Dentro
de dias vou de férias. Mas por “fas ou por nefas”, encerro hoje até ao meu
regresso, lá para finais de Agosto, a minha actuação.
Não quero deixar-vos “à francesa”. Ou melhor,
deixo-vos com este francês e assim parto sem má-consciência.
…Já agora, para os mais traquinas não me
xingarem com uma frase cruel, atirando-me que sou muito crítico da crise mas
que vou de férias para fora, informo que passarei as ditas vacanças cá dentro.
E até numa casa própria – pois não me cresce o caroço como dizia
numa sua excelente novela a nossa saudosa Natália Correia.
Bye e divirtam-se, folks!
BRAQUE
Olha
o Georges
diziam
os colegas
a
andar de bicicleta
Mas
isso era muitos anos depois
e
na infância não se sabia como
embora
estivesse em relevo essa figura
entre
peixe e cavalo.
Braque, O dia
Georges
passava tranquilamente
de
uma sala para um quarto
de
cabelos eriçados
enquanto
as flores e os frutos
se
multiplicavam
na
madrugada
Mas
Georges não sabia nada disso
um
prato de legumes lhe bastava
Braque, Guitarra, frutos e jarro
Havia
uma grande e silenciosa alegria
uma
palpável tranquilidade
na
casa onde o Verão caíra
sem
que ninguém se desse conta.
Mas
Georges ainda nada sabia
de
jarras e de janelas
Limitava-se
a deixar que até ele
chegassem
silhuetas de animais
que
sobre as suas mãos de criança
deixariam
talvez mistérios de outrora.
Braque, Atelier VI
Georges
sabia, afinal, o necessário
para
traçar a unidade da luz
ângulos
e
maravilhas abandonadas.
in CAIXA DE CORES
2 comentários:
Isso de meter no mesmo saco "cresce o caroço" e Natália Correia, trás água no bico.
Eheheheheheh! Senso de humor de primeira água, Manel. O abraqson firme do
ns
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