(imagem obtida aqui)
... escreve Henrique Raposo aqui:
O fascismo do "Grândola Vila Morena"
Sophia de Mello Breyner cunhou uma expressão engraçada para classificar as
tácticas inquisitoriais dos companheiros de estrada do PCP: o "fascismo do
anti-fascismo" .
Esta intolerância de esquerda foi criada antes do 25 de Abril e, como é
óbvio, agressividade dos virtuosos reemerge. Nos últimos dias, por exemplo, têm
caído alguns pinguinhos: meninos e meninas têm usado "Grândola Vila
Morena" como forma de calar outras pessoas. Uma música criada para
promover a liberdade de expressão foi assim transformada numa arma contra a
liberdade de expressão.
Os novos cantadeiros do "Grândola Vila Morena" dizem que sãoanti-fascistas.
Bom, sobre isso nada sei, mas sei que são bons aprendizes de fascistas.
Têm todas as sementes do bicho. Em primeiro lugar, revelam uma total
intolerância em relação ao outro lado; há que malhar na "direita"
(assim mesmo: a "direita", um bloco compacto, monolítico,
desumanizado, desprezível e espezinhável). Em segundo lugar, respiram e
transpiram ódio, um ódio que escorre pelos cartazes, pelos rostos, pelas vozes.
E, de forma mui fascista, esta malta tem orgulho nesse ódio. Aquilo que os
define é o amor que têm pelo seu ódio, adoram odiar a "direita" ou
seja lá o que for. Esta elevação do ódio à categoria de virtude é a
marca do fascista, seja ele castanho ou vermelho. Em terceiro lugar,
temos a consequência lógica das duas premissas anteriores: o culto da
violência. Se a "direita" é espezinhável, se não vale a pena ouvir o
outro lado, se o ódio é uma virtude que confere uma legitimidade superior,
então a violência é legítima e não faz mal dar uns carolos no Relvas. Aliás, só
faz bem dar uns tabefes no Relvas.
Para terminar, só queria dizer que gosto bastante deste PREC cantado. É que assim já não tenho de
recorrer à história para explicar a profunda intolerância das
extremas-esquerdas portuguesas . Agora basta-me apontar para o
presente. Ela, a intolerância progressista e revolucionária, está aí, anda por
aí. Até peço uma coisa: aumentem o volume da violência, continuem a
mostrar que não sabem viver em democracia, que não sabem aceitar opiniões
contrárias, continuem a ameaçar, continuem a ser fascistazinhos de vão de
escada.
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