The burning of Troy |
A Europa, e não
só, embarcou numa perigosa e desajustada teoria económica (de que falarei
noutro texto), de uma particular escola. Em consequência, os grandes bancos
europeus, nomeadamente o Barclay’s e o Deutshe, devem ter um buraco financeiro
de dimensão apocalíptica. Isto pode parecer surpreendente mas não é, o buraco
não é decorrente de “incompetência” ou “corrupção” mas a necessária
consequência da referida teoria económica. Quanto maior o banco, maior o
buraco.
Qual é a
estratégia para resolver esta situação?
A mesma de
sempre: sacrificar a periferia.
A política de
“empobrecimento” não é para os funcionários públicos, ou para os portugueses
empregados, é para toda a periferia europeia. Na verdade, o buraco central será
tão grande que o “empobrecimento” é para toda a Europa à excepção da Alemanha e
da Inglaterra. A ideia é sacar todo o dinheiro que seja possível sacar para
tapar esse buraco. A política de empobrecimento é apenas
um nome para uma política de terra queimada, que vai abranger toda a gente com
atividade nos países envolvidos, ricos ou pobres.
A medida mais
recente é recusar um mecanismo europeu de suporte aos depósitos bancários; isto é um
convite aos depositantes para correrem para esses dois bancos, vistos como
“sólidos”. Na verdade, é uma armadilha: um banco pequeno pode ser muito mais
seguro do que um grande porque está muito menos envolvido nas práticas
financeiras agora ditas de risco – basta que saiba gerir a bolha imobiliária
com inteligência, o ponto frágil dos bancos pequenos.
(um banco cujo
presidente atribui o seu mau momento à Constituição Portuguesa não dá garantias de
uma gestão inteligente; um gestor para a crise tem de ter um entendimento
oposto aos gestores que conduziram a ela e que agora só sabem encontrar culpados
em todo o lado menos neles – ele é o Sócrates, ele é a Constituição, ele é...)
Até ao fim deste
ano vamos decidir o nosso futuro. Por acção ou omissão.
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