Uma multinacional desloca-se para Portugal. Os marxistas, monopolistas em internacionalismo proletário, ignoram que a multinacional se deslocalizará para cá deixando outros trabalhadores, algures, pendurados. O patriotismo toma predominância, a coisa avança, os trabalhadores portugueses merecem gozar do direito ao trabalho.
A multinacional instala-se, e passa a ser um agente de exploração dos impérios financeiros e do consumismo desenfreado. Vem para cá "apenas" para nos explorar. Nunca 'reparam' que o seu internacionalismo proletário permitiu "libertar" os trabalhadores que ficaram, noutro país no desemprego, da mesma e exacta "exploração desenfreada".
A multinacional vai-se embora e salta-lhes a veia nacionalista e patriótica. O internacionalismo proletário esfuma-se e com ele a solidariedade para com os povos irmãos onde a multinacional se pretende instalar. Passa a ser uma vergonha que trabalhadores portugueses fiquem no desemprego e evapora-se a exploração dos impérios financeiros e do consumismo desenfreado. Agora é tudo patriotismo. Se a multinacional desistir da deslocalização, tratar-se-á de uma "retumbante vitória da luta dos trabalhadores contra o capital explorador e reaccionário".
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A dialéctica marxista caracteriza-se por este tipo de coisa. Diz o que tiver que dizer independentemente dos factos ou da verdade, e, para um mesmo fenómeno consegue dizer, ao mesmo tempo, tudo e o seu contrário. A "vitória" é sempre uma "certeza".
1 comentário:
Chapelada, digo eu!
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