Um dos fundadores do PS, António Campos, em visita ao seu amigo José Sócrates, disse aos jornalistas, à porta do Estabelecimento Prisional de Évora, que "a política é a política e a Justiça é a Justiça" e que, nesse caso, sendo um ex-primeiro ministro quem ali se encontrava detido, é a própria instituição democrática que está em causa.
Ora, segundo aquilo para que tudo aponta, é por
ter querido pôr em causa a instituição, aprisionando-a em proveito próprio
enquanto primeiro-ministro, que José Sócrates foi preso preventivamente para
libertar a instituição da sua eventual acção criminosa enquanto aguarda pela
conclusão das investigações.
Acrescento, assim, ao
que aqui disse:
Sócrates deveria, até, haver procedido e continuar a proceder de modo contrário ao que fez e faz. Em defesa
do Estado de direito, inocente do que o acusam, enquanto
ex-primeiro-ministro e democrata convicto vítima de uma cabala
tenebrosa, deveria ter-se apresentado voluntariamente para ser preso, convocando a
Comunicação Social e exigindo, ao mesmo tempo, uma investigação completa ao seu
caso. De modo a proteger-nos desse polvo que começara por querer aprisioná-lo.
E, já agora, pedido contenção pública nas
emoções aos amigos.
Acho eu.
1 comentário:
Já se percebeu geralmente que as sucessivas tomadas de posição, através de cartas e de fragmentos de frases veiculadas pelos seus "amigos" que demandam o estabelecimento prisional eborense, mais não são que a tentativa de criar no país um ambiente de agitação visando inibir a acção legítima do poder judicial. E isso sim que é antidemocrático. Não podendo claramente prejudicar-se o inquérito, o que se busca é a intimidação dos agentes da legalidade constituída, com o pretexto, falso, da livre expressão. É um atrevimento mais desses que buscam que Portugal não se liberte das cliques que têm inçado os cinzentos corredores de certo poder e para o qual o Estado não passa de mais uma arma de opressão e ludíbrio do povo e da Nação.
À medida que se vejam postos em causa, tentarão tudo, até medidas extremas.
Vigilância democrática e...não nos deixemos amedrontar.
Telmo Cortes
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