"Uma verdadeira aristocracia é movida pelo serviço. O individualismo é anti-aristocrático por excelência, pois coloca o interesse do indivíduo acima do interesse da comunidade, representada pelo rei ou por uma elite."
Repare na incongruência. Porque há-de ser o rei ou a elite a determinar o interesse geral? Por alma de quem?
Uma sociedade só se sustenta se o indivíduo, em função da sociedade em que vive (as suas decisões devem ser baseadas na realidade e não naquilo que eles gostariam que fosse a realidade porque a realidade implica outras pessoas) pensar primeiro em si e depois nos outros. O individualista põe os seus interessem prioritariamente em relação ao interesse alheio e faz muito bem.
O individualista só deve agir em função da sociedade se para ele houver vantagem. O fio de prumo deve ser a vantagem resultante para ele.
Vejamos a coisa pelo inverso o caso da pessoa que age prioritariamente em função da sociedade. Em primeiro lugar nada resolve quanto a si próprio para não ser individualista, ficando à espera que seja o todo a decidir a parte que lhe toca e expondo-se a ser carne para canhão dos iluminados. Em segundo, nunca terá autonomia porque, não devendo pensar primariamente nele próprio, devem ser os outros a pensar por ele relativamente ao que, quanto aos outros, deve ser o interesse dele. "Outros", quando o geral é prioritário, só pode, novamente, ser da cáfila de iluminados porque os congéneres também não devem resolver nada sem esperar pelo colectivo.
É o reino da sociedade de cóqueras, de social-dependência, de gente que a todos culpa e que nunca exerce o risco de decidir por si próprio.
Quando o indivíduo espera que sejam os outros a resolver por ele, espera igualmente que as dificuldades que ele terá que enfrentar perante uma qualquer rota proposta pelo todo, sejam, também, resolvidas pelo todo porque, se ele as resolver por si próprio, será claramente acusado de resolver à revelia do todo em proveito individual.
Finalmente, o interesse geral deve ser o somatório do interesse individual e não o contrário. Uma sociedade é bem sucedida se cada um pensar primeiro em si próprio e crie, para si, a máxima riqueza (uns conseguirão mais outros menos) mas a sociedade, como um todo, prospera, porque exactamente cada qual trata da sua vida o melhor que pode. [...]"Uma verdadeira aristocracia é movida pelo serviço. O individualismo é anti-aristocrático por excelência, pois coloca o interesse do indivíduo acima do interesse da comunidade, representada pelo rei ou por uma elite."
Repare na incongruência. Porque há-de ser o rei ou a elite a determinar o interesse geral? Por alma de quem?
Uma sociedade só se sustenta se o indivíduo, em função da sociedade em que vive (as suas decisões devem ser baseadas na realidade e não naquilo que eles gostariam que fosse a realidade porque a realidade implica outras pessoas) pensar primeiro em si e depois nos outros. O individualista põe os seus interessem prioritariamente em relação ao interesse alheio e faz muito bem.
O individualista só deve agir em função da sociedade se para ele houver vantagem. O fio de prumo deve ser a vantagem resultante para ele.
Vejamos a coisa pelo inverso o caso da pessoa que age prioritariamente em função da sociedade. Em primeiro lugar nada resolve quanto a si próprio para não ser individualista, ficando à espera que seja o todo a decidir a parte que lhe toca e expondo-se a ser carne para canhão dos iluminados. Em segundo, nunca terá autonomia porque, não devendo pensar primariamente nele próprio, devem ser os outros a pensar por ele relativamente ao que, quanto aos outros, deve ser o interesse dele. "Outros", quando o geral é prioritário, só pode, novamente, ser da cáfila de iluminados porque os congéneres também não devem resolver nada sem esperar pelo colectivo.
É o reino da sociedade de cóqueras, de social-dependência, de gente que a todos culpa e que nunca exerce o risco de decidir por si próprio.
Quando o indivíduo espera que sejam os outros a resolver por ele, espera igualmente que as dificuldades que ele terá que enfrentar perante uma qualquer rota proposta pelo todo, sejam, também, resolvidas pelo todo porque, se ele as resolver por si próprio, será claramente acusado de resolver à revelia do todo em proveito individual.
Finalmente, o interesse geral deve ser o somatório do interesse individual e não o contrário. Uma sociedade é bem sucedida se cada um pensar primeiro em si próprio e crie, para si, a máxima riqueza (uns conseguirão mais outros menos) mas a sociedade, como um todo, prospera, porque exactamente cada qual trata da sua vida o melhor que pode.
Claro que, neste momento, surge sempre alguém que reclama que haverá sempre gente que não consegue sequer tratar de si mesmo. Haverá, há, claramente. Mas também haverá sempre quem prefira dedicar-se apenas ao outro, considerando ser do seu interesse individual (sente-se realizado) vivendo pelo mínimo (normalmente os dedicados ao outro conseguem facilmente prover a sua subsistência) e seguir fazendo aquilo que comummente se chama "o bem".
O que não faz qualquer sentido é postular-se que cada qual deva vergar-se monocordicamente ao interesse geral como pensar-se que ao indvidualista está vedada a dedicação ao interesse geral.
O problema, nesta conversa, é que há uma desconfiança sistemática, pela parte dos defensores do social-como-batuta, na decisão individual.
Numa orquestra, o músico segue o maestro mas pretende dar uma mais-valia às indicações que, prioritariamente recebe, reverto essa mais valia a favor dele e, indirectamente, a toda a orquestra. É sempre o 'eu' que está (deve estar) em primeiro lugar. Mesmo e encrencas familiares onde o eu se reparte, de alguma forma, pelos filhos, por exemplo. Quando um pai ou uma mãe se sacrifica pelos filhos (o que acontece às pazadas), é o 'eu' que comanda. "Eu sacrifico-me pelos meus filhos", diz-se. Não se diz "sacrifico-me pelos meus filhos". Há, nesta coisa, uma carga de amor reflectido no próprio colocando o "eu" ao serviço dos filhos, digamos, quando o "eu" é valorizado perante o próprio no acto de tratar dos filhos.
- Ele tem braços e pernas? Sim?
- "Dá-lhe a cana, não lhe dês o peixe."
... e que não venha, todos os dias, pedir outra cana por isto ou aquilo. A dádiva de uma cana representa o esforço alheio (tempo de trabalho, tempo de vida trabalhando) entregue a quem a recebe e quem recebe a cana deve respeitar esse esforço como forma de estar bem consigo próprio. Se o fizer, fica bem com o outro porque vai ao encontro daquilo que o outro julgou ser do seu interesse, altruístico que seja. Quem dá a cana quer ter o (digamos) orgulho de poder ser visto, no mínimo perante si próprio, evidentemente também perante quem o rodeie, como tendo feito algo que o eleva, o auto-promove. O empresário é isto de forma particularmente eficaz e eficiente porque, numa sociedade de não dependentes do sacrossanto estado, do sacrossanto social, o empresário é o gajo que ganha permitindo que outros ganhem. O empresário é o gajo que dá a cana e espera que uma parte do peixe reverta em seu favor para poder prosperar e distribuir mais canas.
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