Na continuação do que referi há pouco, no post anterior:
De vez em quando vejo um Prós & Contras. Hoje, fui não vendo mas ouvindo um pouco distraidamente, até ao final, mesmo agora. Levantei os olhos do que estava a fazer quando António Borges, já com a música que marca o fim do programa a soar, pediu uns segundos para dizer o seguinte (reproduzo de memória):
- Portugal é o país da Europa onde há maior desigualdade. Fora a Turquia, claro, que já não é bem Europa. Nestes 20 anos, o que ganhámos e o que recebemos serviu não para atenuar essa desigualdade mas para a aumentar ainda mais, em favor de 1% da sua população. E isso é que tem que ser mudado.
Tudo o que mais que ouvi ao longo do debate, quer na análise quer nas propostas quanto a medidas a tomar, teve idêntico direccionamento.
3 comentários:
Nomenklatura e crony-capitalism.
Portugal tornou-se uma coutada.
Esse crescimento da desigualdade não resulta da ação desse 1%, resulta da atitude da grande parte da população; é por isso que se fala do "balde de caranguejos portugueses" e é por isso que os portugueses estão no top dos desconfiados - é que andamos sempre a tentar passar a perna uns aos outros.
Logo a seguir ao 25 de Abril estive envolvido num processo de aumento de ordenados duma classe profissional na empresa onde trabalhava. Acabei por desistir: cada um achava que já que se ia mexer nos ordenados, devia ser feita "justiça" e como cada um se considerava melhor do que os outros, cada um achava que devia ficar a ganhar mais do que os outros. Preferiram ficar todos a ganhar menos do que ficarem todos a ganhar mais mas sem alteração das posições relativas.
Pois é, Alf, e isso tem reflexos em tudo. De tão individualistas até à estupidez, somos gregários até à catástrofe.
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