sexta-feira, 1 de junho de 2012

Preparem-se: vêm aí os coristas do humanismo!


A proposta para o novo estatuto do aluno, aprovada hoje em conselho de ministros, prevê que os pais de alunos faltosos ou indisciplinados possam ser punidos pelo comportamento dos filhos através do pagamento de multas ou da redução dos apoios sociais.
De acordo com a proposta, que terá ainda de ser discutida e aprovada no Parlamento, as escolas passarão a ter de comunicar obrigatoriamente à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco ou ao Ministério Público sempre que o aluno, depois de ultrapassar o limite de faltas, continuar a não ir às aulas ou tiver uma suspensão superior a cinco dias. Nestes casos, os encarregados de educação poderão ter de frequentar programas de "educação parental", por exemplo.



As famílias mais carenciadas, cujos filhos são apoiados pela Ação Social Escolar, poderão perder os apoios relativos à compra de manuais escolares, em substituição do pagamento da multa.



Já os alunos poderão ser obrigados a reparar e indemnizar os danos causados na escola ou às pessoas. Filmagens e difusão de vídeos ou fotos captados sem autorização no estabelecimento de ensino terão de ser punidos. 


Trabalho comunitário 




Para reforçar a autoridade dos professores, o diploma alarga de um para três dias a possibilidade de o diretor suspender um aluno, sem  ter de abrir um processo mais formal, bastando, para isso, a audição do estudante ou do encarregado de educação, no caso daquele ser menor.



O Governo quer ainda tornar mais rígido o atual regime de faltas. Se um aluno é expulso da sala de aula, terá obrigatoriamente marcação de falta injustificada. Até aqui, cabia ao professor a decisão de assinalar ou não essa falta. Também os atrasos e o esquecimento do material escolar vão ser equiparados às faltas de presença.
A proposta põe fim à realização obrigatória de planos individuais de trabalho - que contemplavam provas avaliadas pelos professores - por parte dos alunos faltosos. Caberá à escola decidir quais as medidas a aplicar a estes estudantes, que poderão passar por "tarefas socialmente úteis" para a escola ou para a comunidade, após o período de aulas.



O novo "Estatuto do Aluno e Ética Escolar" confirma o agravamento das penas em 1/3 em relação a crimes praticados contra professores.

7 comentários:

Anónimo disse...

Sim, toda esta tropa "marxo-humanista" e os que os apoiam por salamaleque prafrentex, vão protestar em coro. Vão dizer que é um atentado aos direitos dos pobres crianços que tão bem treinaram a desordem para futura utilização. Vão fazer a defesa acendrada do progressismo que é dar com uma garrafa de cerveja, por exemplo, na cabeça dum colega ou dum prof, ou de uma caterva de familiares (e nem digo a etnia)em esperarem lá fora um prof ou um colega e lhe chegarem a roupa ao pelo. Sim, os progressistas da asrruaça vão protestar. Para que a escola continue uma merdha rodrigista ou afim. No pasarán!

Irineu Martins

Anónimo disse...

Preparem-se: vêm aí os coristas do humanismo?...
A sério? E porquê?
Porque estas medidas não ultrapassam (antes, não passam de uma colagem das reivindicações dos professores e suas organizações associativas criadas na época das 2 ministras do tempo de Sócrates)?
Com efeito o actual ministro não apresenta nada de novo. Melhor, legisla tão só o que todos estavam de acordo nos tempos da L. Rodrigues ou da escrevinhadora de histórias para criancinhas; associações de professores, blogues de professores, sindicatos e partidos (todos os da oposição à excepção de um dos partidos que hoje é governo - o PSD).
Dizer agora que vamos assistir a um espectáculo das coristas do humanismo... será de todo estranho, até porque se nos dermos ao trabalho de pesquisar, todos defendiam isto - claro que à excepção do PS que defendia a sua dama e o PSD que não se queria comprometer na altura, na medida em que a cadeira do poder estava em risco a ficar vaga...

Vêm aí os coristas... para quê? Para desdizer o que defenderam nos tempos da L. Rodrigues de má memória? Para contrariarem o que defendiam (sobretudo o Bloco)? Sim, o BE, esse saco de gatos resultante de uma coligação contra-natura entre trotskistas do PSR/LCI, católicos (ditos progressistas), ex-PCP's, e stalinistas da UDP (organização da qual o senhor ministro de agora fez parte)?
Desculpem lá, senhores, mas não percebo. Enquanto professor estive activamente na luta contra as 2 ministras e o que sempre defendemos não está distante (pelo contrário) do que é proposto agora por este senhor que vocês defendem como algo "iluminado" (?). O que acho mesmo, é que a proposta não passa daquilo que todos nós professores (e qualquer pessoa de bom senso) defendemos na época do cavalheiro que agora passa férias em Paris.

um professor do 1º ciclo ensino básico

Joaquim Simões disse...

Caro professor do 1º ciclo do EB:

Eu não me apercebi de, até hoje, haver alguma vez defendido o actual ministro como um "iluminado". Tenho-o defendido, isso sim, como alguém que se me afigura lúcido e competente; caso ele demonstre, mediante o que faça ou venha a fazer, ser o oposto disso ou simplesmente cometer o que, em minha opinião, sejam erros indesculpáveis, cá estarei para me manifestar contra a sua acção. Mas também sei que o ME é um pântano onde é muito difícil avançar; houve gente, aliás, que, por esse motivo, nem um ano de cargo previu para Nuno Crato.
Quanto a estas medidas, prevejo eu que, na medida em que mexem com "prerrogativas sociais dos mais desfavorecidos" ao responsabilizá-los pelo comportamento dos filhos, sejam aproveitadas pelos coristas do protesto a todo e qualquer custo. Julgo, aliás, que, ao contrário do que afirma, não estiveram anteriormente de acordo com este tipo de medidas - eu, pelo menos, não me lembro, mas posso estar enganado.
Finalmente, face ao que diz a notícia que transcrevi, parece-me também haver uma simplificação nos procedimentos no caso das faltas mais comuns, as que originam suspensões até três dias; bem como no que respeita à obrigatoriedade da realização de planos individuais de trabalho e respectivas provas.
Desconheço o que se mantém dos absurdos rodriguistas e alçada-baptististas e acredito que haja ainda excessiva carga e influência de tanto disparate, à sombra do qual tanto poder dissimulado se instalou nas escolas. Veremos o que se segue. Pela minha parte, continuo, por enquanto, a confiar no actual ministro. Por enquanto, repito.

Anónimo disse...

Lamento dizê-lo, mas não confio. Não confio já em ninguém... lamento dizê-lo, mas já não me sinto professor. Sinto, sim, ser um mero burocrata sem tempo para ensinar. E ensinar era, foi sempre o meu propósito quando resolvi "abraçar" esta profissão.
E lamento dizê-lo, porque fui sempre contra o regime que se finou com o 25 de abril, mas sou forçado a dizer (porque acho ser verdade) que a última reforma de jeito, apesar dos seus defeitos, foi a do sr. Veiga Simão.
E finalmente, sem mais delongas, sugiro que verifique - mesmo - as posições das associações de professores nascidas ou cimentadas na luta contra essas duas senhoras que deram a machadada final no ensino... mais, também as posições dos sindicatos (que sim, foram forçados a isso) e do Bloco. Ou até do PCP... verifique e verá que todos, mas todos, apontavam no mesmo sentido - claro que com pequenas diferenças. Mas nada que possa contrariar o que "agora é proposto". Verifique e constate... parecer-lhe-à um plágio.
E se contrariarem... lhe garanto que será absurdo. Se contrariarem... é porque estão a fazer jogos políticos de sobrevivência. E daí se infere que não será sensato confiar em políticos. Nunca e em situação alguma.
Claro e, mais uma vez, lhe digo: Lamento dizê-lo, mas já não confio em ninguém. Muito menos nessa gente.
os melhores cumprimentos

um professor do 1º ciclo ensino básico - ou se quiser: professor primário

Anónimo disse...

E a "escola cultural", dum professor dótor que dótorava em Évora e foi rector e depois não foi nada, se é que alguma vez percebeu o que (não) era. Uma treta mais dos jesuitas que lá repartem o Poder com os comunas. Escola cultural? Ora, ora, uma escola deve dar o conhecimento da matemática, da história, da geografia e etc. e depois quem deve ajudar na cultura é o quotidiano e o jogo legítimo dos operacionais do ramo, em interacção com os sujeitos alvo potencial. Senão era como no Leste e quejandos, que davam categoria cultural frequentemente...siberiana.
Eirodes

Anónimo disse...

Ainda conheci Veiga Simão. Fiquei com a impressão de ser um tipo sério e interessado em melhorar o ensino lusitano. Como se sabe, acabou mal. Fizeram-lhe a folha. Pois...

Eirodes

RioD'oiro disse...

:) ... como não podia deixar de ser:

http://youtu.be/VYgf_FpEEvU