Publicou em primeira mão o Diário de Notícias na sua edição de hoje, ao princípio da manhã, uma notícia (Sócrates comentador na RTP dentro em breve) que de imediato causou, a princípio, estupefacção. A seguir, um certo espanto pela insensatez ou descaramento que se deixava adivinhar. Depois, indignação e, logo após outra comunicação social a difundir, começou a circular no espaço interactivo próprio uma Petição que acolheria um número crescente de assinaturas de repúdio que, neste momento, já conta muitas dezenas de milhar.
Importa dizer: este convite será apenas uma insensatez de quem o convidou ou, por outro lado, uma busca desorbitrada de audiências a todo o custo, cifrada na crença de pequeno escândalo a pretexto de liberdade de expressão dum indivíduo controverso? Ou, pior que isso, tentativa de colocação do ex-premier – um dos políticos mais culpados da situação em que nos encontramos – num lugar de onde continue a sua acção pública nefasta e confucionista?
Porque, na verdade, o referido senhor não é um cidadão qualquer, agindo pelos mídias de forma “natural” e eventualmente salvífica.
A acção deste senhor enquanto governante foi prejudicial e mereceu que os cidadãos o repudiassem em cheio nas urnas, Ele tem colada a si, para além da má governação, muitas coisas que no entender da população foram nebulosas e nunca explicadas cabalmente. Daí que esta sua volta a uma certa liça seja desagradável, muito negativa e que, a atender pelas reacções despertadas, despropositada, incompreensível, inadequada e de péssimo cariz.
Nesta conformidade, entendemos que o estatuto de comentador televisivo, colocado presuntivamente em horário nobre e de primeira página, seja errado e, afinal, potencialmente perigoso pela indignação que causará e já está a causar, além de ser um abuso contra os contribuintes que irão pagar as suas prestações num serviço público, numa estação oficial.
Manuel Graça
Joaquim Simões
Nicolau Saião
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