"Morte de Chávez enche de tristeza todos os
latino-americanos, diz Dilma". Sim. Snif.
"Chávez quedará en el Corazón del Pueblo
Latinoamericano!". Mas isso não pode dar em uma grave trombose?
Chavez era "amigo e companheiro" de Kadaf,
Ahmadinejad, Kim Jong Il... Ele tinha mesmo a chave para a vanguarda da
modernidade.
Por que as pessoas choram quando morrem líderes como Chávez?
Porque o messianismo serve para intensificar sua imaturidade política.
Triste do país que precisa de herois, disse Brecht. Mais
triste, apenas os que precisam de "herois" como Chavez.
Hugo Chavez era, creiam, o principal líder do
"socialismo do século XXI". Não consigo imaginar nada mais moderno
que El Comandante.
No fim, há sem dúvida algo de bom a dizer sobre Hugo Chavez:
ele era mortal.
Hugo Chavez, agora presidente invitalício.
A Venezuela era rica em petróleo e em histrionice política.
Pelo menos, continua rica em petróleo.
Os idiotas também morrem.
O sucessor de Chavez se chama Maduro. Já sua herença
político-econômica está mais para podre mesmo.
Hugo Chavez morreu, mas juro que não fui eu.
Chavez está morto! Viva o chavismo! (Pobre Venezuela...).
Não faltarão estátuas bregas e milagres populares atribuídos
ao Grande Comandante Bolivariano, ou coisa parecida.
Chavez fez um grande favor aos seus adoradores ao morrer: de
caudilho histriônico passa a mártir heroico del pueblo.
A notícia da morte de Chavez é como a da renúncia de Bento
XVI: muito barulho por nada.
O caudilhismo "bolivariano" é a doença senil do
tardoesquerdismo. E, parece,
fatal.
O caudilho histriônico venezuelano como herói de ocasião da
tardoesquerda diz tudo sobre o ponto a que chegou a esquerdofrenia.
Hugo Chavez deixa uma Venezuela mais caótica economicamente,
mais polarizada socialmente e menos democrática politicamente. Grande estadista.
A morte de Hugo Chavez, infelizmente, não significará a
morte do neotardocaudilhismo latrino-americano. Portanto, nada há a comemorar.
Hugo Chávez rima com já vai tarde.
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