Com mais de uma semana de atraso e na sequência da última parte do texto
"O rendez-vous do troglodita" que aqui coloquei há pouco, não resisto
a transcrever integralmente a notícia publicada no JN,
cuja referência encontrei, com o título abaixo, no 31 da Armada. Reservando-me comentários que
possam ferir sensibilidades mais apuradas.
Como posso engatar ou ser engatado? E
ultrapassada essa questão: como ter uma aventura sexual num espaço público sem
ser visto? A estas e outras questões promete dar respostas o primeiro workshop
sobre engate e sexo em Portugal, esta segunda-feira à noite, em Lisboa,
inserido no movimento 'Primavera Global'.
"Indignados"
no Parque Eduardo VII
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"Fazer cidades democráticas também é
preservar os espaços de engate e de sexo em locais públicos, mas discretos. E
você, quer vir hoje ao parque?". O convite partiu de uma filósofa, Anabela
Rocha, e de um sociólogo, Fernando André Rosa, do coletivo 'Panteras Rosa', que
decidiram associar ao protesto global que decorre em 250 cidades mundiais -
sete das quais portuguesas - tal formação.
A dupla promete fazer desfilar os
formandos, a partir das 21 horas e gratuitamente, pelas zonas de circulação e
arborizadas do Parque Eduardo VII, em Lisboa, habitualmente usadas para
aventuras sexuais. E, ali, entre um arbusto e outro ou atrás de uma árvore,
fora da visibilidade pública, ensinar não só técnicas de abordagem e prática
sexual em locais públicos, como alertar para casos de violência que tem
ocorrido sobre os adeptos destas práticas.
Segundo Anabela Rocha, este singular
workshop surge como forma de preservar a história deste local como "zona
de excelência de engate e de fantasias eróticas, especificamente urbanas, de
interação com um estranho".
"É necessário refundar as cidades
numa perspetiva mais democrática. Este é o nosso contributo nesse sentido. Há
aqui uma herança 'queer' (identidades sexuais não normativas) que é necessário
não ficar estigmatizada mas antes obter visibilidade e impor-se no mapa da
cidade", refere.
"A prática de engate 'queer' nos
parques favorece as interações sem necessidade de consumir, sem barreiras
linguísticas ou de classe", acrescenta.
"Occupar o engate" - assim se
chama a formação - parte junto à acampada dos elementos que ali se fixaram no
sábado à tarde, após a marcha pela Avenida da Liberdade, contra as medidas de
austeridade.
Além de engatados e quem já engatou, o
workshop conta ainda com o contributo do geógrafo Paulo Jorge Vieira, cuja área
de investigação incide nesta temática.
1 comentário:
Seria cómico se não fosse trágico. Um país de pequenos sacanas, é o que estes tipos procuram exista. Assim sendo, como estranhar que tentem construir um país de putas, putos e chulecos?
Heliodoro
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