Esta a notícia que pode ser lida no Diário Económico:
Universidades com cursos gratuitos para desempregados
Projecto piloto já arrancou na
Universidade Nova. Vai ser alargado e visa a requalificação dos licenciados sem
emprego.
As universidades portuguesas vão
arrancar com cursos gratuitos de gestão para licenciados desempregados com o
objectivo de os requalificar e facilitar a sua integração no mercado de
trabalho. O Governo escolheu a Nova
School of Business and Economics para avançar com o projecto piloto, que
arrancou na semana passada com uma turma de 50 alunos. E dentro de duas semanas
começarão as aulas da próxima turma, igualmente de 50 alunos.
Pedro Silva Martins, secretário de
Estado do Emprego, explicou ao Diário Económico que a iniciativa do Instituto
de Emprego e Formação Profissional visa "dar maiores perspectivas de
empregabilidade aos licenciados desempregados" e admitiu estar já em
contacto com outras universidades para alargar a iniciativa. "Vão ter
aulas sobre várias competências da gestão aplicada como negociação, marketing,
contabilidade, etc. que lhes vai enriquecer o currículo", sublinha Pedro
Silva Martins. E há aqui um outro aspecto muito importante, que é o de fazerem
‘networking'. "Numa situação de desemprego, é muito importante vencer o
isolamento", diz ainda o secretário de Estado.
O curso dura duas semanas, em regime
intensivo de oito, nove horas por dia. No final desse período, são
seleccionados 25 alunos para fazerem mais uma semana dedicada ao
empreendedorismo, onde farão um plano de negócio.
São candidatos a este tipo de curso
todos os licenciados inscritos nos centros de emprego, neste caso da Região de
Lisboa e Vale do Tejo, excepto os que têm formação em Gestão. E é dada
particular atenção aos que tenham projectos de empreendedorismo, admite
responsável do Governo.
Do lado da Nova SBE, o responsável pela
formação de executivos, Nadim Habib, esclarece: "Vamos testar o ensino da
gestão num segmento difícil. Os alunos são jovens e menos jovens, alguns
desempregados há muito tempo, outros nem tanto, vêm de cursos tradicionalmente
com mais desemprego: História, Antropologia, Filosofia, etc. Queremos
ensiná-los a falar gestão, a entenderem como uma organização funciona, como o
seu talento pode acrescentar valor, etc.".
A iniciativa insere-se na Medida Viva
Activa na vertente de desempregados licenciados, que tem uma verba de quatro
milhões de euros para requalificação de um universo até dez mil pessoas, que
engloba não só estes cursos nas instituições de ensino superior como outras
acções de formação nos centros de emprego.
"Vamos usar a nossa experiência na
formação de executivos e tentar encontrar maneiras de activar o talento. Por
vezes, aquilo que as pessoas são boas a fazer tem pouco a ver com a área de
formação", frisa Nadim Habib.
Também o ISEG lançou, recentemente, um
curso em parceria com o BNP Paribas para ajudar jovens à procura do primeiro
emprego e desempregados a encontrar um lugar no mercado de trabalho no sector
da banca.
4 comentários:
""Vão ter aulas sobre várias competências da gestão aplicada como negociação, marketing, contabilidade, etc. que lhes vai enriquecer o currículo""
Enriquecer o currículo? Mas nunca mais ninguém aprende a fazer nada?
Espero que seja vício de expressão ou deformação mental de quem escreveu a notícia... Espero...
Porque, em geral, o pessoal da faculdade de economia da Nova até não tem muita dificuldade em encaixar-se. Um primo meu, arranjou trabalho de imediato e, ao fim de um ano e picos, tem até funções de alguma responsabilidade dentro da empresa.
Precisamos de pessoas preparadas para serem empresários. O nosso ensino só forma pessoas para serem empregados, uma pecha terrível de consequencias dramáticas - parece até que apenas aqueles que escaparam à lavagem cerebral feita pela escola conservam a capacidade empreendedora.
O Instituto de Emprego já percebeu que não há solução nenhuma em tentar arranjar emprego para os desempregados; a solução é transformá-los empreendedores, ou pessoas que sejam capazes de ajudar os empreendedores e isso é um passo nesse sentido. Uma boa iniciativa, parece-me.
Alf:
O objectivo será mesmo esse, julgo eu, mais do que acrescentar as qualificações de futuros "empregados". Daí que tenha dado o título de "Bons princípios" ao post. Mas, dadas as condições gerais existentes para financiamentos de novos projectos, não me parece que a coisa venha a resultar por aí além a curto prazo.
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