segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Amanhã há mais uma batalha de uma luta antiga e mais que justa (2)



(pode ler-se aqui)  - Desenvolvimentos de última hora, aqui

Porque estarei dia e noite a partir de amanhã em frente à Assembleia da República?

Para quem não viu ontem o Jornal da Noite da SIC e perdeu a nossa entrevista, pode vê-la aqui.

Irei estar afastado do TETRAPLÉGICOS, porque como sabem iremos iniciar uma vigília, este dia 2 de Outubro, em frente á Assembleia da República para exigirmos que não continuem a subjugarem-nos e discriminar ainda mais. Só desmobilizaremos quando tivermos a certeza que nossas exigências serão cumpridas.
Quanto a mim, e restantes organizadores doMovimento (d)Eficientes Indignados, ficaremos dia e noite. Seria muito bom se pudéssemos contar com todos aqueles que como eu se sentem excluídos. Sei que não será fácil, mas o que tem sido facilitado nas nossas vidas? Pensem bem se não existe uma maneira de se manifestarem? Não podem viajar até Lisboa? Manifeste-se na sua cidade ou aldeia. Haverá sempre uma alternativa. Sejam imaginativos. Juntos e unidos seremos mais fortes.

Junte-se a nós na página do Movimento (d)Eficientes Indignados e divulgue-nos. Vamos dar um BASTA a esta discriminação continua e repetida de todos os nossos Governos.

EU ESTAREI EM FRENTE Á ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA PORQUE:

1º - Principalmente por DINGINIDADE e direitos iguais aos demais cidadãos, e não subsídios e esmolas;

2º - Para que não continuem a recusar-nos uma simples almofada antiescaras e por esse motivo ficarmos com úlceras de pressão/escaras, como é o caso lastimável que se encontra este amigo que foto documenta, e que não nos humilhem como o fazem com esta nossa amiga a quem recusam um sistema que lhe permita entrar na sua casa com dignidade;




3º - Para que ao nos deslocarmos a um serviço da Segurança Social na esperança de obtermos resposta sobre inserção, não nos respondam que solução é um lar de idosos;

4º - Para que o Centro de Reabilitação Profissional de Alcoitão não nos continue a excluir. Um centro totalmente acessível e criado para nos reabilitar profissionalmente, mas não nos aceitam porque segundo eles não têm dinheiro para contratar auxiliares;

5° - Para que não continuemos a ter direito a um apoio domiciliário incapaz de nos apoiar devidamente. Queremos muito mais que duas visitas diárias e com tempo contado ao cronómetro. Temos amigos acamados a ficarem noites sozinhos por falta de respostas condignas;

 6º - Para que seja pago o preço devido a quem nos auxilia, e não os míseros 0,49 cêntimos á hora actuais;




7º - Para deixarem de uma vez por todas de nos recusarem transportes a consultas, altas hospitalares, ida a exames de diagnóstico, fisioterapia e não acontecer como actualmente em que por exemplo CMR Alcoitão, após alta hospitalar nos despacha na estação de comboios de Santa Apolónia e cada um se "desenrasque", e ou como fez recentemente o hospital Amadora Sintra, que após a alta hospitalar informou nosso amigo tetraplégico que tratasse do transporte para voltar para a sua casa. Ao informar assistente social que não tinha dinheiro para o transporte, resolveram prolongar-lhe internamento por mais 15 dias;

8° - Para que ninguém mais passe pela mesma humilhação que eu passei;

9° - Para que nenhum de nós continue a ficar afastado do mundo, isolados e presos nos nossos próprios quartos por falta de acessibilidades;

10º - Para que um veiculo adaptado ás nossas necessidades deixe de custar o valor exorbitante de €85.000;

11° - Para que tenhamos direito a subsidio para frequentarmos cursos profissionais como a maioria;

12° - Para que deixem de impedir nossas famílias de concorrerem ao programa de famílias de acolhimento, e não como actualmente, em que pagam ao vizinho para nos acolher e assim tirarem-nos do nosso ambiente familiar;

13° - Para que os centros de reabilitação nos recebam e reabilitem adequadamente, e não como acontece actualmente que para se conseguir uma simples consulta com um especialista, é quase impossível;

14° - Pará que nossas reformas correspondam aos nossos reais gastos e não os €212 atuais mensais;




15° - Para que não nos retirem esses míseros €212 caso façamos vida em comum com alguém, e esse alguém tenha rendimentos superiores a €168;

16° - Para que existam transportes públicos acessíveis e não ter que avisar com 48 horas de antecedência sempre que desejamos viajar de comboio;

17º - Para que no lugar de atribuirem enormes valores a lares imundos para nos receberam, nos entreguem esse mesmo valor a cada um de nós, e assim sermos nós a gerir as nossas vidas;

Indigno-me porque minha deficiência não é o meu problema, mas sim o que me rodeia. 

Irei dando noticias. Fiquem bem e indignem-se também juntando-se a nós.

2 comentários:

Manuel Graça disse...

http://youtu.be/EtvRdglC-gg

... mas ou me engano muito ou já lá anda o PC a tentar ajavardar a coisa.

Joaquim Simões disse...

O que me admira é que tenha dúvidas quanto a isso. Trata-se de um risco inevitável e de consequências que o são ainda mais. Sei que há lá quem esteja alerta no que respeita a esses "pormenores", mas sinceramente, tenho poucas esperanças de que não venham a ser engolidos ou simplesmente afastados a médio ou mesmo a curto prazo. É o costume, infelizmente.