Resumindo
muito, para não ocupar espaço com assuntos que, no máximo, interessam a cinco
alminhas. Há três semanas, estranhei aqui que o escritório de advocacia de António
Arnaut, a quem os devotos chamam o pai do Serviço Nacional de Saúde e orgulhoso
defensor da gratuitidade que os contribuintes pagam, mantivesse uma avença
remunerada com a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), instituição
com fortes ligações ao dito SNS. Na volta do correio, António Arnaut escreveu
ao director do DN furioso face às insinuações do que, caso fosse exacto, ele
admite que não seria censurável. Resta que não é exacto: a António Arnaut e
Associados apenas mantém o nome e um filho do fundador, que esclareceu ter
abandonado a prática jurídica há cerca de dez anos. Na volta da volta do
correio, reconheci o erro e indiquei a António Arnaut as razões da confusão.
Hoje, aproveito para confessar-me ainda mais confuso, após mão amiga me enviar
evidência de que, pelo menos em 2008, António Arnaut integrou a Assembleia para
a revisão dos Estatutos da referida ESEnfC. Fico sem perceber se o indivíduo em
questão é o próprio António Arnaut, o filho citado ou outro parente que enverga
tão digna graça. Em qualquer das hipóteses, é engraçado.
Momentânea
defesa do serviço público
Há um
ponto comum a muitos devotos do fado e a muitos dos que, como eu, não o são:
Beatriz da Conceição é, de longe, a maior voz do género depois de Amália. Na
quinta-feira à noite, a RTP2 dedicou-lhe um programa inteiro, parte
documentário, parte entrevista. O programa espantou por não ser mau e por não
ser póstumo. É por estas e por (escassíssimas) outras que, às vezes, me apetece
desejar que a RTP não desapareça. Mas a seguir a estação do Estado retoma a
programação do costume e a toleima passa-me. A arte da dona Beatriz é que não.
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