Em Lisboa como na província magna costumam aparecer, aproveitando-se da ingenuidade
de disponíveis assistentes e dos pequenos velhacos organizativos, certos “mestres-escolas de tudo e oficiais de nada”
conferencistas, que com o descaramento que a mediocridade e a petulância lhes
facultam ousam perorar sobre assuntos que gostariam de ter próximos e fecundos,
mas que lhes estão tão longe como Vega ou Canis Minor…
Pesporrentes e à guisa de vendedores de banha
da cobra, esses caramelos estabelecem
maior confusão ainda nas orelhas dos que os ouvem, capturados pela sua audácia
de pequenos jogadores das artes & letras.
Em “homenagem” a esses sujeitos
atravancadores, aqui se deixa um poema sobre uma figura singular, existente e
de que maneira apesar de artilhado nos plainos da imaginação, o grande Pitta
Raposo, o magnificente e sem par…
Nicolau Saião, Um Pitta Raposo
Perfil de um grande
homem
É arteiro como um cigano
elegante e donairoso
- um magnífico fulano
o grande Pitta Raposo!
Melífluo e insinuante
dá de si boa impressão
e com voz tonitruante
é um belo cidadão!
É real homem de bem
nada há que lhe não valha
pois seguro prestígio tem
entre outros da mesma igualha.
Sabe aguentar a parada
para levar tudo a eito
entra em
qualquer titarada
que lhe dê justo proveito.
Um fidalgote fogoso
mexido até dizer basta
- o grande Pitta Raposo
como ele gosta da pasta!
Com a mão esquerda arrebanha
com a direita arrebata.
O que faz falta é ter manha,
o que é preciso é ter lata!
Mesmo sem obra imponente
que o venha a cobrir de louros
deixará um nome ingente
aos lusitanos vindouros
E a Estória registará
o seu nome valoroso
mesmo sendo a escrita má.
- E viva o Pitta Raposo!
2 comentários:
http://fiel-inimigo.blogspot.pt/2012/06/fatima-felgueiras-ilibada.html
E já começam a surgir mais pittas raposos, esses que se propõem explicar o Corão e a civilização islâmica a quem queira estar "bem informado".
Pézinho a pézinho...
Romualdo
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