retirado daqui
Com a
globalização da economia sucedeu um fenómeno cujas consequências a generalidade
das pessoas não percebeu e que estão a ser cuidadosamente escondidas.
Esse fenómeno é o
seguinte: a economia transcendeu os poderes políticos, que permaneceram à
escala local. A consequência é que se tornou impossível controlar os poderes
económicos por via política. Ou seja, os representantes eleitos pelos cidadãos
deixaram de ter poder na gestão da sociedade, que passou para os detentores do
poder económico.
Nesta altura,
alguns leitores dirão: lá vem a teoria da conspiração do costume! Eu também já
pensei o mesmo quando alguns economistas alertaram para esta consequência da
globalização como estava a ser feita. Mas os factos são cada vez mais claros
porque em alguns sectores já nem vale a pena continuar a esconder o jogo, de
tão óbvio.
É o caso do
sector financeiro. O presidente do BCE, Mario Draghi declarou que o modelo
social europeu está morto. Reparem: o presidente do BCE é que decide qual é
modelo em que a sociedade se organiza, não são os políticos que elegemos. Claro
que estas afirmações se suportam em argumentos aparentemente “lógicos”, como a associação
do estado social ao desemprego – felizmente existem países como a Dinamarca,
sem recursos próprios, sem dimensão, com um clima tramado, mas que, graças ao
seu desenvolvidíssimo estado social, assegura o mais alto nível de vida aos
seus cidadãos e tem o mais baixo desemprego da Europa (do mundo?).
Sim, dirão vocês,
mas isso vai mudar, porque agora o Hollande ganhou as eleições em França e vai
“passar um cartão vermelho” às políticas até agora seguidas que puseram o poder
nas mãos dos financeiros, portanto, fora do controlo dos cidadãos. Aqui é que
se enganam. Por melhores que sejam as intenções do Hollande, ele não pode fazer
nada sozinho, precisa de ministros, secretários de estado, etc., não é verdade?
Bem, mas toda essa gente vai receber o seguinte recadinho: “porta-te bem e vais ter uma linda conta num offshore e um lugar
num conselho de administração quando saíres do governo; ou porta-te mal e serás
desacreditado na comunicação social e, quando saíres do Governo, terás de ir
lavar escadas para sobreviver.”
Se vocês
estivessem no lugar deles, o que fariam? É que as pessoas têm família, não é?
Os heróis só o são porque não tiveram tempo para pensar antes de agir, quem
pensa não se arma em herói porque a vida são dois dias, não é? E há que pensar
também na família… não vamos condená-la à pobreza… ou pior (sei de um que se
armou em reguila… o filho morreu…).
Duvidam que seja
assim? Basta ver o percurso dos nossos ex-ministros... Foi para evitar estas
situações que se criaram as pensões vitalícias para ex-políticos e imunidades
parlamentares; ou pensavam que essas coisas foram criadas para os políticos se
aboletarem? Não, foram criadas para garantir que os políticos se podiam dedicar
ao nosso serviço. Houve quem abusasse; mas agora estão todos nas mãos do poder
económico, o poder político está capturado e não é um líder isolado que pode
mudar a situação.
Por isso, o
Hollande, sozinho, não vai conseguir fazer nada a prazo.
A situação que se está a criar é a da Ditadura económica; nesta, as pessoas, passo a passo, pela mão de argumentos "lógicos", são conduzidas e levadas a aceitar uma situação de escravatura. A Humanidade parece girar num ciclo: ditadura económica, a que se segue uma ditadura militar, a que se segue uma democracia, a que se segue uma ditadura económica...De vez, em quando, este ciclo pára durante muito tempo - quando o poder militar se junta a um dos outros.
Mas não pensem
que é só o poder financeiro que controla esta nossa bela sociedade. Há mais a caminho.
(continua)
2 comentários:
Muito bom. Como achega, sabe que 80% dos actuais líderes europeus (os americanos são de outro grupo, os russos ainda de outro e os islamos de Allah ele mesmo)são familiares do Grupo Bilderberg, neste momento com fortes ligações à maçonaria de obediencia irregular? E isto não é tweoroa de conspiração, é a verdadinha pura e documentada.
Prof Honório
Alf:
Se a sua entrada no blogue foi boa, a continuação, como se esperaria, ainda é melhor.
Só uma nota: esse ciclo é o mesmo de que falava Platão na república ateniense, mas por outras palavras.
Um dia destes, tenciono também abordar o assunto, embora a propósito de um outro.
Abraço.
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