que o dr.
Passos Coelho teime em transferir competências para o dr. Portas, que não
obtenha o tal acordo com o PS e que não aceite a supervisão do acordo por parte
de uma misteriosa "personalidade de reconhecido prestígio", a qual
decerto chegará montada a cavalo. Ou seja, o Governo existe desde que abdique
de existir. Parece-me justo.
Agora a
sério. Cansado da liderança de garotos que brincam aos países e da oposição de
lunáticos que juram preferir a riqueza à austeridade na presunção de que há
escolha, julgo que o prof. Cavaco decidiu alinhar no pandemónio e, mediante
represálias, aumentá-lo. Mas se os castigos ao dr. Passos Coelho, ao dr. Portas
e ao dr. Seguro são inteiramente merecidos, castigar Portugal em peso é
possivelmente um exagero
Patriota aos 43 anos
Foi com
alegria e orgulho que li as notícias sobre a queima de bandeiras portuguesas na
Bolívia. A alegria deve-se ao facto de a bandeira não ser das mais bonitas da
Terra (a par das do Benin, da Etiópia, do Burkina Faso e, olha a coincidência,
da Bolívia) e a Constituição proibir que seja maltratada de alguma forma,
esquecendo-se de que os autores de semelhante combinação cromática é que
cometeram um atentado estético. O orgulho deve-se ao facto de - ainda que com
dificuldade - alguém ter reparado em nós. Recordemos os pormenores da história.
A 2 de
Julho, o avião em que seguia o Presidente boliviano viu-se impedido de
sobrevoar e de aterrar no espaço aéreo francês, italiano, espanhol e português,
na suspeita de que transportava, recolhido em Moscovo, Edward Snowden, o antigo
agente da CIA que os Estados Unidos hoje perseguem. Ao que consta, o avião
correu riscos de se despenhar por falta de combustível e a afronta a Evo
Morales correu a indignar as ruas do país que este chefia.
Nos dias
seguintes, os "telejornais" mostraram imagens dos indígenas a
insultar repetidamente a França, a Itália e a Espanha, e a injustiça doeu.
Portugal, que dedicou ao sr. Morales o exacto tratamento dedicado pelos seus
vizinhos europeus, não suscitou uma declaração de guerra ou sequer um insulto
gratuito por parte daquele povo em fúria. Era como se não existíssemos, e as
nossas acções, bem ou mal intencionadas, não possuíssem consequências.
Contemplei o espectáculo deprimido e, pelo vistos, sozinho na depressão. Ainda
pensei ter companhia quando o PCP pediu explicações acerca do caso ao ministro
dos Negócios Estrangeiros. Mas não: naturalmente, o PCP estava preocupado com a
atenção dada por Portugal aos EUA, não com o desprezo a que o mundo inteiro
vota Portugal. A tristeza arrastou-se.
Até que,
uma semana depois dos acontecimentos e sem que os mais optimistas o pudessem
prever, uma visão encantada irrompeu nos noticiários: a bandeira nacional
começou a arder nas ruas bolivianas e o nosso país passou a integrar os alvos
explícitos do ódio local. Talvez aguardassem que uma fábrica de têxteis
estampasse o tecido, talvez o MNE mexesse cordelinhos diplomáticos. A verdade é
que me comovi, e não chorei por pouco. Afinal, existimos. Afinal, não somos
menos do que os outros. Não ligo a desporto, e por isso, a bandeira a subir no
mastro não me disse nada quando dos feitos olímpicos de Carlos Lopes, Fernanda
Ribeiro e Rosa Mota. Já a bandeira em chamas à sombra dos Andes representou uma
epifania patriótica que não esperava. Obrigado, dr. Portas. Obrigado, sr.
Morales. Obrigado, pirómanos anónimos de La Paz.
Cortes
A
barafunda política distraiu os portugueses de um drama de proporções
arrepiantes. Falo, como deveria ser escusado dizer, da luta dos funcionários da
Carris contra o capitalismo selvagem e a favor do corte de cabelo à borla.
Passo a explicar.
A Carris,
muito naturalmente e com base na cláusula 69.ª do contrato colectivo de
trabalho, disponibiliza uma rede de barbearias que presta serviços gratuitos
aos seus funcionários, activos ou reformados. Infelizmente, essa conquista
histórica do operariado está em perigo dado que, pelo menos segundo o
testemunho do PCP, a empresa fechou ou tenciona fechar as barbearias em causa,
vergonha que levou o grupo parlamentar daquele partido a rabiscar um requerimento
justamente indignado. Por seu lado, o Ministério da Economia garante que as
barbearias se encontram operacionais e prontas a aparar a mais densa guedelha.
Entretanto, e na aparente impossibilidade de se verificar se as barbearias
existem ou não, os sindicatos da Carris propõem um compromisso: a administração
desiste de garantir os cuidados capilares e começa a pagar 12 euros mensais a
cada funcionário para que este trate do penteado onde entender. A
concretizar-se, os carecas sairão beneficiados do arranjinho. Mas o arranjinho
abre portas a inomináveis atentados aos direitos adquiridos.
Hoje,
corta-se no cabelo, perdão, no barbeiro. E amanhã? Não estará para breve o
momento em que a sanha do lucro e o desprezo pelo ser humano imponham aos
assalariados dos transportes públicos o corte nas manicuras, nas esteticistas e
nos profissionais de aromaterapia? Alguém acredita que um curso de reiki custa
meros 12 euros? Por este andar, ainda veremos maquinistas da CP a financiar as
próprias aulas de ioga e fiscais da Metro do Porto a contrair dívidas à banca
de modo a frequentar as ancestrais sessões de depilação. Enquanto não
compreendermos que o esboroar do Estado social não é apenas uma questão
económica mas também moral, não vamos lá. O povo está pelos cabelos, para
cúmulo desgrenhados.
A
disfunção pública
Um
pequenino bando de sindicalistas da função pública com imenso tempo livre
entrou nas galerias da Assembleia da República e desatou aos berros. A
presidente da AR mandou remover o bando, sugeriu a hipótese de impedir à
partida badernas futuras e citou Simone de Beauvoir: "Não podemos deixar
que os nossos carrascos nos criem maus costumes." Alguém descobriu que, na
origem, a frase se aplicava aos nazis e a fúria contra Assunção Esteves começou
a animar as donzelas do costume. Curiosamente, ninguém se zangou com a senhora
pelo péssimo gosto na escolha dos autores. Mas a curiosidade maior é o facto de
uma gente que acusa de nazismo todos os que defendem regimes livres, por
oposição aos totalitarismos da sua preferência, se escandalizar quando alguém
retribui o piropo, provavelmente exagerado, comparativamente adequado.
domingo, 14 de julho de 2013
Nazismo fresco
O Estalinismo continua vivo e há quem o
recomende. Hoje os capitalistas, amanhã a classe alta, depois a média,
finalmente os que "são irrecuperáveis fac e à revolução", no espiral de
morte que sempre caracterizou todos os regimes marxistas. Depois venham dizer que O PCP não é um partido nazi.
http://oinsurgente.org/2013/07/14/a-extrema-esquerda-tal-como-ela-e/
A corja que despreza a constituição que se ponha a pau. É que, se o meu direito à saúde, educação, pensão, trabalho, habitação, não valem nada, então, também os seus direitos à propriedade provada, aos lucro, à integridade física e moral deixam de ter valor. E nós somos mais que eles.
Miguel Tiago, deputado do PCP.
http://oinsurgente.org/2013/07/14/a-extrema-esquerda-tal-como-ela-e/
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Da "primavera" do Brasil
No Brasil, mais uma "primavera". Também lá há especialistas em determinar quando os outros podem trabalhar ou não.
"O balanço do dia de hoje é terrível para aqueles que são amantes da liberdade e da ordem. Rodovias interditadas, transportes coletivos paralisados,vias urbanas tomadas pelas multidões vociferantes. São tempos pré-revolucionários."
(http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/07/11/protestos-bloqueiam-rodovias-pelo-brasil.htm)
"O balanço do dia de hoje é terrível para aqueles que são amantes da liberdade e da ordem. Rodovias interditadas, transportes coletivos paralisados,vias urbanas tomadas pelas multidões vociferantes. São tempos pré-revolucionários."
(http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/07/11/protestos-bloqueiam-rodovias-pelo-brasil.htm)
Divulgação
Exposição de Pintura “Princesas e Desconcertos” de Lina
Nóbrega
Abertura: Sábado, 13 de Julho, às 16h00 na Quinta Outeiro da Luz, Chaque, Branca -
Albergaria-a-Velha
Laudator:
Nuno Mendonça, editor de vídeo e profissional de Artes Visuais
Música: Patrick
Ganster, guitarra acústica e canto (Pop Acústico)
A entrada é gratuita
A “Arcádia – Arte e Cultura em Diálogo”,
associação sem fins lucrativos, direcionada para o fomento e desenvolvimento da
arte e da cultura em todas as suas vertentes, vem solicitar a Vossa colaboração
no sentido da divulgação do evento “Princesas e Desconcertos” da pintora Lina Nóbrega,
licenciada em estudos artísticos, a decorrer na galeria Arcádia, a 13 de Julho
de 2013 às 16h00, na Quinta Outeiro da Luz, Rua Pe. Artur Pires Conceição 11, Chaque,
Branca, ALB. (vila no IC2 entre Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha).
Biografia da pintora:
Lina Nóbrega, natural de Portalegre, licenciada em
Estudos Artísticos pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, começou
o seu percurso artístico pelo Teatro amador e mais tarde pelo Teatro
profissional.
Despertou o gosto pela pintura desde muito cedo,
inspirada pela pintura naïf que o seu pai praticava.
Encorajada pela aceitação que teve com a sua
primeira colecção " Animal Collection", pôs mãos à obra e em 2013
apresenta pela primeira vez os seus trabalhos pertencentes a este mundo de
"Princesas e Desconcertos" que originou o título desta exposição na
Galeria Arcádia, Quinta Outeiro da Luz com o apoio da Associação Arcádia.
A Exposição encontra-se aberta ao público de 13 de Julho a 1 de Agosto.
Abertura ao público de 14/7 -1.08.2014; Sáb. 9 às 12 h, Dom. 15-18h, Quartas 18-20h, ou após acordo telefónico: 963994458.
Pela Direcção da ARCÁDIA
- Associação de Arte e Cultura em Diálogo
António da Cunha Duarte
Justo
www.arcadia-portugal.com
segunda-feira, 8 de julho de 2013
O cair da burka... deles
Egito - Irmandade
Muçulmana apela à revolta
(dos jornais)
Os
islamitas, que a princípio de forma "branda" e insidiosa tentaram
antidemocraticamente instaurar uma ditadura Corânica com o pretexto de terem um
presidente eleito, mostram agora a sua verdadeira face: fanatismo,
totalitarismo, agressividade que vai até ao terrorismo, violência contra as
mulheres e os que não perfilharem os seus absurdos credos obscurantistas e
medievais.
A exemplo
de Hitler, buscam subverter a Democracia com o que a democracia lhes facultou.
Fascistas,
conforme a designação de Umberto Eco, a má-fé é o seu credo real.
Façamos-lhes frente, sem temor e com coragem!
Gustave Courbet, A origem do mundo
sábado, 6 de julho de 2013
Tem pai que é cego!
A propósito deste certeiro textículo do Rio d'Oiro, vejamos o que corre hoje pela habitual informação:
- Paulo Portas manter-se-á no governo, como vice e coordenador das decisões económicas:
- Álvaro Santos Pereira sairá, sendo substituído pelo meio-amigo de Portas, Pires de Lima, que poderá dividir algumas dessas decisões com o ex-demissionário ministro dos Negócios Estrangeiros;
- Será criado o ministério do Ambiente;
- A Energia, actualmente do âmbito da Economia, virá provavelmente a ser integrada no novo ministério.
Recorde-se ainda que Seguro (naturalmente) e Portas (...) foram convidados da reunião que o grupo Bilderberg fez em Londres, no mês passado.
Divirtam-se.
"A manifesta parvoíce"
A propósito das centenas de pessoas que obedeceram, perdão!, responderam à convocatória da CGTP e se encontravam, há pouco, em frente ao Palácio de Belém, reproduzo aqui esta crónica de Alberto Gonçalves, publicada no DN do passado domingo:
No
entendimento dos sindicatos, cada greve geral é sempre a maior de sempre, o que
se por um lado significa que as anteriores eram comparativamente pelintras, por
outro pretende significar que a capacidade de mobilização da CGTP nunca esteve
tão viçosa. A greve de quinta-feira parece ter sido a excepção: já antes
Arménio Carlos previa apenas "uma grande adesão"; depois, confessou
que não passara de "uma grande greve", enquanto recusava mencionar
números e implicitamente admitia o fracasso. Mesmo nas fantasias que os amigos
do sr. Arménio costumam elaborar, é certo que esta não foi a maior greve de
sempre. Em compensação, as manifestações com que se entretêm os grevistas foram
sem dúvida das mais ridículas.
Após o
pífio ajuntamento promovido pela central sindical à porta da Assembleia da
República, susceptível de envergonhar qualquer animador de massas grego ou
brasileiro, duzentas e vinte e seis insatisfeitas alminhas, algumas menores de
idade, decidiram apimentar o protesto. Vai daí, rumaram às Amoreiras e, em
sinal de desafio aos senhores da troika, tentaram interromper o acesso à Ponte
25 de Abril. Dado ser altamente improvável que o sr. Selassie circulasse por
Alcântara àquela hora, os prejudicados com a proeza resumiam-se aos desgraçados
que, por falta de consciência de classe ou excesso de sensatez, ocuparam o dia
a trabalhar e regressavam a casa à tardinha. Não constituiu, portanto, surpresa
que a polícia recordasse aos intrépidos activistas o facto de ainda habitarmos
um arremedo de Estado de direito e detivesse o bando para identificação.
Naturalmente, a polícia errou.
Errou
porque acreditou tratar-se de um conjunto de criminosos inflexíveis. No máximo,
tratava-se do popular agrupamento Precários Inflexíveis. No mínimo, tratava-se
de criminosos mariquinhas, que mal se viram rodeados pela autoridade desataram
a pedir água e idas ao WC. Valeu a brevidade da detenção, ou os valentes
acabariam a exigir limonada, bolachinhas e a visita dos papás.
Valha-me
Deus: são estes os nossos indignados? Quem, em democracia, se dispõe prejudicar
terceiros deve aceitar que os terceiros, ou os seus representantes, no caso a
polícia, também os prejudique. Por outras palavras, quem se prepara para dar
tem de estar preparado para levar. Com dignidade e sem lamúrias. Já é
embaraçoso ver os insurgentes que, no Brasil, lançam cocktails Molotov num
instante para no instante seguinte gritarem "Ai, meu Deus" sob o
bastão das forças ao serviço da amável comunista Dilma Nãoseiquantos. Porém,
roça o surrealismo que os insurgentes caseiros corram a queixar-se aos media da
brutalidade policial quando a brutalidade em causa consistiu na falta de um
serviço de catering e sanitários. Parecem, e se calhar eram, crianças, donde um
conselho: cresçam e apareçam. Ou, de preferência, desapareçam.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Nivaldo Cordeiro: Lições das ruas efervescentes
"A partir do artigo de Fernando Gabeira (http://www.estadao.com.br/noticias/im...) e do editorial de hoje do Estadão http://www.estadao.com.br/noticias/im...), eu faço algumas reflexões sobre o momento político atual, com as manifestações de massa nas ruas."
O Discurso do filho-da-puta segundo o Correio da Manhã
(imagem obtida aqui)
Estendo a mão para o jornal acabado de chegar à mesa do café. Na página 2, na rubrica do sobe-e-desce, vejo a foto de Nuno Crato com setinha vermelha para baixo, ao lado. Aponta a setinha para o facto de uma avaria no sistema informático do Ministério da Educação ter deixado os registos clínicos de 271 professores ao léu por uns minutos. A setinha aponta isso ao ministro.
Lembro-me do Discurso do filho-da-puta, de Alberto Pimenta. Mas não, não é bem isso. Teria que ser Discurso filho-da-puta tosco do tosco pequeno filho-da-puta. Ou... Fecho cuidadosamente o jornal e ponho-o de novo a jeito de quem passe. Talvez alguém se lembre ainda de outros títulos mais... exactos.
quinta-feira, 4 de julho de 2013
O EGITO E O FRACASSO CIVILIZACIONAL DO ISLÃ
1.
O óbvio será dito e redito sobre o recente golpe militar no Egito: que um golpe é um golpe, e que todo golpe contra um governo democraticamente eleito é antidemocrático. É óbvio, mas não necessariamente verdadeiro.
Um governante não recebe um selo de qualidade democrática de validade automática e perene. Para ser democrático, um governo deve ser constituído de forma democrática e governar de forma democrática. Mas a segunda parte da equação é sempre convenientemente esquecida pelos defensores abstratos da democracia, ou pelos defensores da democracia abstrata, sem nexos com os fatos. É então enfadonho mas necessário relembrar que Hitler foi eleito.
Se a eleição não é suficiente para garantir o caráter democrático de um governo, chega-se à conclusão lógica, apesar de aparentemente paradoxal, de que nem todo golpe contra um governo democraticamente eleito é antidemocrático. Na Turquia, por exemplo, durante o século XX, o exército deu uma série de golpes visando proteger a república e a democracia de ameaças teocráticas. E aqui adentra um complicador a mais. Pois dependendo das circunstâncias ou dos fatos políticos, não só a democracia pode estar ameaçada, como também a república.
A república é uma forma de organização do Estado, a democracia, um modo de instituir o governo representativo. As duas não são xifópagas: podem existir uma sem a outra. A Inglaterra é uma monarquia (portanto, não uma república) e uma democracia; a Espanha de Franco era uma república, mas não uma democracia. Mas estas são exceções. Na história moderna, a república como forma de organização do Estado e a democracia como modo de instituir o governo representativo andam juntas desde seus nascimentos, nas revoluções Americana (1776) e Francesa (1789). Faz sentido: pois na república, ao contrário da monarquia, o soberano é o próprio povo, que por isso mesmo exerce o poder através de seus representantes democraticamente eleitos.
A grande ameaça atual à república é a teocracia, em que o clero detém a soberania. E se o clero é o soberano, não o é o povo. Portanto, de modo claro e simples, não pode haver democracia numa teocracia. Daí a farsa e a falácia do caso iraniano.
Nos demais países muçulmanos, incluindo o Egito, trata-se, diferentemente, de tentar fazer conviver a república e, em tese, a democracia, com governos islâmicos eleitos. Teoricamente é possível: a soberania republicana não deve ser ameaçada por um governo democraticamente eleito. Mas apenas se se acreditar, ou se iludir, que modelos político-institucionais são universais ou universalizáveis, a despeito de histórias, culturas e sociedades específicas.
Um governo islâmico, não importa a forma como chegue ao poder, é um governo movido não por um programa, mas por uma ideologia. Neste sentido, é como um governo comunista ou fascista. Não se é fascista ou comunista para não se ser comunista ou fascista. Nem se é islâmico para não sê-lo. Ou seja, um governo islâmico existe, por definição, para impor leis islâmicas, não leis republicanas ou democráticas. Só não o faz completa ou radicalmente por falta de poder. Daí a falácia dos governos islâmicos “moderados”, cuja moderação não passa de fraqueza frente às instituições republicanas e democráticas, como na Turquia. Não por acaso, como na mesma Turquia, as necessárias tentativas do “moderado” Erdogan de testar os limites de sua “moderação” levaram à atual revolta popular contra sua busca de islamizar a política, a cultura e a sociedade turcas.
De forma mais aguda, foi exatamente o que aconteceu no Egito de Morsi e da Irmandade Muçulmana. Se a teocratização por um governo eleito leva, no limite, à teocracia, e se a teocracia é a morte da república, mesmo aceitando a abstração ideal de que todo golpe é antidemocrático, isso não impede que alguns sejam republicanos.
O golpe do exército argelino em 1995, por exemplo, contra o governo eleito da Frente Islâmica, que pretendia explicitamente impor a teocracia no país, foi antidemocrático para ser republicano. E ao ser republicano, e, portanto, defender a soberania popular, se não de forma imediata, de maneira mediata, é afinal um golpe democrático, ao abortar a teocracia. Pois a teocracia não é instituída por prazo determinado, mas ao contrário: por pretender-se de direito divino, concebe-se como instituição supra-histórica, e tão perene quanto a própria divindade que representa.
Em suma, nem todo governo democraticamente eleito é a priori democrático (isto depende do modo como age e do que almeja), portanto, nem todo golpe é necessariamente antidemocrático, por mais que isto seja de difícil compreensão para ocidentais incapazes de conceber o real significado de uma teocracia, e assim também sua antinomia com a república, em primeiro lugar, e com a democracia, em segundo. O mesmo vale para o fato de que governos islâmicos são governos islâmicos, pouco importando, a priori, se eleitos ou não (pois se sabe o que almejam).
2.
Mas nada disso fala do título deste artigo. O que fala é esta imagem:
O fracasso civilizacional do islã foi exposto em carne viva, para quem quisesse ver, num fato ainda mais contraditório do que um golpe democrático. Trata-se de que, durante a “primavera egípcia”, ou seja, durante uma revolução popular contra uma ditadura (republicana), mulheres foram estupradas em massa. O absurdo cósmico contido neste fato corteja a incompreensibilidade: se a população está nas ruas enfrentando uma ditadura por sua liberdade, como pode, ao mesmo tempo, impor a mais brutal perda de liberdade e de dignidade a um indivíduo sem qualquer motivação/explicação política? Porém não se trata de um indivíduo: “Ao menos 91 mulheres foram estupradas nos últimos quatro dias em meios aos protestos na praça Tahrir, no Cairo, disse ontem em relatório a ONG Human Rights Watch” (http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/07/1305808-praca-no-cairo-tem-ao-menos-91-casos-de-estupro-em-4-dias-diz-human-rights-watch.shtml). A notícia é de 03/07/2013, sobre os eventos que levaram à queda do governo islâmico eleito de Morsi, não sobre a queda da ditadura laica de Mubarak dois anos atrás. Portanto, não faz diferença. Mas como não faz? E por que não faz?
Porque o abuso de mulheres no Egito nada tem a ver com circunstâncias políticas, mas com instâncias culturais.
En los 18 días de manifestaciones que provocaron la caída de Hosni Mubarak, las mujeres que salieron a las calles no sólo luchaban contra un dictador, sino que se enfrentaban a los impulsos más bajos de su propia sociedad. En su lucha por la libertad, se mezclaron a una multitud en un país donde, en 2008, el 83% de las mujeres confesaba haber sufrido algún tipo de abuso sexual y el 62% de los hombres admitía haber cometido alguno, según los datos del Centro Egipcio para los Derechos de las Mujeres (ECWR). (Bárbara Ayuso, “El infierno de ser mujer en Egipto”, http://www.marthacolmenares.com/2013/05/07/el-infierno-de-ser-mujer-en-egipto).
O inferno de ser mulher no Egito é, portanto, claro e claramente quantificável: se 83% das mulheres sofrem algum tipo de abuso sexual, o abuso sexual é a norma, é normal. E uma sociedade em que o abuso sexual é normal não é e não pode ser considerada civilizada.
Nenhum argumento multiculturalista ou politicamente-correto é capaz de sequer ameaçar perfurar a dura espessura desse número: 83% das mulheres. 83% das mulheres. 83% das mulheres abusadas no país. Raríssimas epidemias chegam perto desse porcentual. Não é, de fato, uma epidemia, que tem, por definição, caráter episódico. E aqui se trata necessariamente da manifestação de um aspecto fundamental da cultura e da sociedade egípcias: o desrespeito completo pela condição feminina como fato conceitual, e pelas mulheres reais como fato empírico, sem o qual esse fenômeno não existiria nem poderia existir.
Quanto à origem do fenômeno, não é preciso ir longe na busca de hipóteses histórica ou sociologicamente sutis ou complexas, se não se quiser buscar hipóteses como forma de ocultar os fatos. Essa origen é o islã, e seu mais que notório e notoriamente profundo desrespeito teológico pelas mulheres. Não aceitar aqui a evidente relação de causa e efeito é um gesto de obscurantismo.
“Las mujeres que van a protestar en Tahrir son prostitutas que buscan ser violadas’, bramó el clérigo Abú Islam en la televisión.” (idem)
“El Comité de Derechos Humanos del Consejo de la Shura mantiene que la responsabilidad por los abusos sexuales en las manifestaciones recae enteramente sobre las mujeres.” (idem)
A Shura acima referida é a máxima instancia religiosa oficial do Egito, espécie de assembleia de grandes mulás: “A responsabilidade pelos abusos sexuais nas manifestações recai inteiramente sobre as mulheres”. De fato. Porque, como dito aqui, não se trata de circunstâncias, mas de uma norma. Pois o mesmo vale, segundo a interpretação normal dos tribunais islâmicos, para todo caso de abuso. A culpa é da vítima, porque a vítima é uma mulher.
O islã não é apenas incompatível com o conceito ocidental moderno de democracia. Ele também é incompatível com o conceito de civilização, que apesar de plural, não é amorfo – e sempre antinômico à barbárie.
O óbvio será dito e redito sobre o recente golpe militar no Egito: que um golpe é um golpe, e que todo golpe contra um governo democraticamente eleito é antidemocrático. É óbvio, mas não necessariamente verdadeiro.
Um governante não recebe um selo de qualidade democrática de validade automática e perene. Para ser democrático, um governo deve ser constituído de forma democrática e governar de forma democrática. Mas a segunda parte da equação é sempre convenientemente esquecida pelos defensores abstratos da democracia, ou pelos defensores da democracia abstrata, sem nexos com os fatos. É então enfadonho mas necessário relembrar que Hitler foi eleito.
Se a eleição não é suficiente para garantir o caráter democrático de um governo, chega-se à conclusão lógica, apesar de aparentemente paradoxal, de que nem todo golpe contra um governo democraticamente eleito é antidemocrático. Na Turquia, por exemplo, durante o século XX, o exército deu uma série de golpes visando proteger a república e a democracia de ameaças teocráticas. E aqui adentra um complicador a mais. Pois dependendo das circunstâncias ou dos fatos políticos, não só a democracia pode estar ameaçada, como também a república.
A república é uma forma de organização do Estado, a democracia, um modo de instituir o governo representativo. As duas não são xifópagas: podem existir uma sem a outra. A Inglaterra é uma monarquia (portanto, não uma república) e uma democracia; a Espanha de Franco era uma república, mas não uma democracia. Mas estas são exceções. Na história moderna, a república como forma de organização do Estado e a democracia como modo de instituir o governo representativo andam juntas desde seus nascimentos, nas revoluções Americana (1776) e Francesa (1789). Faz sentido: pois na república, ao contrário da monarquia, o soberano é o próprio povo, que por isso mesmo exerce o poder através de seus representantes democraticamente eleitos.
A grande ameaça atual à república é a teocracia, em que o clero detém a soberania. E se o clero é o soberano, não o é o povo. Portanto, de modo claro e simples, não pode haver democracia numa teocracia. Daí a farsa e a falácia do caso iraniano.
Nos demais países muçulmanos, incluindo o Egito, trata-se, diferentemente, de tentar fazer conviver a república e, em tese, a democracia, com governos islâmicos eleitos. Teoricamente é possível: a soberania republicana não deve ser ameaçada por um governo democraticamente eleito. Mas apenas se se acreditar, ou se iludir, que modelos político-institucionais são universais ou universalizáveis, a despeito de histórias, culturas e sociedades específicas.
Um governo islâmico, não importa a forma como chegue ao poder, é um governo movido não por um programa, mas por uma ideologia. Neste sentido, é como um governo comunista ou fascista. Não se é fascista ou comunista para não se ser comunista ou fascista. Nem se é islâmico para não sê-lo. Ou seja, um governo islâmico existe, por definição, para impor leis islâmicas, não leis republicanas ou democráticas. Só não o faz completa ou radicalmente por falta de poder. Daí a falácia dos governos islâmicos “moderados”, cuja moderação não passa de fraqueza frente às instituições republicanas e democráticas, como na Turquia. Não por acaso, como na mesma Turquia, as necessárias tentativas do “moderado” Erdogan de testar os limites de sua “moderação” levaram à atual revolta popular contra sua busca de islamizar a política, a cultura e a sociedade turcas.
De forma mais aguda, foi exatamente o que aconteceu no Egito de Morsi e da Irmandade Muçulmana. Se a teocratização por um governo eleito leva, no limite, à teocracia, e se a teocracia é a morte da república, mesmo aceitando a abstração ideal de que todo golpe é antidemocrático, isso não impede que alguns sejam republicanos.
O golpe do exército argelino em 1995, por exemplo, contra o governo eleito da Frente Islâmica, que pretendia explicitamente impor a teocracia no país, foi antidemocrático para ser republicano. E ao ser republicano, e, portanto, defender a soberania popular, se não de forma imediata, de maneira mediata, é afinal um golpe democrático, ao abortar a teocracia. Pois a teocracia não é instituída por prazo determinado, mas ao contrário: por pretender-se de direito divino, concebe-se como instituição supra-histórica, e tão perene quanto a própria divindade que representa.
Em suma, nem todo governo democraticamente eleito é a priori democrático (isto depende do modo como age e do que almeja), portanto, nem todo golpe é necessariamente antidemocrático, por mais que isto seja de difícil compreensão para ocidentais incapazes de conceber o real significado de uma teocracia, e assim também sua antinomia com a república, em primeiro lugar, e com a democracia, em segundo. O mesmo vale para o fato de que governos islâmicos são governos islâmicos, pouco importando, a priori, se eleitos ou não (pois se sabe o que almejam).
2.
Mas nada disso fala do título deste artigo. O que fala é esta imagem:
O fracasso civilizacional do islã foi exposto em carne viva, para quem quisesse ver, num fato ainda mais contraditório do que um golpe democrático. Trata-se de que, durante a “primavera egípcia”, ou seja, durante uma revolução popular contra uma ditadura (republicana), mulheres foram estupradas em massa. O absurdo cósmico contido neste fato corteja a incompreensibilidade: se a população está nas ruas enfrentando uma ditadura por sua liberdade, como pode, ao mesmo tempo, impor a mais brutal perda de liberdade e de dignidade a um indivíduo sem qualquer motivação/explicação política? Porém não se trata de um indivíduo: “Ao menos 91 mulheres foram estupradas nos últimos quatro dias em meios aos protestos na praça Tahrir, no Cairo, disse ontem em relatório a ONG Human Rights Watch” (http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/07/1305808-praca-no-cairo-tem-ao-menos-91-casos-de-estupro-em-4-dias-diz-human-rights-watch.shtml). A notícia é de 03/07/2013, sobre os eventos que levaram à queda do governo islâmico eleito de Morsi, não sobre a queda da ditadura laica de Mubarak dois anos atrás. Portanto, não faz diferença. Mas como não faz? E por que não faz?
Porque o abuso de mulheres no Egito nada tem a ver com circunstâncias políticas, mas com instâncias culturais.
En los 18 días de manifestaciones que provocaron la caída de Hosni Mubarak, las mujeres que salieron a las calles no sólo luchaban contra un dictador, sino que se enfrentaban a los impulsos más bajos de su propia sociedad. En su lucha por la libertad, se mezclaron a una multitud en un país donde, en 2008, el 83% de las mujeres confesaba haber sufrido algún tipo de abuso sexual y el 62% de los hombres admitía haber cometido alguno, según los datos del Centro Egipcio para los Derechos de las Mujeres (ECWR). (Bárbara Ayuso, “El infierno de ser mujer en Egipto”, http://www.marthacolmenares.com/2013/05/07/el-infierno-de-ser-mujer-en-egipto).
O inferno de ser mulher no Egito é, portanto, claro e claramente quantificável: se 83% das mulheres sofrem algum tipo de abuso sexual, o abuso sexual é a norma, é normal. E uma sociedade em que o abuso sexual é normal não é e não pode ser considerada civilizada.
Nenhum argumento multiculturalista ou politicamente-correto é capaz de sequer ameaçar perfurar a dura espessura desse número: 83% das mulheres. 83% das mulheres. 83% das mulheres abusadas no país. Raríssimas epidemias chegam perto desse porcentual. Não é, de fato, uma epidemia, que tem, por definição, caráter episódico. E aqui se trata necessariamente da manifestação de um aspecto fundamental da cultura e da sociedade egípcias: o desrespeito completo pela condição feminina como fato conceitual, e pelas mulheres reais como fato empírico, sem o qual esse fenômeno não existiria nem poderia existir.
Quanto à origem do fenômeno, não é preciso ir longe na busca de hipóteses histórica ou sociologicamente sutis ou complexas, se não se quiser buscar hipóteses como forma de ocultar os fatos. Essa origen é o islã, e seu mais que notório e notoriamente profundo desrespeito teológico pelas mulheres. Não aceitar aqui a evidente relação de causa e efeito é um gesto de obscurantismo.
“Las mujeres que van a protestar en Tahrir son prostitutas que buscan ser violadas’, bramó el clérigo Abú Islam en la televisión.” (idem)
“El Comité de Derechos Humanos del Consejo de la Shura mantiene que la responsabilidad por los abusos sexuales en las manifestaciones recae enteramente sobre las mujeres.” (idem)
A Shura acima referida é a máxima instancia religiosa oficial do Egito, espécie de assembleia de grandes mulás: “A responsabilidade pelos abusos sexuais nas manifestações recai inteiramente sobre as mulheres”. De fato. Porque, como dito aqui, não se trata de circunstâncias, mas de uma norma. Pois o mesmo vale, segundo a interpretação normal dos tribunais islâmicos, para todo caso de abuso. A culpa é da vítima, porque a vítima é uma mulher.
O islã não é apenas incompatível com o conceito ocidental moderno de democracia. Ele também é incompatível com o conceito de civilização, que apesar de plural, não é amorfo – e sempre antinômico à barbárie.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
O QUE NÓS QUEREMOS É FUTEBOL…
Lembram-se?
Se calhar não, pois tal frase, doce como um covilhete de marmelada, foi nos
tempos do doutor Salazar, o tal que só se parecia com ele mesmo pois foi
inimitável ainda que alguns, mesmo doutros quadrantes, tentem para mal dos
nossos alguns pecados ficar parecidos.
A Europa
desse tempo andava em trancos e Portugal era um oásis de paz… Ou seja, se não
fossem alguns problemazitos como a saúde meio morta, a educação meio torta e as
finanças seguras por cordéis excepto para alguns privilegiados.
Como agora,
dirá o leitor mais expedito. Sim, está bem. Mas ao contrário.
Porque
agora é por cá que se anda aos trancos, com gente “indignada” a vociferar, os
do partidão a perorar com raiva nos rostinhos, os outros a fingir que isto vai
com a dança das cadeiras.
Fala-se no
Portas e no Seguro. Os tais que foram, como sambenitos, à reunião do Bilderberg,
uma dessas em que se congeminam coisas de que nem será bom falar. Mesmo se
soubéssemos. Porque os bilderbergs não brincam em serviço.
E eu não
percebo porque é que certa gente se admira de que o perspicaz Portas tenha dado
agora com a perna na escudela. Com o Seguro a fazer de homenzinho de fato e
gravata com o seu discurso de geniaço de sociedade recreativa.
Poderia
esperar-se outra coisa?
Só um
ingénuo como Passos ficou azabumbado. Mais uns comentadores da ordem a estrafegarem
fingindo-se surpresos. Então mas não tinham ainda percebido que o denominado
“fascismo doce” (ou seja, envolto em bailaradas, cantorias, talk shaws idiotas,
etc) precisa de durante algum tempo lançar a confusão mais solerte para depois
tomar conta do apartamento?
A Nova
Ordem internacional necessita de chumaceiras novas. O Seguro e o Portas aí
estarão, com os coleguinhas, para tratarem na nova decoração da loja.
Mesmo que a
seguir não haja nada para vender ou para comprar.
terça-feira, 2 de julho de 2013
O ARTISTA EM PLENA ATUAÇÃO
Comentários para quê? É um artista orgânico em plena
atuação.
A liberdade orgânica nas suas obras vivas.
O ex-consultor da
Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA Edward Snowden solicitou pedidos de
asilo em 21 países, incluindo a Rússia,
Islândia, Equador, Cuba, Venezuela, Brasil, Índia, China, Alemanha e França, indicou na
segunda-feira o "site" WikiLeaks.
Esses pedidos foram feitos em nome de
Snowden por Sarah Harrison, uma funcionária britânica do WikiLeaks, que
acompanhou Snowden no dia 23 de junho na sua viagem de Hong Kong para Moscovo.
"Os pedidos foram submetidos a um
responsável do consulado russo do aeroporto de Moscovo no final da noite"
de segunda-feira, indica um comunicado divulgado no sítio de Internet da
WikiLeaks.
(Dos jornais)
segunda-feira, 1 de julho de 2013
O MAL E A CARAMUNHA
O Mal e a
Caramunha
Regressado do estrangeiro, do Extremo Oriente
e concretamente dum lugar onde não me chegavam notícias do mundo, reentro na
Europa e apanho um susto, que é como quem diz.
Então o
ímpeto islamita, nomeadamente no Egito, está a dar de si?
Já o
esperava. Tenho-o afirmado com alguma insistência. Mais tarde ou mais cedo
tinha de ser.
Felizmente
é mais cedo do que todos nós esperávamos.
Primeiro
foi o Irão, com os rapazes do tosco Amadinejad a ficarem de culotes na mão.
Agora é o
Morsi e a sua Irmandade muçulmana a sentirem como isso da rua de que tanto
gostavam os vai deixar a ver navios.
Depois do
comunismo vai ser outra espécie de fascismo, este verdinho, a desaparecer pelo cano
de esgoto.
O que é
preciso é joelho. Ou joelhada. E Alá está a perder o sumo. Pensava que iria em
breve ser tudo dele e eis que os ratos começam a abandonar a barca.
E, creiam,
em breve será outra coisinha de fazer tremer os legumes a um cidadão
politicamente e religiosamente correto. Mas não nos antecipemos.
Este Verão
vai estar de ananases.
O fanático
do Morsi que o diga. A caramunha saiu-lhe ao contrário…
UM POEMA DE JOSÉ JAGODES
(Flash do Dr. José Jagodes em patriótica atitude)
Recebemos do Sr. Prof. Doutor José Jagodes, com pedido de publicação, uma carta que passamos a transcrever sem quaisquer comentários mas muita satisfação.
Com efeito e se nos é permitido o detalhe jubiloso, há muito que
o grande homem público não se nos dirigia. Correram mesmo boatos de que teria
viajado para o Equador, para dar aulas na Universidade Livre de Quito,
nomeadamente para investigar se era mesmo fatual o célebre poema cesarinyano "Tudo está eternamente escrito (Spinoza)/Tudo
está eternamente em Quito (uma rosa)". Podemos asseverar que tal não corresponde à realidade, uma vez que o
autor de O bocejo nos tempos do
Segundo Império continua a reger
na Sourbonne a sua já famosa unidade curricular "Metafísica Objetual,
Macânica Supra-Nominal e Inteletiva", hoje incontornável no
pensamento por exemplo de Hollande e alguns outros mas estes lusitanos.
Segue a
peça:
"Caro diretor
Estando fortuitamente em momento de descanso, venho saudá-lo cordialmente e,
por extensão, aos milhares de meus leitores através desse espaço que
neticamente assegura.
Apenas para dar uma pequena explicação, obviamente sucinta e de poucas
palavras, o contrário é que seria estranho, de modo aos meus/minhas
admiradores/as ficarem cientes de que continuo vivo e ao alto (isto não é piada
brejeira) e que o bem da Pátria, incluindo a nação e mesmo o país neste
vocábulo expressivo, continua a nortear o meu pensamento - o que não se
estranhará pois a minha cabeça, e peço indulgência para uma auto-citação
"é uma verdadeira caldeira de motor em contínua ebulição".
Dest'arte, estou neste momento - correspondente a um intervalo nas aulas e
nos passeios proverbiais no parque Monceau, para manter a forma que como sabe
continua assinalável, a dar à luz uma série de textos em jeito proto-biográfico
com que, em breve, abrilhantarei as páginas que proficientemente alinda, e
terão iluminação fotográfica do meu habitual colaborador de que nem necessito
dizer o nome.
Sem mais
por ora e sempre a considerá-lo bem como aos inúmeros e
fiéis leitores/fãs, fica estrenuamente o
José
Jagodes (Esquire)
PScriptum - Como mimo à guisa de brinde, perdoe-se-me a imodéstia, outrossim
lhe envio um poemazito que congeminei num dos meus passeios e me parece de
cunho retintamente patriótico.
Geração Portugal
Somos actores de coragem
com estilos empenachados
pátrio orgulho dos passados
como outrora nunca vi
E mal nos dá a aragem
ficamos ao mundo abraçados
- e à Angelina Jolie...
Para vencer desafios
também temos um soberano
um D. Duarte com brios
cronicado pelo Hermano
“- Abre a porta meu menino
que quer entrar um fulano
com muito jeitinho e arte! “
Mas responde-lhe o destino
num tom bem republicano:
- Mandem-no àquela parte!
(Estribilho)
Grita viva Portugal
tira a alma, fura o peito
dá um murro no sujeito
que não te der o sinal
de que vai andar direito
com um jeito
ocidental
Nós queremos mais Portugal
para encher bem o bandulho
e dar com o estadulho
no poviléu pequenino.
E incentivar o barulho
desse Marcelão mofino!...
Nova força para o mundo:
- meu jeitinho de animal
político, de quintal
na vanguarda do futuro
Ser politicão é um furo
para se andar mais feliz
Nós queremos mais Portugal
para encher bem o bandulho
e dar com o estadulho
no poviléu pequenino.
E incentivar o barulho
desse Marcelão mofino!...
Nova força para o mundo:
- meu jeitinho de animal
político, de quintal
na vanguarda do futuro
Ser politicão é um furo
para se andar mais feliz
Meu orgulho, meu país
meu lindo país profundo
- e mesmo se fores um imundo
levanta bem o nariz!
O Passos é quem conduz
de norte a sul todos nós
com a sua linda voz
de galã meio-rapazola
Quem refere que ele é um pachola
e não presta para governar
não sabe mesmo o que diz
e na prisa devia estar
- Meu Portugal, meu país
tão à beirinha do mar!
(E tu levas na carinha
se tornas a criticar...)
Do lado parla o Pinóquio
com voz de galo capão
- que a TV paga-a o povão
para ele lhe cantar o fado
de que foi um injustiçado
…e o povo tem de amargar!
Mas eis que chega um tal Gaspar
- o que fala aos solavancos
como um gago a silabar –
e com vontade de se rir
põe toda a malta a chorar
quando desata a referir:
- É tempo de acreditar,
de ter confiança em si
com o Portas a ajudar
com seu garbo militar.
de ter confiança em si
com o Portas a ajudar
com seu garbo militar.
Toca malta a trabalhar!
Como Portugal nunca vi!
Com ele vivo a sonhar
- e com a Angelina Jolie...
JOSÉ JAGODES
(Paris,
Sourbonne, Maio de 2013)
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