Há alguns argumentos principais e outros subsidiários que sempre vêm à tona, como “verdades” goebbelsianas, quando ocorre um novo atentado por terroristas islâmicos. Com o da maratona de Boston não seria diferente. Vou, sucintamente, concentrar-me aqui apenas nos dois principais.
Começo pela questão da dificuldade de integração dos muçulmanos na UE e, agora, também nos EUA. Ora, até o atentado de Boston, os EUA eram usados como modelo e “prova” de que o problema era europeu. Ou seja, que o problema eram os europeus. Mas se cidadãos muçulmanos naturalizados norte-americanos fazem o mesmo que os terroristas de Londres e Madrid, entre vários outros, o problema não são os europeus.
Resta a dificuldade de integração em si. Mas se sociedades com passados e culturas migratórias diferentes, e que tratam os imigrantes de modo distinto, como EUA e UE, não conseguem igualmente integrar os imigrantes muçulmanos, o problema, ao mesmo em parte, tem de estar no fator comum, os próprios imigrantes muçulmanos. Isto seria evidente se não fosse “politicamente incorreto”. Pois tanto os EUA quanto a UE recebem imigrantes de todos os continentes, de todas as culturas e de todas as religiões. Mas os terroristas são sempre muçulmanos. Tem de haver um motivo. Porém o motivo da particular dificuldade de integração dos muçulmanos como causa de atentados também explodiu em Boston.
Em primeiro lugar, essa dificuldade é afinal em parte, ou em grande parte, responsabilidade dos próprios muçulmanos, cuja cultura e religião não é apenas diferente em muitos aspectos essenciais da cultura ocidental moderna (mesmo caso de chineses do interior da China ou de africanos em geral), mas também orgulhosa e agressivamente rejeitadora de cultura ocidental moderna, ou seja, da sociedade aberta. Em segundo lugar, as dificuldades de integração não “explicam” mais os atentados porque, além de eles não serem europeus nem terem atacado na Europa, os irmãos de Boston eram perfeitamente integrados...
O mais velho se casara com uma americana cristã e praticava boxe. O mais novo fazia simplesmente tudo o que faz uma americano comum de sua idade, de fumar maconha a frequentar bons colégios particulares, além ser “popular”, o que nessa idade, nos EUA, é uma espécie de prêmio social. Logo, nem a dificuldade de integração, nem a facilidade de integração, explicam coisa alguma (os chineses do interior da China e os africanos em geral que o digam).
O segundo argumento principal é a vingança. No caso particular dos irmãos de Boston, foram citados o Iraque e o Afeganistão como “motivos”. O que logo gera um coro surdo de “compreensão” que ecoa do lado esquerdo do espectro político. Mas o que tem a ver o menino de 8 anos assassinado na frente da família com as decisões do governo do ex-presidente Bush? O que tem a ver a imigrante chinesa também ali assassinada com o mesmo governo? E desde quando, numa sociedade aberta, ações governamentais criticáveis o são pela morte aleatória e em massa de inocentes? Mesmo a vingança, para além da crítica, nada justifica nem pode justificar. Primeiro, porque inocentes são inocentes. Simples assim. Não se vingam culpados matando inocentes. Isto é puro e completo absurdo. Segundo, porque existe o sistema judiciário. Não é fácil levar a julgamento um poderoso norte-americano. Mas não é impossível. Além disso, a completa liberdade de manifestação e de ação políticas franqueia a carreira política a qualquer um. Os terroristas muçulmanos, se quisessem, poderiam ser políticos muçulmanos, tanto nos EUA quanto na UE, e assim tentar influir nas políticas públicas.
A verdade é que as famosas dificuldades de integração dos muçulmanos, assim como seu “desejo de vingança”, não fazem qualquer sentido verdadeiro à luz terrível mas clara das explosões.
O verdadeiro motivo pelo qual há terroristas muçulmanos de massa, e apenas terroristas de massa muçulmanos, não é apontado porque “não pode” ser dito. Esse motivo é o islã como ideologia política e visão de mundo, que luta por uma sociedade diferente da moderna sociedade aberta. Mas isto ainda não é tudo. Porque o terrorismo político sempre existiu. A diferença é que o terrorismo político, por definição, tinha alvos políticos, em vez de atacar massas de inocentes. O terrorismo islâmico é um terrorismo de massa porque sua ideologia envolve o desprezo e a rejeição – aqui sim –, pelos radicais islâmicos, não só do Ocidente e da cultura moderna, mas também dos ocidentais em si. A morte de “infiéis” simplesmente não é relevante. Mas pode ser eventualmente útil.
Começo pela questão da dificuldade de integração dos muçulmanos na UE e, agora, também nos EUA. Ora, até o atentado de Boston, os EUA eram usados como modelo e “prova” de que o problema era europeu. Ou seja, que o problema eram os europeus. Mas se cidadãos muçulmanos naturalizados norte-americanos fazem o mesmo que os terroristas de Londres e Madrid, entre vários outros, o problema não são os europeus.
Resta a dificuldade de integração em si. Mas se sociedades com passados e culturas migratórias diferentes, e que tratam os imigrantes de modo distinto, como EUA e UE, não conseguem igualmente integrar os imigrantes muçulmanos, o problema, ao mesmo em parte, tem de estar no fator comum, os próprios imigrantes muçulmanos. Isto seria evidente se não fosse “politicamente incorreto”. Pois tanto os EUA quanto a UE recebem imigrantes de todos os continentes, de todas as culturas e de todas as religiões. Mas os terroristas são sempre muçulmanos. Tem de haver um motivo. Porém o motivo da particular dificuldade de integração dos muçulmanos como causa de atentados também explodiu em Boston.
Em primeiro lugar, essa dificuldade é afinal em parte, ou em grande parte, responsabilidade dos próprios muçulmanos, cuja cultura e religião não é apenas diferente em muitos aspectos essenciais da cultura ocidental moderna (mesmo caso de chineses do interior da China ou de africanos em geral), mas também orgulhosa e agressivamente rejeitadora de cultura ocidental moderna, ou seja, da sociedade aberta. Em segundo lugar, as dificuldades de integração não “explicam” mais os atentados porque, além de eles não serem europeus nem terem atacado na Europa, os irmãos de Boston eram perfeitamente integrados...
O mais velho se casara com uma americana cristã e praticava boxe. O mais novo fazia simplesmente tudo o que faz uma americano comum de sua idade, de fumar maconha a frequentar bons colégios particulares, além ser “popular”, o que nessa idade, nos EUA, é uma espécie de prêmio social. Logo, nem a dificuldade de integração, nem a facilidade de integração, explicam coisa alguma (os chineses do interior da China e os africanos em geral que o digam).
O segundo argumento principal é a vingança. No caso particular dos irmãos de Boston, foram citados o Iraque e o Afeganistão como “motivos”. O que logo gera um coro surdo de “compreensão” que ecoa do lado esquerdo do espectro político. Mas o que tem a ver o menino de 8 anos assassinado na frente da família com as decisões do governo do ex-presidente Bush? O que tem a ver a imigrante chinesa também ali assassinada com o mesmo governo? E desde quando, numa sociedade aberta, ações governamentais criticáveis o são pela morte aleatória e em massa de inocentes? Mesmo a vingança, para além da crítica, nada justifica nem pode justificar. Primeiro, porque inocentes são inocentes. Simples assim. Não se vingam culpados matando inocentes. Isto é puro e completo absurdo. Segundo, porque existe o sistema judiciário. Não é fácil levar a julgamento um poderoso norte-americano. Mas não é impossível. Além disso, a completa liberdade de manifestação e de ação políticas franqueia a carreira política a qualquer um. Os terroristas muçulmanos, se quisessem, poderiam ser políticos muçulmanos, tanto nos EUA quanto na UE, e assim tentar influir nas políticas públicas.
A verdade é que as famosas dificuldades de integração dos muçulmanos, assim como seu “desejo de vingança”, não fazem qualquer sentido verdadeiro à luz terrível mas clara das explosões.
O verdadeiro motivo pelo qual há terroristas muçulmanos de massa, e apenas terroristas de massa muçulmanos, não é apontado porque “não pode” ser dito. Esse motivo é o islã como ideologia política e visão de mundo, que luta por uma sociedade diferente da moderna sociedade aberta. Mas isto ainda não é tudo. Porque o terrorismo político sempre existiu. A diferença é que o terrorismo político, por definição, tinha alvos políticos, em vez de atacar massas de inocentes. O terrorismo islâmico é um terrorismo de massa porque sua ideologia envolve o desprezo e a rejeição – aqui sim –, pelos radicais islâmicos, não só do Ocidente e da cultura moderna, mas também dos ocidentais em si. A morte de “infiéis” simplesmente não é relevante. Mas pode ser eventualmente útil.
1 comentário:
Politicamente incorrecto, politicamente vital. Sem espinhas, como por aqui se diz.
Abraço.
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