segunda-feira, 16 de abril de 2012

A mentira da Educação



Diz Ramiro Marques, no ProfBlog (via Fiel Inimigo):



A nossa Educação Pública vive há décadas sobre uma mentira: a ideia romântica e inquestionável de que todas as crianças e adolescentes são capazes de chegarem até onde elas ou os pais delas quiserem.

Toda a gente finge que acredita neste axioma. Na verdade, ninguém acredita nele mas todos fingem que este axioma é uma verdade inquestionável.
Quem ousa manifestar dúvidas, apontando exemplos de crianças e adolescentes que, por mais que os professores se esforcem, não conseguem chegar onde os pais querem que elas cheguem, é estigmatizado de diversas maneiras. A mais comum é levar com a etiqueta de conservador.

Chegámos a uma situação em que é de mau tom afirmar aquilo que todos conhecem: há crianças muito inteligentes, outras que o são medianamente e outras ainda que são muito lentas a aprender. E há crianças que se esforçam muito, outras que se esforçam pouco. E há algumas que adoram aprender e outras que se cansam facilmente.

E, por fim, há crianças que adoram a escola e outras que a detestam.

A falácia da escolaridade obrigatória e de uma via única para todos é aceite de forma inquestionável. O resultado está à vista: os gastos com a Educação não cessam de subir e os resultados não passam da mediocridade.

Todos nós sabemos isso mas fingimos que não é verdade. E vamos repetindo até à exaustão o contrário. Fazê-mo-lo em todo o lado: nos relatórios que elaboramos, nos planos que desenhamos, nos trabalhos que redigimos.

1 comentário:

alf disse...

a sociedade multiplicou-se em oportunidades de fazer coisas, mas a escola não.
Em todo o caso, penso que as dificuldades de ensino são em grande parte causadas por um pré-primário deficiente; as crianças nascem preparadas para o tipo de vida que os seus pais tiveram (embora os evolucionistas o neguem) mas são suficientemente plásticas para se adaptarem a outra realidade se com ela forem confrontadas nos primeiros anos de vida.

Por outro lado, nascemos com diferentes capacidades; se a disciplina de música fosse obrigatória, eu teria tido de abandonar a escola; a matemática para além das 4 operações é mais importante do que a música? aposto que nem 1% das pessoas usa mais do que as 4 operações na sua vida profissional, seja ela qual for.