segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sementes de muralha

[Actualizado]

O socialismo de hoje pretende, em geral, que o estado tenha “influência” sobre todo um país e que, já agora, todos os outros lhe sigam as pisadas num movimento de internacionalismo solidário. O socialismo de ontem pretendia a mesma coisa com menos rodeios.

O fascismo alemão, deixando de lado as razões motivantes, queria a mesma coisa mas, a “influência”, clama-se SS. O estado central, comandado por Hitler, usava as SS para se assegurar que as suas ordens eram cumpridas, método naturalmente extensível aos que com ele trabalhavam para conseguir aquilo sobre que, evidentemente, teriam que prestar contas ao Führer. As SS eram a ferramenta que permitia ao estado mandar nas empresas sem nunca pôr em causa, directamente, a propriedade privada.

Socialismo e nazismo comungavam do desígnio de tudo controlar, um mais directamente outro menos. O nazismo obtinha melhores resultados porque, apesar dos empresários estarem sob ordens directas do estado, conseguiam o instável equilíbrio de manter as coisas a funcionar.

O novo socialismo, que tem empestado a “europa”, é muito parecido com o nazi mas gosta de se apresentar de pantufas. Quer mandar nas empresas, controlar os cidadãos e até mandar nos mercados de economia internacional. Não tinha, no entanto, usado de força para-legal, preferindo usar a própria lei.

Bruxelas é um ninho de fascistas, a comissão outro, o parlamento europeu o organismo amanuense.

Bruxelas é controlado por comissários não eleitos e que escapam ao controlo democrático, a comissão europeia é eleita à porta fechada e em lista única, e até outros dois espantalhos, um tal presidente e uma ministra dos negócios estrangeiros, aparecem no mesmo balcão por onde bem poderia passear-se Estaline.

Os órgãos que substituem as SS são as agências de verificação de cumprimento de regulamentação entre as quais a nossa ASAE é excelente exemplo.

As empresas têm donos mas estão extremamente limitadas na suja capacidade de decisão por regulamentação totalitária e opressiva,vigiada por uma parafernália de ASAEs. O fisco, por sua vez, directa ou indirectamente nacionaliza mais de 50% da pouca riqueza ainda criada.

Por volta de 2008 deu-se um passo que, pelo menos na Península Ibérica e EUA redundaram naquilo que agora parece claro: a existência de forças para-legais ou claramente ilegais mas que, por força de quem está no poder se tornam para-legais. O culto do líder assegurou o mecanismo de prestação de contas que na Alemanha de Hitler imperava.

Sócrates, Zapatero e Obama são, entre outros, três excelentes exemplos da tirania que se foi implementando e implantando.

Nos EUA tornou-se claro que Obama vai muito para além de presidente (não se sabendo, inclusivamente, quem é ele exactamente), e a sua actuação tem-se pautado por bruxedos de todo o tipo sempre escondidos em cortinas de propaganda ou simples embargo presidencial a documentação clarificante e em assuntos que em nada se relacionam com a defesa. O culto do líder a todos coloca ao serviço da causa. Em apoio aos seus desígnios recorreu da subida generalizada de impostos directos e indirectos, o endividamento como nunca galopante, a implementação de projectos grotescos e a regulamentação sufocante.

Em Portugal, o culto ao líder Sócrates foi mais que evidente, nem faltando o cognome de “querido líder”. Avançou na mistura e tentativa de comando estatal em empresas privadas (PPPs), aplicou com ênfase voluntarista a regulamentação de Bruxelas muito para além da funcionalidade original, fez explodir o nível de impostos, endividou o país até à raiz dos cabelos, e, sabe-se lá como, conviveu com uma espécie de para-serviços-secretos que parasitava os legítimos serviços-secretos.

Em Espanha, com Zapatero, tudo basicamente decorreu como em Portugal. O mesmo socialismo infiltrante instalado em empresas, os mesmos projectos disparatados, os mesmos impostos, o mesmo endividamento, e, ficou agora a saber-se, os mesmos para-serviços-secretos.

O socialismo solidário em que a “europa” parece ser pródigo, tentou passar à fase em que a legalidade será apenas o primeiro braço na muralha de aço.


Actualização:

[Júlio Vicente Páscoa  deixou um comentário que me parece afiado e certeiro.]

Bom artigo, severo e justo mas sereno e documentado. Já de há muito que Portugal não é realmente uma democracia. Os apaniguados dos "meninos de oiro" perceberam como se fazia: ser de uma quadrilha de direito comum era arriscado e não compensava. Portanto, viram que a solução era tomarem conta do aparelho político, assim não correriam riscos de lhe aparecer pela frente a polícia legalmente constituída e não pervertida. Depois foi simples, foram colocando no topo do Sistema Judicial asseclas, afastando clara ou discretamente os magistrados  íntegros. E a secreta passou a ser controladas pela chamada "maçonaria negra", que nada tem a ver com essa antiga Ordem iniciática. E é assim que no dizer dum conhecedor responsável, por declarações bem públicas,Paulo Morais, a Assembleia da República ficou transformada, e cito, num lugar onde se exercem os maiores jogos de influencias e as negociatas "legais" ou que nem sequer o são tanto. Portugal é hoje um país dominado por uma verdadeira quadrilha cripto-fascista (verdadeira sombra do governo legitimado nas urnas) que de momento em geral apenas marginaliza e intimida, mas que se fizer falta agirá de forma abertamente criminal. Como pontualmente já faz quando é preciso recorrer aos "grandes meios" (o assassinato de Sá Carneiro foi um detalhe). E o presidente do "sítio", parafraseando Eça, não é mais que um mordomo boa-boca, que assiste a tudo de palanque simulando equidistância e "ponderação" que são na verdade cumplicidade objectiva. Portugal é pois um empório criminal, onde os "uomo d'onore" se tapam com o pretexto de "pais da pátria". Mas foi sempre assim em socialismo: fascista-vermelho com Estaline e descendentes, nazi com os hitlerianos, rosa com os asseclas e dependentes dos "animais ferozes da política". E o povo amansado vive controlado pelas tvs e "órgãos de comunicação" e sob a acção activa da proto-polícia societária que usa o pretexto de ser ASAE. Um panorama nauseabundo!

Júlio Vicente Páscoa

2 comentários:

Anónimo disse...

Bom artigo, severo e justo mas sereno e documentado. Já de há muito que Portugal não é realmente uma democracia. Os apaniguados dos "meninos de oiro" perceberam como se fazia: ser de uma quadrilha de direito comum era arriscado e não compensava. Portanto, viram que a solução era tomarem conta do aparelho político, assim não correriam riscos de lhe aparecer pela frente a polícia legalmente constituída e não pervertida. Depois foi simples, foram colocando no topo do Sistema Judicial asseclas, afastando clara ou discretamente os magistrados
íntegros. E a secreta passou a ser controladas pela chamada "maçonaria negra", que nada tem a ver com essa antiga Ordem iniciática. E é assim que no dizer dum conhecedor responsável, por declarações bem públicas,Paulo Morais, a Assembleia da República ficou transformada, e cito, num lugar onde se exercem os maiores jogos de influencias e as negociatas "legais" ou que nem sequer o são tanto. Portugal é hoje um país dominado por uma verdadeira quadrilha cripto-fascista (verdadeira sombra do governo legitimado nas urnas) que de momento em geral apenas marginaliza e intimida, mas que se fizer falta agirá de forma abertamente criminal. Como pontualmente já faz quando é preciso recorrer aos "grandes meios" (o assassinato de Sá Carneiro foi um detalhe). E o presidente do "sítio", parafraseando Eça, não é mais que um mordomo boa-boca, que assiste a tudo de palanque simulando equidistância e "ponderação" que são na verdade cumplicidade objectiva. Portugal é pois um empório criminal, onde os "uomo d'onore" se tapam com o pretexto de "pais da pátria". Mas foi sempre assim em socialismo: fascista-vermelho com Estaline e descendentes, nazi com os hitlerianos, rosa com os asseclas e dependentes dos "animais ferozes da política". E o povo amansado vive controlado pelas tvs e "órgãos de comunicação" e sob a acção activa da proto-polícia societária que usa o pretexto de ser ASAE. Um panorama nauseabundo!

Júlio Vicente Páscoa

Anónimo disse...

Concordo com o que aqui é dito. E este panorama continua porque os contestatários de café ou de rua espectacular, em vez de se juntarem em comissões, e há tanto bloguista jurista, mas o que lhes interessa de facto é o parlapié, e apresentarem queixas-crime junto do TPI, preferem atacar os candeeiros da rua ou os comparsas de escrita. Hipócritas palradores, apenas. Que o TPI, devido ao jogo de forças, que não lhe permite abafar corruptamente, tomaria providencias reais. Mas bem podemos esperar sentados. Na verdade, estes críticos são em geral "filhos da nação" e herdeiros dos outros. Não só, sim, um panorama nauseabundo como diz o Manuel Páscoa, mas uma verdadeira associação de cavalheiros de indústria. Vampiragem.

Elísio Moura