Confrades e amigos/as
Num "órgão de informação", que por
higiene mínima não identificarei, um caramelo sugeriu que eu - ultimamente, que
ando e andarei em tratos literários, em Espanha brevemente e, depois, em França
- com egoísmo já não me importava com o que se passa no real quotidiano
societário. Estaria pois a render-me ao desinteresse pela cidadania.
Não é verdade.
O que se passa é que tenho andado ocupado com a
feitura de dois discursos e outras "intervenções espontâneas" (risos)para responder a futuras entrevistas e nisso sou muito cuidadoso, pois
gosto de dar ao leitor, ao público por extenso, o melhor e mais digno do pouco
que sei.
Mas para acabar definitivamente com algumas
ideias relativamente desadequadas, vou tomar posição neste momento em que se
iniciou a corrida descendente para a governação social-democrata (e só se podem queixar deles mesmos):
O
governo luso actual, que ganhou as eleições opondo-se ao do díscolo parisiense, todavia a seguir mentiu ao povo português e
agrediu-o nos seus direitos constitucionais, forçando-o através do arbítrio que
protege ricos e fundações e desanca pecuniariamente reformados.
"Todos
têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos,
liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não
seja possível recorrer à autoridade pública." - Direito de resistência,
Art.21 da Constituição da República.
As declarações, sensatas e claras, dum dos
representantes dos polícias, que referiu que o governo tem tentado arteiramente
usá-los contra o povo manifestante legal, não deixa margem para dúvidas.
Assim sendo, o povo tem o direito de
insurreição ante esta gerência que se colocou fora da lei. Devemos pois
preparar-nos para essa eventualidade, amarga mas legítima!
Todavia, isso não passa por ataques
armados a ministros ou sedes de partidos políticos. Ninguém, que eu saiba,
propôs até hoje tal insensatez. Ninguém tanto quanto sei sugeriu, como se está
a fazer em Espanha e França, que as moradas de magistrados pervertidos ou
colaboracionistas dos turiferátrios oficiais sejam postas em agenda, para na
altura própria se lhes "apresentar cumprimentos". Nem ninguém aventou
a ideia de se vigiarem atentamente assessores potencialmente abusadores ou
corruptos para se lhes "apertar a mão..." quando rebentar a
"bernarda". Ou que deputados dos que o dr. Paulo Morais,
presidente do Observatório Anti-Corrupção, classificou como "vendilhões
relapsos" pois fazem da Assembleia da República verdadeiro coio
de ilegalistas, sejam sumariamente pendurados nas árvores da Avenida da
Liberdade, a exemplo do que sucedeu a 5 delegados do ministério público
italiano, mancomunados com a Mafia, no decorrer da operação Mãos Limpas.
Insurreição significa algo bem
diferente!
Significa a contestação, através
da presença nas ruas e em todo o lado onde isso legitimamente se possa
exercer, dos cidadãos usando do seu direito inalienável de ser gente contra os abusos à pala da
governação. E que não é passível de negociação,
mesmo num País onde vigora uma "sociedade criminal"
(ou seja, como eu referi e perdoem-me se me cito, no meu "O crime e a sociedade", aquela onde o crime é consentido pelos esteios
do Estado quando
não por ele incrementado, como
entre nós se verifica).
Neste momento, o que vem na sequência
da governança do denominado popularmente "Pinóquio", a Nação
lusa já não é uma Democracia real ou por extenso, mas um Estado cripto-fascista devido aos actos de políticos e seus manteúdos (utilizantes do sistema judicial, que bloqueiam a justiça mediante
a colocação, em locais estratégicos, de apaniguados ou áulicos estipendiados
moral e materialmente), membros das polícias secretas - que não visam a defesa
da Nação mas dos que a
usam como uma coutada - e
correlegionários partidários, verdadeiros homens-de-mão dos que tripudiam sobre
a pátria lusa a seu bel-prazer.
Estes homens, que agora parece
tiraram definitivamente a máscara, não são economicistas ou tecnocratas! São,
isso sim, verdadeiros apaniguados que tentam tapar o estado ruinoso a que os seus capangas, quando não
eles mesmos em parte, levaram Portugal.
O estado a que se chegou não é
culpa da população, o que eles tentam injectar através de uma
insidiosa, mentirosa e cínica propaganda.
O povo comete erros. É ingénuo,
por vezes mesmo desleixado. Mas
não é globalmente criminal, tanto mais que numa
"democracia aproximativa" não tem tido, geralmente, senão que
ratificar eleições ratonas! Manipulado pela incultura induzida, pala
futebolite, pelas telenovelices e pela beatice dos "parlapatões
tonsurados", como dizia Eça, muito tem ele tolerado.
Num país menos pacífico já teriam
rolado cabeças. E não falo por simbolicamente...!
Quando um Constâncio, que não
conseguiu perceber que nos bancos algo de apodrecido estava a dar-se, vem
"dar sentenças" e conselhos de comadrinha; quando um Vítor Gaspar de
discurso roboticamente sincopado vem tentar convencer-nos de que o amarelo é
azul e o verde castanho às pintinhas; quando outros cavalheiros tentam fazer
passar a ideia de que para salvar a nação é necessário ficarmos sem calças, sem
camisa e, se calhar, sem cuecas (passe a justa ironia) - é tempo de dizer
BASTA, tendes de mudar de rumo!
Temo-lo sugerido a bem. Seria
grave que nos obrigassem a DIZÊ-LO A MAL! Depois não se queixem.
Viva Portugal!
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