terça-feira, 29 de maio de 2012

O cartel dos tesos


Tenho estado a ver, a bochechos porque a pachorra tem limites, o programa Prós & Contras da RTP 1, coisa de siderar. Das 4 pessoas presentes, 3 vivem no planeta dos gambozinos e apenas uma, Cantiga Esteves, no mundo real.

Em sapiências avulsas, a "europa" manietou-se agarrada à ideia que bastaria pensar que seria o cérebro e motor do mundo para que o passasse a ser. De arrogância em arrogância depredou toda a sua iniciativa interna anulando as vantagens relativas que cada região e cada actividade teria em relação às outras, ignorou o efeito que essas "regulações" teriam relativamente a concorrentes externos, prometeu mundos e fundos aos seus cidadãos sempre negando-lhes a participação na decisão nos destinos da coisa comum, conluiou-se na dissimulação do que estava a correr em contrário ao enunciado, prometeu que as arestas ainda a limar se resolveriam com mais "europa" e gastou o que tinha e o que não tinha endividando-se até que os credores começassem a torcer o nariz. Todos fizeram o mesmo tendo alguns sido particularmente militantes em matéria de solidariedade do outro para consigo esquecendo que esse gesto pressuporia, mais tarde ou mais cedo, reciprocidade em atendimento ao esforço alheio.

Hoje, no referido programa e à excepção de Cantiga Esteves, todos continuam com a mesma estúpida conversa que nos trouxe à falência, não tendo qualquer ideia para além das habituais vacuidades. Todos reclamam da Alemanha a chave para a resolução do problema não percebendo que tal exigência constitui um atestado de irrelevância política e económica dos turbulentos. Que idoneidade tem o cartel dos tesos para arrogantemente reclamar que a Alemanha tome as decisões que eles entendem? Que tomem conta de si e não enfadem quem de si próprio cuida muito mais competentemente.

1 comentário:

Anónimo disse...

Inteiramente de acordo. E estes tipos que o autor deste artigo expõe honradamente são do mesmo género que aqueles que atacaram com ferocidade de pancrácios a comissária Cristine Lagarde, que disse esta coisa justa e elementar: "Preocupo-me mais com as crianças despossuídas da Nigéria, que vão para a escola muitas vezes de barriga vazia e sem um toco de lápis do que com os da Grécia cujos pais fogem aos impostos e tentam viver à custa dos outros", como os que, acrescento eu, trabalham no turismo depois de terem conseguido subsídios como invisuais ou os que têm 3 carros à porta, tv de plasma e ar condicionado, além de 2 ordenados por aposentação mesmo assim vão buscar géneros à Misericórdia...oops, esta última situação é entre nós.

Ilídio Volkstormes