Um novo texto enviado por António Justo:
A circuncisão
de meninos no Islão e no Judaísmo, segundo a sentença do Tribunal Distrital de
Colónia, constitui uma agressão criminosa.
Mais
importante que a liberdade de religião é a integridade corporal e a
autodeterminação da criança, argumenta o tribunal, na sua decisão de ontem,
26.06.2012.
O direito de
autodeterminação das comunidades religiosas não se pode sobrepor ao direito humano
da integridade corporal.
Este
julgamento terá consequências muito importantes.
Esta decisão
deveria ser um acto de encorajamento para políticos e outros tribunais no
sentido de intervirem mais corajosamente em crimes de base cultural como
casamentos forçados e crimes de honra, ainda muito em voga em determinadas
culturas.
Até agora, o
corte do clitóris das meninas (praticado em grande parte do mundo muçulmano)
era considerado acto criminoso no Ocidente, mas o sofrimento do acto agressivo
da circuncisão de meninos ainda não tinha chegado à consciência das pessoas.
A decisão do
Tribunal é uma vitória contra a barbaridade e leva uma consciência mais
sensível a actos culturais que não respeitam a dignidade e a integridade da
pessoa e constitui um apelo ao respeito pelo direito dos que não têm voz.
A matança
ritual de animais, como no caso muçulmano e judio, em que os animais são mortos
duma maneira brutal porque morrem sangrando, não foi proibida na Alemanha por
“respeito à religião”. Também aqui será necessária uma consciência mais
afinada.
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