segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Teremos sempre que ser tótós?

No Blasfémias, o lamentável vídeo do professor Marcelo:

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… também tem alguns erros. Assim de repente:
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1. A taxa de analfabetismo em 1974 não era 33%. A taxa de analfabetismo era de 33% em 1960. 15 anos depois já andaria abaixo dos 25%. (fonte).
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Taxa de Analfabetismo, 2008
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2. Portugal não está na média da Europa, ainda. Vejam a cor mais clara de Portugal no mapa acima.
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3. É preciso alguma lata para dizer que melhorámos ‘sem plano Marshall’. Os fundos que recebemos da Europa, foram o quê? Já agora, Portugal também recebeu fundos do plano Marshall. Claro que recebeu muito menos que a Alemanha (não estava destruído pela Guerra), mas a Alemanha também recebeu muito menos que a França ou a Inglaterra e mesmo assim, tornou-se mais rica que eles.
Ajuda do Plano Marshall à Europa, por país.
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4. Não temos um dos melhores parques automóveis da Europa, nem de perto nem de longe. Admito que o Prof. Marcelo esteja habituado a olhar ao seu redor e tire conclusões, mas Portugal não é a Quinta da Marinha. Não só temos uma frota de qualidade média bastante inferior à da generalidade da Europa, como temos menos carros.
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5. Esta é verdade. Instalámos uma das maiores redes de abastecimentos de carros eléctricos na Europa, sem termos carros eléctricos. Vamos contar esse disparate aos alemães? Querem que eles gozem connosco?
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6. Os consórcios para construção dos estádios incluíam “geralmente” empresas alemãs? Quais?
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7. As trocas comerciais entre Portugal e Alemanha não resultam num ‘lucro’ de 3000 milhões coisa nenhuma. Isso é um enorme disparate. As vendas de empresas alemãs para Portugal é que têm sido 3.000 milhões superiores às vendas de empresas portuguesas para a Alemanha. Chamem-lhe excedente comercial, se quiserem. Lucro é outra coisa.
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8. ‘Apesar disto’ entrámos em austeridade. Apesar de quê? Entramos em austeridade porque falimos, não ‘apesar’ de nada do que se tenha falado antes no video.
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9. A idade de reforma na Alemanha também é de 67 anos.
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10. A Alemanha tem 11 feriados oficiais, em 2012. A saber: Dia de Ano Novo, Sexta-Feira Santa, Domingo de Páscoa, Segunda-Feira de Páscoa, Primeiro de Maio, Ascensão, Domingo e Segunda-Feira de Pentecostes, o Dia da Unidade Nacional, dia de Natal e dia seguinte ao Natal. Dois são sempre ao Domingo e quatro correspondem quase a dias de ponte. Não é um tema em que a comparação nos saia bem.
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11. “Em 1990 a Alemanha declarou unilateralmente que a sua dívida externa havia caducado”. Estão a falar de quê? Podem elaborar melhor o que é que querem dizer com este… parágrafo?
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12. “Em 2005 a Alemanha infringiu os limites do défice e a União Europeia perdoou as sanções. Os portugueses não só não contestaram como apoiaram a decisão”. Podiam ter dito que Portugal infringiu antes, logo em 2001 e também não foi condenado por nada. Que grande caras de pau seríamos nós se tivéssemos protestado.

2 comentários:

Anónimo disse...

Mas ainda haverá quem leve a sério este Marcelão cínico, caricatural e teatral que ganhou os anexins de "maquiavel à moda do Minho" ou de "cavalo de Átila da política" e que, no jeito daqueles garotões espertalhaços que conhecêmos na escola primária se deleitava a "dar notas" a este ou aquele homem público ou caso mediático e inventou "factos políticos" só possíveis num país de opereta? Este cavalheiro é uma representação certeira do "país de merda", como diz a anedota célebre, em que Portugal se tornou. Um ser de anedotário, simplesmente. E
é este tipinho, que seria um verdadeiro pobre diabo num país civilizado, que vem gargantear? Mas sim, esta "república de bananas" merece-o. Quem o não merece somos nós, que temos vergonha na cara...!

Ricardo Mochila de Abreu

alf disse...

Inverdades por todo o lado; essa então de responsabilizar os alemães pelas nossas burrices...

as pessoas não perceberam que o povo alemão não está melhor do que o povo português, tem exactamente o mesmo problema - eles já aturam a Austeridade há muito tempo.

A "austeridade" é o processo pelo qual os ricos chupam toda a riqueza para eles e deixam sempre o resto das pessoas no limiar da sobrevivência.

O ordenado médio na alemanha é o dobro do português mas não o rendimento familiar, porque na alemanha as mulheres casadas geralmente ficam em casa; o nível de vida na alemanha é baixo, contrariamente ao que se pensa. Como se sabe, o turismo pé-descalço é quase todo... alemão!