Para uma semana que vos desejo excelente em
todos os aspectos ("felizes no jogo e no amor", parafraseando
a frase célebre de Stendhal a rebours e contrariando fadários)
nada melhor que contemplarmos, por um par de minutos, qualquer coisa bela e
suscitadora. Excitante dum ponto de vista vital, não sei se me entendem.
E assim sendo, neste caso aponto para a Mostra
que abriu anteontem na Sala de exposições temporárias do castelo de Portalegre
e protagonizada por Rui Real - cinéfilo encartado, agricultor, cultor de
leituras muitas vezes heterodoxas que vão de Lovecraft a Lauro António,
passando por Bradbury, Philip José Farmer, Ridley Scott, etc.
E, já agora, uma estorinha real para
ilustrar (digamos assim, que ilustrações mesmo, tiradas na "vernissage", vão
em anexo):
- Anos atrás, não estando eu em cheiro
de santidade no bestunto de um sector que de forma atribiliária
semi-dominava pelos meios e com a velhacaria que lhes é hábito o ranço político
alentejano/portalegrense, um dos controladores dessa agremiação sugeriu/lançou
a ideia de que seria bom arranjarem forma de me processarem, visando o
corolário de me prenderem ou, no mínimo, me "darem cabo da
vida", como disse com doçura um dos artilhadores. (Isto tem sua piada,
pois se nos tempos da "velha senhora" me levaram de cana
(digamos desta maneira justamente rasca) por duas vezes - foi precisamente
por dar ajuda e protecção a membros dessa agremiação). Mas bom. O ambiente
ficara um pouco...nublado. Nas terras pequenas Vs. calculam como é. E foi então
que, num dia, me chegou um desenho carreando o trombil - muito melhorado,
confesso - deste que vos fala; e uma semana depois era-me dito pelo seu autor
que, para a minha peça de teatro ("Passagem de Nível") que eu
buscava dar a lume por esse tempo, ele teria muito gosto em ilustrar a página
de rosto.
O retrato tenho-o,
encaixilhado, na Casa da Muralha (Arronches) junto de outros da mão de
Mário de Oliveira, Cesariny, Juan Ribeyrolles, Carlos Texera, Miquel Elías,
etc. que com generosidade me frequentaram o frontispício. O desenho está no
livrito que de facto semanas depois saíu, também valorizado com capa de António
Luís Moita e introdução de João Garção).
Pronto, vendi meu peixe neste domingo
ensolarado. Fica, com a estima que sabem, os proverbiais abrqs e bjh deste
vosso confrade.
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