quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Força do FMI



Acabei de saber que, mais uma vez, coisa que começou a seguir ao 15 de Setembro se a memória não me falha, Portugal se financiou nos mercados a juros muito baixos, menos de metade do que paga à troika. Juros inexplicavelmente baixos, muito inferiores ao que paga qualquer depósito a prazo.

Como entender isto?

Os nossos prolixos e esclarecidos comentadores económicos nem referem o assunto.

Uma hipótese é que estão com medo que Portugal mande a Europa às urtigas e apressam-se a "amaciar-nos" para que não entornemos o caldo que lhes tem sido tão proveitoso.

Outra é a de que estão a tentar convencer-nos a regressar rapidamente aos mercados, que estão tão apetitosos, para depois voltarem a subir os juros, porque isto da troika está a estragar-lhes as perspectivas de juros usuários

Mas há ainda uma terceira hipótese, para a qual me inclino: é a mão do FMI

Quem vir aqui o que diz a Lagarde, encontra um discurso completamente diferente. Afinal o problema são os bancos, o sector financeiro, as suas más práticas, que têm de ser corrigidas; é preciso cair em cima deles.

Quanto aos países, têm é de crescer, qual austeridade qual carapuça.

Os planos da Merkel vão por água abaixo. Afinal, quem manda é a Lagarde.

Mais uma sugestão para a recepção à Merkel: cartazes com a foto da Lagarde e do Hollande.

1 comentário:

Manuel Graça disse...

"Portugal se financiou nos mercados a juros muito baixos,"

A informação que tenho é a de que apenas se refinanciou. Conseguiu uma prorrogação do prazo, a juro baixo, a empréstimos prestes a serem cobrados.

"Outra é a de que estão a tentar convencer-nos a regressar rapidamente aos mercados, que estão tão apetitosos, para depois voltarem a subir os juros,"

Isto não faz qualquer sentido porque os juros não sobem para empréstimos a decorrer. Só para novos.

O problema do juro alto é tão simples que ate dói: Portugal pede empréstimos cujo quantia total subiu exponencialmente.